Continuamos o estudo
metódico e sequencial do
clássico Fatos
Espíritas, de
William Crookes, obra
publicada em 1874, cujo
título no original
inglês é Researches
in the phenomena of the
spiritualism. |
Questões preliminares
A. A comissão de sábios pôde presenciar fenômenos de efeitos
físicos à plena luz?
Sim. Eles puderam observar inúmeros fenômenos à plena luz, como,
por exemplo, a
movimentação espontânea
de objetos. Um exemplo
notável citado no
Relatório elaborado pela
comissão deu-se na
segunda sessão: uma
pesada cadeira (10
quilogramas), que se
achava a um metro da
mesa e por trás da
médium, aproximou-se do
Sr. Schiaparelli, que
estava sentado perto da
médium. Ele levantou-se
para tornar a colocá-la
no lugar; mas, apenas
tinha sentado, a cadeira
veio de novo colocar-se
junto dele.
(Fatos Espíritas -
Relatório da comissão
dos sábios que se
reuniram em Milão, em
1892, para o estudo dos
fenômenos psíquicos.)
B. Enquanto tais fenômenos ocorriam, onde estava a médium Eusápia
Paladino?
Nesses momentos, enquanto os pés da médium eram vigiados, todos os
assistentes faziam uma
cadeia com as mãos,
inclusive a médium, que
ficava sentada entre
dois pesquisadores.
(Obra citada
- Relatório da comissão
dos sábios que se
reuniram em Milão, em
1892, para o estudo dos
fenômenos psíquicos.)
C. Qual era o argumento utilizado geralmente pelos que negavam os
fenômenos realizados na
escuridão?
Todos eles tentavam explicar esses fenômenos supondo que a médium
Eusápia teria a
faculdade de ver na
escuridão completa onde
se faziam as
experiências, e que, por
hábil artifício,
agitando-se de mil
maneiras na escuridão,
acabava por fazer
segurar uma das mãos
pelos seus dois
vizinhos, tornando a
outra livre para
produzir os toques. Essa
suposta faculdade
atribuída à médium foi
declarada impossível
pelo Professor Richet.
(Obra citada - Relatório
da comissão dos sábios
que se reuniram em
Milão, em 1892, para o
estudo dos fenômenos
psíquicos.)
Texto para
leitura
233. Relatório da comissão dos sábios que se reuniram em Milão,
em 1892, para o estudo
dos fenômenos psíquicos
– Na sequência do
Relatório os
pesquisadores
apresentaram a descrição
dos fenômenos
observados, iniciando
pelos que foram
verificados à luz.
234. Movimentos espontâneos de objetos – Esses fenômenos foram
observados vários vezes
durante as sessões;
frequentemente uma
cadeira, colocada para
esses fins, não distante
da mesa, entre a médium
e um dos seus vizinhos,
começou a mover-se e,
algumas vezes, se
aproximou da mesa. Um
exemplo notável deu-se
na segunda sessão,
sempre em plena luz: uma
pesada cadeira (10
quilogramas), que se
achava a um metro da
mesa e por trás da
médium, aproximou-se do
Sr. Schiaparelli, que
estava sentado perto da
médium; ele levantou-se
para tornar a colocá-la
no lugar; mas, apenas
tinha sentado, a cadeira
veio de novo colocar-se
junto dele.
235. Movimento da mesa sem contacto – Como a comissão desejasse
obter esses fenômenos, a
mesa foi, para esse fim,
colocada sobre roldanas.
Enquanto os pés da
médium eram vigiados,
todos os assistentes
fizeram uma cadeia com
as mãos, inclusive a
médium. Quando a mesa
começou a mover-se,
todos levantaram as
mãos, sem romper a
cadeia, e a mesa, assim
isolada, fez vários
movimentos. Essa
experiência foi repetida
várias vezes.
236. Movimento da alavanca de uma balança – Esta experiência foi
feita, pela primeira
vez, na sessão de 21 de
setembro. Depois de ter
sido verificada a
influência que o corpo
da médium exercia sobre
a balança, enquanto nela
estava sentada, a
comissão quis verificar
se essa experiência
poderia ter bom êxito, a
distância. Para isso, a
balança foi colocada por
trás da médium sentada à
mesa, de tal modo que a
plataforma estivesse a
10 centímetros da sua
cadeira.
237. Pôs-se, em primeiro lugar, a barra do seu vestido em contato
com a plataforma; a
alavanca começou a
mover-se. Então, o Sr.
Broffério deitou-se no
chão e, segurando a
barra do vestido,
verificou que ela não
estava perfeitamente
direita; depois voltou
ao seu lugar.
Continuando os
movimentos com bastante
força, o Sr. Aksakof
deitou-se no chão, por
trás da médium, isolou
completamente a
plataforma da barra do
vestido, dobrou este por
baixo da cadeira e
certificou-se, com a
mão, de que o espaço
estava perfeitamente
livre entre a plataforma
e a cadeira. Enquanto
ele estava nessa
posição, a alavanca
continuava a mover-se e
a bater de encontro à
barra de descanso, o que
todos viram e ouviram.
238. Uma segunda vez realizou-se a mesma experiência na sessão de
27 de setembro, em
presença do Professor
Richet. Quando, depois
de certa espera, o
movimento da alavanca se
produziu à vista de
todos, batendo no
descanso, o Sr. Richet
deixou o seu lugar,
perto da médium, e,
passando a mão no ar e
pelo chão entre a médium
e a plataforma,
certificou-se de que
esses espaços estavam
livres de qualquer
comunicação, fio ou
cordel.
239. Pancadas e reprodução de sons na mesa – Essas pancadas sempre
se produziram durante as
sessões, para exprimir
sim ou não; algumas
vezes eram fortes e
nítidas e pareciam
ressoar na madeira da
mesa; mas, como se
notou, a localização do
som não é coisa fácil e
não foi possível fazer,
a esse respeito, nenhuma
experiência, à exceção
de pancadas ritmadas ou
diversas arranhadelas
que os pesquisadores
produzíamos na mesa e
que pareciam
reproduzir-se, em
seguida, no interior da
madeira, mas fracamente.
240. Fenômenos observados na escuridão – Os fenômenos
observados na escuridão
completa produziram-se
enquanto estavam todos
sentados ao redor da
mesa, fazendo a cadeia
(pelo menos durante os
primeiros minutos). As
mãos e os pés da médium
estavam seguros pelos
seus dois vizinhos.
241. Estando as coisas desse modo, verificaram-se logo depois os
fatos mais variados e
singulares, que, sem
dúvida, não seriam
obtidos em plena luz,
pois a escuridão
aumentava evidentemente
a facilidade dessas
manifestações, que podem
ser classificadas do
seguinte modo:
1. Pancadas na mesa,
sensivelmente mais
fortes que as que se
ouviam em plena luz; em
baixo ou em cima dela,
ruídos semelhantes ao de
um murro ou de uma
palmada.
2. Choque e pancadas nas
cadeiras dos vizinhos da
médium, por vezes
bastante fortes para
fazerem voltar a cadeira
com a pessoa. Algumas
vezes, quando esta
pessoa se levantava, a
cadeira era retirada.
3. Transporte, para cima
da mesa, de objetos
diversos, tais como
cadeiras, vestuários e
outras coisas,
distanciadas de vários
metros e pesando vários
quilos.
4. Transporte, no ar, de
objetos diversos
(instrumentos de música,
por exemplo); percussões
e sons produzidos por
esses objetos.
5. Transporte, para cima
da mesa, da médium com a
cadeira em que se achava
sentada.
6. Aparição de pontos
fosforescentes de muito
pouca duração (uma
fração de segundo) e de
claridades, notadamente
de discos luminosos, que
muitas vezes se
desdobravam, de duração
igualmente muito curta.
7. Ruído de duas mãos
que se batiam no ar, uma
na outra.
8. Sopros sensíveis,
como uma ligeira aragem,
limitada a um pequeno
espaço.
9. Toques produzidos por
mão misteriosa, ora nas
partes vestidas do corpo
dos pesquisadores, ora
nas partes descobertas
(rosto e mãos), e neste
último caso
experimentava-se
exatamente a sensação de
contato e de calor que
produz a mão humana. Por
vezes percebiam-se
realmente esse toques,
com um ruído
correspondente.
10. Visão de uma ou duas
mãos projetadas num
papel fosforescente ou
uma janela fracamente
iluminada.
11. Diversos trabalhos
efetuados por essas
mãos: nós feitos e
desfeitos, traços de
lápis (conforme toda a
aparência) deixados
sobre uma folha de papel
ou outro lugar.
Impressões dessas mãos
numa folha de papel
enegrecida.
12. Contato das mãos dos
assistentes com uma
figura misteriosa, que
não era certamente a da
médium.
242. Todos os que negam a possibilidade dos fenômenos mediúnicos
tentam explicar esses
fatos supondo que a
médium tem a faculdade
(declarada impossível
pelo Professor Richet)
de ver na escuridão
completa onde se faziam
as experiências, e que,
por hábil artifício,
agitando-se de mil
maneiras na escuridão,
acaba por fazer segurar
uma das mãos pelos seus
dois vizinhos, tornando
a outra livre, para
produzir os toques.
243. Aqueles dentre os sábios que tiveram ocasião de vigiar as mãos
de Eusápia são obrigados
a confessar que a médium
não se prestava
certamente a facilitar a
sua vigilância. No
momento em que se ia
produzir algum fenômeno
importante, ela começava
a agitar-se, torcendo-se
e tentando libertar as
mãos, sobretudo a
direita, como de um
contato penoso.
244. Para tornar a vigilância contínua, os seus vizinhos eram
obrigados a seguir todos
os movimentos da mão
fugitiva, o que
ocasionava perder-se,
por limitados instantes,
o seu contato,
exatamente na ocasião em
que mais se desejava
tê-la presa. Nem sempre
era fácil saber se se
segurava a mão direita
ou a esquerda da médium.
245. Por essa razão, muitas das manifestações observadas na
escuridão foram
consideradas como de
valor demonstrativo
insuficiente, posto que,
em realidade, provável.
Assim, a comissão
decidiu não
mencioná-las, expondo
somente alguns casos
sobre os quais não se
pode ter nenhuma dúvida,
seja por causa da
certeza do exame feito,
seja pela
impossibilidade
manifesta de terem eles
sido obra da médium.
(Continua no
próximo número.)