A
individualização
do
princípio
espiritual
Um dos temas
mais complexos
sobre a evolução
do espírito é a
questão da
individualização
do princípio
espiritual, que
se traduz na
possibilidade
deste princípio,
por si só (sem o
auxílio de
outros
princípios
espirituais),
gerir um corpo
físico através
da
reencarnação.
Registre-se que
os princípios
espirituais são
os “espíritos”
em seus estágios
primitivos,
iniciais,
abrangendo o
processo
evolutivo nos
denominados
reinos
inferiores da
criação
(mineral,
vegetal e
animal).
Dessa forma,
Deus, que não
cessa de
trabalhar, cria
incessantemente
os princípios
espirituais, que
iniciam seus
processos
evolutivos no
reino mineral,
submetidos à lei
de atração e
coesão, que lhes
auxiliará na
formação
energética
inicial; na
sequência, dão
continuidade ao
processo de
evolução no
reino dos seres
vivos, começando
pelos vírus,
bactérias etc.,
até ingressarem
no reino
vegetal, onde
desenvolverão as
sensações e
algumas funções
básicas da vida
(respiração,
alimentação,
sexualidade
rudimentar
etc.); quando
estiverem
habilitados,
adentrarão o
reino animal,
onde estarão em
contato com o
instinto, que
será a base da
inteligência.
Cabe frisar que
essas
experiências nos
reinos
inferiores da
criação têm a
duração de,
aproximadamente,
um bilhão e
quinhentos
milhões de anos,
conforme
assevera o
Espírito André
Luiz na obra
“Evolução em
Dois Mundos”, e
são tuteladas
pelos
benfeitores
espirituais que
amparam os
princípios
espirituais
nesses estágios
iniciais da
evolução.
A questão
principal neste
artigo refere-se
à seguinte
pergunta: Desde
o início da
evolução o
princípio
espiritual já
está
individualizado
(apto a presidir
as reações
químicas e
físicas do reino
mineral e a vida
biológica de um
organismo vivo)
ou este processo
se dá ao longo
da evolução?
Existe a
denominada
alma-grupo
(expressão
originária da
teosofia)?
Certa feita,
refletindo sobre
essas questões,
deparei-me com a
seguinte
pergunta
constante da
obra “Atualidade
do Pensamento
Espírita”
(pergunta 71),
ditada pelo
Espírito Vianna
de Carvalho
através da
mediunidade de
Divaldo Pereira
Franco:
“Tendo em vista
o número quase
infinito de
insetos –
somente para
exemplificar com
esses seres
vivos -, seria
possível afirmar
que todos os
princípios
inteligentes que
animam insetos
se humanizarão?
Resposta - Não
necessariamente.
Recordemo-nos da
resposta dos
Espíritos
elevados, que se
encarregaram da
promoção do
progresso da
Terra,
assinalada pelo
Codificador
Allan Kardec, em
o número 540 de
O Livro dos
Espíritos,
quando
informam...”.
Confesso que a
resposta “não
necessariamente”
trouxe-me uma
dúvida
doutrinária. Se
não podemos
admitir a
aniquilação
total ou a morte
do princípio
espiritual, como
ele não se
tornaria um
espírito ao
atingir
fatalmente o
reino hominal?
Tive a
oportunidade de
transmitir essa
dúvida ao
querido Divaldo
Franco, quando
ele esteve na
casa de meu pai
para proferir
uma palestra em
nossa cidade,
bem como o
indaguei
recentemente
sobre esse
assunto, e com a
autorização dele
reproduzo a
resposta.
Divaldo afirmou
que acredita na
teoria da
alma-grupo e que
num dado momento
da evolução, no
reino animal,
diversos
princípios
espirituais se
fundiriam para
formar um só,
devidamente
individualizado.
Não sabemos como
se dá esse
processo de
fusão, quando
diversos
princípios
espirituais, com
experiências e
aprendizados
feitos enquanto
integravam a
alma-grupo, se
aglutinam, somam
bagagens
evolutivas, para
formarem um
único princípio
espiritual,
devidamente
individualizado,
isto é, capaz de
sozinho presidir
a vida biológica
de um organismo
vivo, e agora
com mais
complexidades,
rumando para o
reino hominal e
deste para a
angelitude, sem
jamais perder a
individualidade
conquistada.
Certamente esse
processo
complexo da
fusão é dirigido
pela
Espiritualidade
Superior e
ocorre num
determinado
momento da
evolução no
reino animal.
Antes dessa
individualização,
a alma-grupo,
que é um
conjunto de
princípios
espirituais, vem
vinculando-se
através das
reencarnações
promovidas pelos
benfeitores
espirituais às
diferentes
espécies
animais,
assimilando o
respectivo
aprendizado.
Vejamos, por
exemplo, as
abelhas e as
formigas. De
fato, agem com
um impulso
coletivo, que
gera uma
organização e um
impulso de
preservarem o
formigueiro e a
colmeia que
surpreendem,
porque estão sob
a influência
direta da
alma-grupo.
Outra questão
que ainda não
sabemos é se
existe apenas
uma alma-grupo
por espécie ou
se há diversas.
Quem sabe, possa
haver as
almas-grupos já
nos reinos que
antecedem o
animal, isto é,
no mineral e no
vegetal.
Para alguns
orientais, a
alma-grupo seria
semelhante a um
balde com água.
Se retirarmos
uma porção dessa
água com um copo
e colocássemos
um pouco de
tinta azul, essa
pequena porção
ficaria com a
tonalidade azul,
e, quando fosse
devolvida ao
balde, a água
toda também
absorveria um
pouco dessa
tonalidade.
Admitindo-se
esse exemplo,
quando houvesse
a reencarnação
numa determinada
espécie, alguns
princípios
espirituais que
compõem a
alma-grupo se
vinculariam ao
novo organismo
animal, e quando
retornassem à
alma-grupo, após
a morte do
animal,
compartilhariam
todo o
aprendizado com
os demais
princípios
espirituais que
compõem a
alma-grupo. É
apenas uma
hipótese de como
se daria a
evolução dos
princípios
espirituais que
formam as
almas-grupos.
No que se refere
ao momento da
individualização,
temos uma
excelente
contribuição do
Dr. Jorge Andréa
dos Santos,
renomado
escritor
espírita, que
escreveu um
artigo na
revista
“Presença
Espírita”,
exemplar nº.
230, da Editora
Leal.
O referido autor
afirma que a
individualização
se inicia nos
animais que já
possuem uma
glândula pineal
rudimentar, a
permitir que o
princípio
espiritual
individualizado
e com mais
complexidades
possa
vincular-se ao
organismo
animal,
interagindo
diretamente com
ele. Cito alguns
trechos do
artigo:
“...
No reino animal
podemos
registrar que os
campos
organizadores
(princípio
inteligente),
pertencentes a
uma
"massa-diretora"
(alma-grupo)
própria a cada
espécie, nos
animais de
constituição
mais complexa
haveria uma
dispersão da
"massa-energética",
a fim de que as
"sementes" de
seu conteúdo
(individualidades
espirituais em
formação) fossem
ocupando as
organizações
físicas; isto é,
cada ser com o
seu próprio
princípio
inteligente.
Esta condição
poderá ser
observada a
partir dos
répteis, por já
terem
organização
física mais
avançada e já
possuidores, na
massa cerebral,
de uma glândula
específica
(glândula
pineal), embora
em fase inicial
sob a
denominação de
olho pineal.
Diz-nos André
Luiz (Espírito)
que nesses
animais podemos
considerar o
início do
processo de
individualização
espiritual
(princípio
inteligente em
elaboração),
isto é, já
existiria o
princípio
inteligente
independente a
comandar o
processamento da
vida física, com
mais
expressividade,
pelo auxílio do
olho pineal. O
princípio
espiritual,
trilhando
independente na
escala animal,
aprimorando-se
cada vez mais,
inclusive
família dos
primatas,
alcançaria, no
homem, sua mais
expressiva
demonstração a
expensas da
glândula pineal
(relógio
biológico)...”.
À medida que o
homem avança
moral e
intelectualmente,
ele cria
condições para
que novos
conhecimentos
sejam trazidos
pela
Espiritualidade
Superior, de tal
sorte que, no
futuro, teremos
informações
adicionais e
pontuais sobre a
questão da
individualização
do princípio
espiritual, pois
foi Jesus quem
afirmou:
“Porque ao que
tem, se lhe dará
e terá em
abundância”
(Mateus
XIII:10-14).