Uma amiga, estudiosa dos
assuntos espíritas,
pergunta-nos se ainda
prevalece, no meio espírita,
a informação constante do
cap. V de “O Livro dos
Médiuns”, relativa ao
fenômeno de transporte, em
que, indagado se um objeto
pode ser trazido a um lugar
inteiramente fechado, Erasto
assim respondeu:
“É complexa esta questão. O
Espírito pode tornar
invisíveis, porém, não
penetráveis, os objetos que
ele transporte; não pode
quebrar a agregação da
matéria, porque seria a
destruição do objeto.
Tornando este invisível, o
Espírito o pode transportar
quando queira e não o
libertar senão no momento
oportuno, para fazê-lo
aparecer. De modo diverso se
passam as coisas, com
relação aos que compomos.
Como nestes só introduzimos
os elementos da matéria,
como esses elementos são
essencialmente penetráveis
e, ainda, como nós mesmos
penetramos e atravessamos os
corpos mais condensados, com
a mesma facilidade com que
os raios solares atravessam
uma placa de vidro, podemos
perfeitamente dizer que
introduzimos o objeto num
lugar que esteja
hermeticamente fechado, mas
isso somente neste caso”.
(O Livro dos Médiuns, cap.
V, item 99.)
Segundo nosso entendimento,
não prevalece a informação
acima, visto que a
experiência comprovou que um
objeto e mesmo um ser vivo
podem ser introduzidos, sim,
em um recinto hermeticamente
fechado. As provas disso são
fartas e podem ser vistas no
livro “Fenômenos de
Transporte”, de Ernesto
Bozzano, tradução de
Francisco Klörs Werneck,
Edições FEESP, 4ª edição,
publicada em março de 1995.
Como sabemos, são de Allan
Kardec as seguintes
palavras:
“O Espiritismo (...) não
estabelece como princípio
absoluto senão o que se acha
evidentemente demonstrado,
ou o que ressalta
logicamente da observação.
Entendendo com todos os
ramos da economia social,
aos quais dá o apoio das
suas próprias descobertas,
assimilará sempre todas as
doutrinas progressivas, de
qualquer ordem que sejam,
desde que hajam assumido o
estado de verdades práticas
e abandonado o domínio da
utopia, sem o que ele se
suicidaria. Deixando de ser
o que é, mentiria à sua
origem e ao seu fim
providencial. Caminhando de
par com o progresso, o
Espiritismo jamais será
ultrapassado, porque, se
novas descobertas lhe
demonstrassem estar em erro
acerca de um ponto qualquer,
ele se modificaria nesse
ponto. Se uma verdade nova
se revelar, ele a aceitará.”
(A Gênese, cap. I, item 55.)
Explicando o processo pelo
qual o transporte pode se
dar, mesmo estando o recinto
hermeticamente fechado, fato
observado por
experimentadores diversos em
inúmeras oportunidades,
Ernesto Bozzano diz que os
“transportes” são produzidos
por força de um processo de
desintegração e reintegração
molecular rapidíssima dos
objetos transportados, salvo
uma variante que não muda,
de modo algum, os processos,
isto é, a vontade operante
se serve, às vezes, de
processo idêntico praticando
um furo nas portas, janelas,
paredes, introduzindo, nesse
espaço, um objeto em um
ambiente hermeticamente
fechado, sem desintegrá-lo.
Essa segunda forma seria
utilizada no transporte de
seres vivos.
De fato, Bozzano já havia
notado que em alguns casos
os objetos transportados
estavam quentes, e outras
vezes, normais. O
“Espírito-guia” informou,
então, que quando os objetos
estavam quentes, isto
acontecia porque eles haviam
desintegrado de modo
fulminante a matéria que
constituía o objeto
transportado. No caso em que
o objeto chegava
termicamente normal, isto
acontecia porque, em vez de
desintegrar o objeto, eles
haviam desintegrado a
madeira da porta ou da
janela. (Cf. Fenômenos de
Transporte, pp. 61 e 62.)
Segundo Bozzano, sempre
foram concordantes as
informações dadas pelos
Espíritos nas sessões
realizadas, embora médiuns
diversos delas houvessem
participado. Numa dessas
sessões, o Espírito-guia
“Cristo d’Angelo” explicou:
“Para os transportes
pequenos, fazem-se
desmaterialização e a
materialização dos objetos;
para os transportes grandes,
a desmaterialização de um
ponto nas portas e nas
paredes”.
André Luiz examinou a
questão no cap. 28 do seu
livro “Nos Domínios da
Mediunidade”, obra
psicografada pelo médium
Chico Xavier, em que relata
um interessante fato que
adiante resumimos:
Findo o trabalho
medicamentoso, um Espírito
tomou pequena porção das
forças materializantes do
médium sobre as mãos e
afastou-se, para trazer, daí
a instantes, algumas flores
que foram distribuídas com
os irmãos encarnados, no
intuito de sossegar-lhes a
mente excitadiça. O
Assistente explicou: "É o
transporte comum, realizado
com reduzida cooperação das
energias medianímicas.
Nosso amigo apenas tomou
diminuta quantidade de força
ectoplásmica, formando
somente pequeninas
cristalizações superficiais
do polegar e do indicador,
em ambas as mãos, a fim de
colher as flores e trazê-las
até nós". Hilário observou a
facilidade com que a energia
ectoplásmica atravessou a
matéria densa, porque o
Espírito, usando-a nos
dedos, não encontrou
qualquer obstáculo na
transposição da parede.
Aulus lembrou-lhe que também
as flores transpuseram o
tapume de alvenaria,
penetrando o recinto graças
ao concurso de técnicos
bastante competentes para
desmaterializar os elementos
físicos e reconstituí-los de
imediato.
O Assistente informou que,
caso houvesse utilidade, um
objeto poderia ser removido
da sala de sessões para o
exterior, com a mesma
facilidade. “As cidadelas
atômicas, em qualquer
construção da forma física,
não são fortalezas maciças,
qual acontece em nossa
própria esfera de ação. O
espaço persiste em todas as
formações e, através dele,
os elementos se
interpenetram”, explicou
Aulus.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 28, pp.
268 a 270.)
Acreditamos que a informação
fornecida por André Luiz,
além de bastante clara,
constitui um dado a mais
para consolidar o que
Ernesto Bozzano tão bem
explicou em sua obra, que
deveria, a bem da verdade,
ser mencionada, em nota de
rodapé, pelas editoras que
vêm republicando “O Livro
dos Médiuns”, obra em que
está igualmente superada a
informação relativa ao tema
possessão, que o tempo
revelou estar incorreta,
como o próprio Codificador
admitiu posteriormente.
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