RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
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Covardes de ontem e de
hoje
“A coragem nasce nos
valores morais do homem
que elege a conduta
correta para uma vida
feliz.” – Joanna de
Ângelis.
Existe um termo popular
para designar o mais
forte (e covarde) que
bate no mais fraco:
“bater em bêbado”.
Evidentemente que
agredir uma pessoa
embriagada é sempre mais
fácil do que agredir um
indivíduo capaz de se
defender. Por isso,
todas as vezes, quando
escuto notícias de que
um homem agrediu uma
mulher, creio estar
diante de um covarde.
Muitos alegam que são
ignorantes da Lei.
Ignorantes somos todos
nós. Por isso mesmo é
que Jesus alertou que
conheceríamos a verdade
e a verdade nos
libertaria. O homem que
agride uma mulher é um
covarde mesmo. Nem macho
é, na minha
interpretação, porque,
no reino animal, muitos
machos defendem sua
prole e a sua fêmea,
dando um belo exemplo
aos covardes do reino
hominal.
Na revista VEJA,
edição 2376, de 4 de
junho de 2014, página
39, sob o título As
mulheres invisíveis,
encontramos uma série de
exemplos desse tipo de
covardia. No Paquistão,
Farzana Parveen foi
morta a pauladas e
tijoladas por ter-se
casado sem a autorização
da família! Detalhe:
estava grávida de três
meses e foi linchada
pelos próprios parentes!
Em Cartum, no Sudão, a
médica Meriam Ibrahim
deu à luz uma filhinha
chamada Maya, estando a
mãe acorrentada pelos
pés na enfermaria de uma
cadeia pelo crime de
apostasia (motivos
religiosos), que não
compensa sequer entrar
em detalhes. Na Nigéria,
as mais de 200
adolescentes
sequestradas continuam
desaparecidas. Sabe-se
lá se ainda estão vivas.
Nos noticiários da
imprensa brasileira não
faltam os relatos de
covardes que agridem
suas companheiras,
muitas vezes não
proporcionando a elas as
mínimas condições de uma
vida digna. Acreditamos
que em outras partes do
mundo, pelos mais
diferentes e
injustificáveis motivos,
mulheres são agredidas
pela covardia que um
indivíduo do sexo
masculino consegue
abrigar dentro de si
mesmo.
Que infinita diferença
entre o doce Rabi da
Galileia diante da
mulher flagrada em
adultério com algum
covarde! Sim, porque o
covarde que adulterava
com ela ficou oculto sob
as leis do machismo
vigente àquela época. As
mulheres de então não
passavam de humilhadas
serviçais, sem direito
praticamente a nada, a
não ser a procriação
para satisfazer as
necessidades
fisiológicas do macho
que com ela se
relacionava sexualmente.
Trabalho doméstico,
criar os filhos, sem
direito a nenhuma
instrução eram um
apêndice dos homens
daquele tempo.
Esquecidas na maioria
das vezes e somente
lembradas nas horas das
necessidades do seu
“grandioso senhor”.
Evidentemente que as
exceções existiam, mas,
mesmo assim, jamais se
igualavam aos direitos
dos homens de então.
Mas falávamos da doçura
do meigo Rabi diante da
mulher adúltera:
”Mulher, onde estão os
vossos acusadores?
Ninguém vos condenou?”
Ela disse: “Não,
Senhor”. Jesus lhe
respondeu: “Eu também
não vos condenarei. Ide,
e, no futuro, não
pequeis mais”. (João,
cap. VIII, v. de 3 a
11.)
Diante da atitude mansa
daquele Homem, os
covardes já tinham se
escondido. Mas os seus
sucessores continuam até
hoje agredindo
covardemente as
mulheres. Será que se
esquecem de que foi
graças a um ventre
feminino que vieram ao
mundo?
Ah! As mulheres. Sempre
as mulheres! Foram elas
que estiveram aos pés da
cruz. Onde estavam os
“corajosos” homens que
sabiam explorá-las e
humilhá-las com a sua
prepotência e machismo?
Quantas não deram
exemplos de extrema
renúncia por Amor a Ele?
Joana de Cusa, Miriam de
Magdala, Lívia - esposa
do Senador Publio
Lentulus, Marta e Maria,
Teresa de Ávila, Clara
de Assis, Joanna de
Ângelis, Madre Teresa de
Calcutá, Irmã Dulce da
Bahia! Quantas, meu
Deus! Como agredi-las?!
Nossas próprias mães! E
coroando todas essas
mulheres maravilhosas em
seu interior, a nossa
Mãe Santíssima, Maria de
Nazaré!
Jesus de Nazaré, nosso
Mestre e Senhor, nosso
Modelo e Guia, se Ele as
amou profunda e
irrestritamente, se Ele
foi o maior dos
feministas, como nos
atrevemos a levantar
nossas mãos endividadas
no erro e profanar o
corpo e a alma dessas
nossas irmãs?
Como bem nos ensina no
início Joanna de
Ângelis: “A coragem
nasce nos valores morais
do homem que elege a
conduta correta para uma
vida feliz”. Quantas
vezes teremos que passar
através da reencarnação
pela experiência no sexo
feminino para arrancar
do coração do homem a
covardia de agredir uma
mulher?