Caridade: salvando vidas
e futuros em Moçambique
Dr. Andrei Moreira,
médico voluntário da ONG
Fraternidade sem
Fronteiras (FSF),
fala-nos sobre o
trabalho realizado pela
ONG
A Fraternidade sem
Fronteiras (FSF) é uma
Organização não
Governamental (ONG), sem
fins lucrativos, que tem
por objetivo desenvolver
projetos buscando a
transformação da vida de
pessoas, principalmente
crianças e adolescentes
que se encontrem em
situação de risco ou de
extrema pobreza.
A caridade pode ser
entendida como um
sentimento ou uma ação
altruísta de ajuda a
alguém sem busca de
qualquer recompensa. A
prática da caridade é
notável indicador de
elevação moral e uma das
práticas que mais
caracterizam a essência
do ser humano.
Conversamos com o Dr.
Andrei Moreira (foto), médico
voluntário deste
projeto, que esteve no
mês
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de julho deste
ano em
Moçambique,
realizando
atendimento à
população
assistida pela
ONG. |
Em que consiste o
projeto Fraternidade sem
Fronteiras?
A ONG Fraternidade sem
fronteiras foi criada há
seis anos, em Campo
Grande, por um homem
bastante dedicado à
assistência social em
sua cidade, Wagner
Moura, e que sentiu um
chamado no coração para
servir na África. Então,
um dia, ele colocou uma
mochila nas costas e foi
até Moçambique, onde
tinha contatos, para
conhecer a realidade e
ver no que poderia
auxiliar. Lá chegando
tomou conhecimento do
enorme número de órfãos
vulneráveis nas aldeias
(1,6 milhão vítimas do
HIV/AIDS), sem recursos,
sem alimentos e sem
amparo e decidiu criar
um trabalho que
socorresse essas
crianças.
Moçambique é um país
jovem, que só se
libertou da dominação
portuguesa em 1975, com
alto índice de
analfabetismo,
desnutrição e infecção
pelo HIV. Nas aldeias as
fontes alimentares são
muito escassas, costuma
ser só uma fonte de
carboidrato, a mandioca
ou o milho, que são
macerados e misturados
com água e sal, formando
a chima, uma espécie de
angu, que eles comem
puro ou com algum molho
de ervas locais. Não há
fonte proteica
facilmente disponível, o
que leva a muita
desnutrição e
deficiência vitamínica.
Quantas pessoas são
ajudadas e de que forma?
A ONG, que se sustenta
no ideal da fraternidade
universal, sem vínculos
políticos ou religiosos
específicos com qualquer
instituição, cria
núcleos de acolhimento
nas aldeias que amparam
as crianças e jovens
órfãos, de 1 a 18 anos.
Eles passam a tarde no
núcleo de acolhimento,
onde recebem almoço,
higiene pessoal,
educação e trabalho
cultural com a música,
grande força do povo
moçambicano para a
expressão de emoções e
sociabilidade.
As crianças são
apadrinhadas no Brasil e
todo o recurso é
transferido para a
África, com muita
integridade. Com 50
reais mensais um
padrinho ou madrinha
muda o destino de uma
criança em Moçambique.
Esse valor garante a
permanência de uma
criança no projeto
durante um mês. Hoje já
são mais de 1.500
crianças atendidas (e
com a vida completamente
mudada para melhor) em
cinco núcleos de
acolhimento nas aldeias
de Muzumuia, Barragem,
Chimbembe, Cuacuene e
Mussenge, e o sexto
núcleo está programado
para ser inaugurado em
outubro de 2015, com
mais 250 crianças.
Além dos centros de
acolhimento, a ONG
constrói casas para
famílias mais carentes,
dentro dos modelos das
casas da aldeia (em
barro e madeira) e
acolhe os jovens que
estão em fase escolar,
pois a partir do 8º ano
os jovens devem pagar o
transporte, material
escolar, matrículas e
uniforme e a grande
maioria deixa a escola.
O projeto jovem da ONG
dá recursos e acompanha
os jovens para que
prossigam nos estudos
até o final da
faculdade, com doação de
alguns padrinhos
específicos.
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Quais os profissionais
que se deslocam à África
para participar deste
programa?
Todos aqueles que têm
boa vontade e disposição
para amar no coração,
desinteressadamente. A
ONG promove quatro
caravanas anuais de
serviço e voluntariado,
que permanecem nas
aldeias de 7 a 10 dias
em doação de variada
natureza. Duas destas
caravanas são da área da
saúde, em janeiro e
julho, nas quais
médicos, dentistas e
outros profissionais e
estudantes da saúde dão
atenção às crianças e
suas famílias no
atendimento médico,
palestras, orientação,
curativos e
encaminhamentos, com
autorização da Ordem dos
médicos e
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dentistas de
Moçambique.
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Em julho de 2015,
iniciamos um projeto de
detecção e diagnóstico
da infecção pelo HIV nas
crianças e seus pais
(algumas têm mãe apenas
ou avós) e também nos
homens das aldeias. Na
última caravana
realizamos 543 testes e
detectamos 33 crianças e
adultos infectados, que
foram acolhidos,
orientados e
encaminhados para
tratamento, que existe
no país. A ONG irá
acompanhar e
supervisionar o
tratamento e cuidar da
nutrição especial das
crianças infectadas.
Importante observar que
todos os dirigentes e
voluntários pagam todas
as suas despesas. A ONG
só remunera as
secretarias de sua sede
e os trabalhadores
locais nas aldeias. Todo
o trabalho tanto da
coordenação geral local
quanto nos núcleos de
acolhimento é feito por
moçambicanos, que são
capacitados e bastante
dedicados, com muito
respeito à cultura,
religião e política
local. Os núcleos são
erguidos em locais
doados pelo líder da
aldeia, que tem muito
respeito pela ONG bem
como a ONG por eles.
O governo de Moçambique
reconheceu este trabalho
como o mais
significativo nas
aldeias e recentemente a
ONU ofereceu ao
presidente da ONG um
prêmio por este trabalho
em reconhecimento aos
relevantes serviços
prestados à comunidade
moçambicana baseados nos
princípios da
fraternidade e do amor
universal.
O povo moçambicano tem
uma cultura e valores
muito bonitos, são muito
gratos e humildes,
valorizam tudo que lhes
é ofertado e não
demandam nada, senão que
o amparo não cesse e,
ainda, cresça e se
estenda para outros
locais, pois são muitos
os necessitados.
Quais os próximos passos
deste projeto?
A ONG continua em seu
incansável trabalho de
criar estrutura para
acolher um maior número
de crianças, pois há
centenas na fila de
espera. Isto envolve a
captação de mais
padrinhos e madrinhas,
bem como empresas, que
apoiem a manutenção do
projeto e sua expansão.
Na unidade modelo, na
aldeia de Muzumuia, foi
construída uma padaria
de alvenaria e comprado
todo o maquinário
(enviado do Brasil para
lá) para que seja
estabelecida a primeira
unidade produtora de
pães e bolos na aldeia,
que não possui um
estabelecimento como
este. Isto permitirá
autonomia alimentar,
pois oferecerá 5.000
pães diários à
comunidade que os vai
buscar longe atualmente,
bem como serviço e
capacitação profissional
para os jovens do
projeto. A ideia é que
este seja um modelo
reproduzível nas demais
aldeias, com o auxílio
de empresas que queiram
associar-se à promoção
social dessas
comunidades, pois uma
unidade fica em torno de
170 mil reais.
Como as pessoas podem
ajudar este movimento? E
para quem quiser ajudar
mais ativamente, é
possível?
Sim, todos podem
auxiliar, apadrinhando
crianças, doando
recursos, promovendo a
divulgação e a captação
de recursos para a ONG,
bem como servindo
voluntariamente. Hoje há
muitos voluntários
realizando eventos em
todo o Brasil para
captação de recursos,
com bazares, jantares,
ação entre amigos etc.
Para voluntariar-se
basta enviar um e-mail
para:
caravanasemfronteiras@gmail.com
e será orientado.
Para apadrinhar uma ou
mais crianças basta
acessar o site e se
cadastrar:
www.fraternidadesemfronteiras.org.br
ou entrar em contato com
a ONG por telefone ou
e-mail abaixo.
À medida que um padrinho
entra no projeto uma
nova criança é acolhida
e sua realidade
modificada. Em 30 a 90
dias o padrinho recebe a
foto da criança
apadrinhada (embora ela
passe a ser assistida
imediatamente ao
apadrinhamento) e pode
acompanhar pelo site
todas as iniciativas da
ONG.
Para pagar o
apadrinhamento mensal ou
doar qualquer valor (as
doações esporádicas são
empregadas nos projetos
em curso como construção
de casa ou da estrutura
dos núcleos) a pessoa
pode fazer transferência
ou depósito bancário
para uma das contas do
projeto. Não há convênio
de débito automático,
ainda. Então as pessoas
têm que fazê-lo
mensalmente e podem
cadastrar a repetição da
transferência para o ano
todo ou solicitar ao
banco o depósito
continuado (no banco do
Brasil chama-se mesada
mensal). Há ainda a
opção de pagar pelo
cartão de crédito usando
o paypal, o que é
adequado para aqueles
que estejam fora do
Brasil. Para isto basta
acessar o site da ONG e
escolher esta opção.
COMO AJUDAR?
Organização
Fraternidade Sem
Fronteiras
CNPJ
11.335.070/0001-17
Rua Joaquim
Murtinho, 566 -
Centro
Campo Grande -
MS - Brasil
CEP 79002-100
Tel.: 67
30285429
contato@fraternidadesemfronteiras.org.br
Contas:
Banco do Brasil
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26224-2
Itaú
Ag. 0091 cc
53286-1 |
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