Em mensagem enviada à
revista e publicada na seção
de Cartas desta mesma
edição, o leitor Domingos
Antero da Silva, de Limeira
(SP), escreveu o seguinte:
Nos estudos da Doutrina
Espírita, sempre fui
informado de que o Cristo
esteve por duas vezes no
planeta Terra: na criação
deste planeta e há
aproximadamente 2000 anos
passados, como Jesus. No
livro O Gênio Celta e o
Mundo Invisível, 1ª
edição, 2015, tradução de
Mariléa de Castro, no
capítulo 2, página 89, Léon
Denis escreve: "O Cristo, em
suas duas encarnações
conhecidas, a da Índia e a
da Judeia, sob esses dois
nomes quase idênticos,
Krishna e Cristo, não
ensinou a mesma doutrina,
tanto no Evangelho como no
Bhagavad Gita?" O título do
capítulo é "Palingênese:
Preexistências e vidas
sucessivas. A lei da
reencarnação”.
A minha pergunta é
principalmente por ser Léon
Denis uma das leituras
recomendadas pelos espíritas
que lutam pela preservação
doutrinária: - Está correta
a afirmação feita no livro
ao qual estou me referindo?
Desconhecemos a fonte em que
Léon Denis se baseou para
afirmar que Jesus e Krishna
teriam sido personalidades
animadas pelo mesmo
Espírito. Não existem nas
obras espíritas que
conhecemos registros que
confirmem essa informação.
O que existe de origem
espiritual é o que Emmanuel
escreveu no livro A
Caminho da Luz, obra
psicografada em 1938 por
Francisco Cândido Xavier e
publicada pela FEB em 1939.
Segundo Emmanuel, Krishna,
Buda e outros grandes
missionários que encarnaram
em nosso planeta nos foram
enviados por Jesus, como
emissários de uma mesma
mensagem, o que explica a
semelhança que existe entre
os ensinos evangélicos e os
que os citados missionários
nos trouxeram.
No subcapítulo “As castas”,
constante do cap. V (A
Índia) do livro A Caminho
da Luz, Emmanuel
escreveu:
O povo hindu, não obstante o
seu elevado grau de
desenvolvimento nas ciências
do Espírito, não aproveitou
de modo geral, como devia, o
seu acervo de experiências
sagradas. Seus condutores
conheciam as elevadas
finalidades da vida.
Lembravam-se vagamente das
promessas do Senhor,
anteriores à sua
reencarnação para os
trabalhos do penoso degredo.
A prova disso é que eles
abraçaram todos os grandes
missionários do pretérito,
vendo neles os avatares do
seu Redentor. Viasa foi
instrumento das lições do
Cristo, seis mil anos antes
do Evangelho, cuja epopeia,
em seus mínimos detalhes,
foi prevista pelos iniciados
hindus, alguns milênios
antes da organização da
Palestina. Krishna, Buda
e outros grandes enviados de
Jesus ao plano material,
para exposição de suas
verdades salvadoras, foram
compreendidos pelo grande
povo sobre cuja fronte
derramou o Senhor, em todos
os tempos, as claridades
divinas do seu amor
desvelado e compassivo. Mas,
como se a questão fosse
determinada por um doloroso
atavismo psíquico, o povo
hindu, embora as suas
tradições de
espiritualidade, deixou
crescer no coração o espinho
do orgulho que, aliás, dera
motivo ao seu exílio na
Terra. (A Caminho da Luz,
cap. V, págs. 52 e 53.)
(Grifamos.)
Algumas páginas adiante, no
subcapítulo “A gênese das
crenças religiosas”
constante do cap. IX (As
grandes religiões do
passado) do mesmo livro,
Emmanuel, reportando-se a
Jesus, escreveu o seguinte:
A gênese de todas as
religiões da Humanidade tem
suas origens no seu coração
augusto e misericordioso.
Não queremos, com as nossas
exposições, divinizar,
dogmaticamente, a figura
luminosa do Cristo, e sim
esclarecer a sua gloriosa
ascendência na direção do
orbe terrestre,
considerada a circunstância
de que cada mundo, como cada
família, tem seu chefe
supremo, ante a justiça e a
sabedoria do Criador. Fora
erro crasso julgar como
bárbaros e pagãos os povos
terrestres que ainda não
conhecem diretamente as
lições sublimes do seu
Evangelho de redenção,
porquanto a sua desvelada
assistência acompanhou, como
acompanha a todo tempo, a
evolução das criaturas em
todas as latitudes do orbe.
A história da China, da
Pérsia, do Egito, da Índia,
dos árabes, dos israelitas,
dos celtas, dos gregos e dos
romanos está alumiada
pela luz dos seus poderosos
emissários. E muitos deles
tão bem se houveram, no
cumprimento dos seus grandes
e abençoados deveres, que
foram havidos como sendo Ele
próprio, em
reencarnações sucessivas
e periódicas do seu
divinizado amor. No
Manava-Darma, encontramos a
lição do Cristo; na China
encontramos Fo-Hi, Lao-Tsé,
Confúcio; nas crenças do
Tibete, está a personalidade
de Buda e no Pentateuco
encontramos Moisés; no
Alcorão vemos Maomet. Cada
raça recebeu os seus
instrutores, como se fosse
Ele mesmo, chegando das
resplandecências de sua
glória divina. Todas elas,
conhecendo intuitivamente a
palavra das profecias,
arquivaram a história dos
seus enviados, nos moldes de
sua vinda futura, em virtude
das lembranças latentes que
guardavam no coração, acerca
da sua palavra nos espaços,
tocada de esclarecimento e
de amor. (Obra citada,
cap. IX, págs. 83 e 84.)
(Grifamos.)
Esperamos que as informações
acima reproduzidas
esclareçam a dúvida que o
leitor nos apresentou, com a
ressalva de que estamos
diante de uma revelação
singular que pode ser ou não
verdadeira. Caberá ao tempo
confirmá-la ou não. Kardec,
como sabemos, jamais tratou
do assunto.
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