CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
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Os sorrisos da
Copa
Nada paga isso!
Em meio às
turbulências
inéditas dos
cenários sociais
do país, por
entre
manifestações de
uma população
mais consciente
das necessidades
reais de
melhorias no
quadro social e
político desta
nação
gigantesca, lado
a lado
assiste-se às
imagens
marcantes de uma
conquista mais
efetivada, antes
de tudo, pelo
ser humano. A
conquista do
sorriso e da
confraternização
entre imensas
diferenças.
Separados por
oceanos,
nacionalidades,
temperamentos e
climas, reunidos
momentaneamente
nas inúmeras
cidades
brasileiras, lá
estão eles:
brasileiros em
verde e amarelo,
italianos em
azul, mexicanos
com o seu verde
e vermelho,
japoneses,
americanos,
iranianos,
russos... Alguns
com origens em
países de visões
de mundo
diametralmente
opostas, pelo
menos durante
alguns dias
incomuns,
parecem ignorar
diferenças,
possíveis
rivalidades.
Resgata-se, num
tal clima
festivo, aquela
virtude lúdica
com a qual, na
fase da
infância,
esquecíamos com
facilidade
brigas e
disputas para
dar lugar de
novo e de novo
ao prazer
inigualável da
convivência
feliz. Por entre
fantasias,
brincadeiras e
sorrisos...
Fotos, gritos,
festa, cores e
dança. Flertes e
amizade.
Abraços,
celebração
conjunta, em
instantes em que
ambas as
torcidas se
misturam, entre
visitantes e
anfitriões,
dividindo os
mesmos
sentimentos de
nervosismo, de
entusiasmo
exaltado. Onde
estão as
nacionalidades?
Só no
diferencial da
torcida. Pois o
que é realçado é
a alegria humana
da celebração,
da criatividade
feliz, da
confraternização.
São os sorrisos
da Copa. Em
crianças,
adultos,
mulheres e
idosos. Talvez o
espetáculo mais
lindo! A
projeção
visível, nem que
somente
transitória,
daquilo em que
um dia pode se
transformar na
convivência
entre todas as
nações da Terra.
Em todos os
níveis. Sem que
esta ideia possa
ser considerada
como utopia ou
mera
ingenuidade.
Afinal, sorrir
nunca foi
utópico ou
ingênuo. E os
milhares de
sorrisos da
Copa, azuis,
verde e amarelo,
vermelhos,
brancos e
laranjas,
fundindo idiomas
e raças,
comprovam que,
de fato, e em
qualquer tempo,
se pode ser
muito feliz - e
ao preço de
muito pouco!
Basta a
capacidade de se
esquecer, ao
menos durante
algum tempo, as
aparentes
diferenças, para
fazer prevalecer
a verdade de que
somos todos, e,
antes de tudo,
seres humanos!
Com sentimentos,
sorrisos ou
lágrimas
idênticos!
Pois então
festejemos, seja
qual for o
resultado do
megaevento
esportivo, ao
menos esta
conquista, que
se renova de
quatro em quatro
anos, para
depois imergir
em certa
letargia
definida pelas
diversidades
entre
nacionalidades,
mas que bem pode
se fazer
permanente! A
capacidade
humana de
confraternizar e
de sorrir, como
se fosse, isso,
tudo o que há de
mais importante!
O que apaga
preocupações,
orgulho,
competição! Como
se sorrir e
confraternizar
fosse (e como
de fato é!)
a cura de tudo!
E o que na vida
há de mais
importante, para
a solução de
todos os males!
Festejemos,
portanto, as
inesquecíveis
imagens da
imensa riqueza
humana, nos
sorrisos da
Copa!