O autismo sob
o discurso
kardeciano
Há uma teoria
para explicar a
suposta genética
da inteligência.
Será que o
Autismo (1) é o
preço da
inteligência,
consoante afirma
o descobridor da
estrutura do DNA
James Watson?
"Os genes que
predisporiam
algumas pessoas
a habilidades
intelectuais
elevadas seriam
os mesmos que
disparam doenças
como Autismo,
Esquizofrenia e,
até, [pasmem!]
‘burrice’". (2)
É essa, também,
a hipótese de um
grupo de
pesquisadores da
Universidade do
Colorado.
Watson começou a
desenvolver sua
hipótese, depois
de ter sido o
primeiro ser
humano a ter o
genoma
sequenciado.
Descobriu que
tinha mutações
em três genes
ligados ao
reparo do DNA.
"Pessoas com
essas mutações
tendem a ter
filhos
especiais" (3) -
teoriza Watson -
que tem um filho
que sofre de uma
deficiência
cognitiva
similar ao
autismo, fato
esse que não
costuma abordar
em público, mas
que, certamente,
teria
influenciado
suas opiniões
sobre o tema.
Ele afirmou,
certa vez, que a
"burrice" é
genética e que
seria,
moralmente,
necessário
modificar genes
humanos para
eliminá-la.
James já
defendeu, no
passado, além
das terapias
genéticas
convencionais
(injeção de
genes
"corrigidos" em
pacientes com
doenças
metabólicas), a
modificação de
genes na
linhagem
germinativa de
células humanas
(gametas, como
óvulos e
espermatozoides).
Isso faria com
que a alteração
fosse herdada
pelos
descendentes da
pessoa.
Provavelmente,
um pouco menos
especulativa é a
ligação, entre
cognição e
doenças mentais,
feita pelo grupo
liderada por
James Sikela, da
Universidade do
Colorado.
O grupo
descobriu uma
correlação entre
o alto número de
cópias de um
gene, numa certa
região do DNA
humano, e o
desenvolvimento
do cérebro. Essa
região, dizem
outros estudos
mais
heterodoxos,
estaria, também,
implicada com
Autismo e
Esquizofrenia. O
perigo das
afirmações
científicas,
muitas vezes,
significa o
materialismo,
qual véu posto
entre a
realidade e os
olhos dos
cientistas. "O
Autismo continua
sendo um
desafio, um
enigma, uma
esfinge." (4)
Todos os
geneticistas e
biotecnólogos,
que se apoiam no
determinismo
genético, (5)
não cedem espaço
para a
existência do
Espírito, e,
muito menos,
para a
reencarnação.
Sabe-se que são
mais de 3
bilhões as
combinações
genéticas
possíveis no ser
humano.
Normalmente,
nenhum cientista
materialista
pensa em
existência de
vida na dimensão
do além-túmulo,
e, muito menos,
nas leis de
Causa e Efeito.
Contudo, sabem
que há
dificuldades nos
dois aspectos,
tanto no
genótipo (genes
que acarretariam
uma
característica),
quanto no
fenótipo
(características,
de fato,
manifestadas no
indivíduo). O
pesquisador
Stephen Jay
Gould, já
desencarnado,
também tinha um
filho autista [Josh,
um exímio
calculista de
calendários,
capaz de dizer,
em segundos, em
que dia da
semana cai uma
data qualquer].
Paradoxalmente,
Gould se tornou
um estoico
adversário do
determinismo
genético - "o
que não deixa de
ser uma
indicação de que
parece haver
muito mais
determinações
entre genes e
cultura do que
pode supor a
biotecnologia".
(6)
"Em verdade, o
esquema 'um
gene/uma doença'
não é aplicável,
nem mesmo a
males com
mecanismos mais
imediatamente
bioquímicos,
como o câncer."
(7) Menos ainda
podem ser usados
para entender
e/ou controlar
manifestações
complexas como
"inteligência"
ou "burrice". A
rigor, não há um
tratamento para
o portador de
psicose
desintegrativa
ou hipotonia
profunda. O
autista é como
um corpo sem
ninguém dentro,
porém,
recordemos que o
espírito imortal
está em sua
plena
consciência e
percebe o que
ocorre à sua
volta, ainda que
"encapsulado" em
si mesmo. Para
os espíritas, a
causa pode ser
"um sentimento
de culpa não
resolvido,
suscitado por um
desvio de
comportamento,
ocorrido em
vidas
anteriores”. Mas
o Autismo não é
um castigo, mas
um instrumento
de aprendizado,
de "ajuste da
consciência
ética fustigada
pelo
arrependimento
ou remorso e
desejosa de se
pacificar". (8)
A doença é um
transtorno
invasivo do
desenvolvimento,
que se
manifesta,
normalmente,
antes dos 3 anos
de idade.
Caracteriza-se
por um
desenvolvimento
anormal e por
mostrar
alterações em
três áreas:
interação
social,
comunicação e
comportamento.
Na maioria das
ocorrências, a
causa é
desconhecida.
Noutros casos,
fica a se dever
a problemas
médicos como as
infecções
intrauterinas,
das quais, as
mais habituais
são a rubéola,
doenças
congênitas como
a síndrome do X
Frágil, também
conhecida como
síndrome de
Martin & Bell
que, "por sua
incidência,
considera-se-lhe
a primeira causa
de deficiência
mental
hereditária"
(9), e a
síndrome Fetal
Alcoólica,
provocada pela
gestante, que
ingere bebidas
alcoólicas
durante a
gravidez.
Na maioria das
vezes, as causas
são
desconhecidas,
sendo, desse
modo, um
verdadeiro
mistério para
Ciência. Em
termos médicos,
pode dizer-se
que não há um
psicofármaco
específico para
se tratar o
autismo. Os
medicamentos que
se usam são
administrados,
apenas, para
controlar as
agitações
psicomotoras e
as hétero e
autoagressões
produzidas pelos
autistas.
É uma patologia
de etiologia
muito complexa,
que requer, não
somente, uma
abordagem
multidisciplinar
que envolve
educadores,
psicólogos e
terapeutas
ocupacionais,
mas, sobretudo,
exige uma
análise sob a
Luz da Doutrina
Espírita. Nesse
estado mental
patológico, que
leva a pessoa a
se fechar em seu
próprio mundo,
alheando-se, em
grande medida,
do mundo
exterior, há
débitos passados
muito graves,
acompanhados,
normalmente,
pela consequente
obsessão
espiritual, pelo
que o tratamento
indicado pode
ser o da
desobsessão, da
aplicação de
passes e da
utilização de
água
fluidificada.
Há casos de
autistas que
conseguiram a
cura completa,
embora muito
raros. No
entanto, na
literatura
médica, há casos
de pacientes que
conseguiram
certa autonomia
e uma melhoria
surpreendente,
insólitos,
incomuns.
Existem pessoas
que estão dentro
do chamado
Autismo
clássico, outras
apresentam
algumas das
características
autistas,
aliadas a uma
inteligência
fora do comum,
geralmente
voltada a um
assunto
específico,
sendo que essas
pessoas têm
extrema
dificuldade de
relacionamento
interpessoal,
grande rigidez
nas rotinas do
dia a dia, e
aparente
desprezo pelos
sentimentos dos
outros. Mas, ao
menos, conseguem
viver em
sociedade...
mesmo sendo
chamados de
difíceis,
geniosos, ou
termos menos
elegantes.
Sabemos que há
vida antes da
vida, vida após
a vida e vida
entre as vidas.
Quando houver
maior integração
da ciência,
entendendo o ser
humano de forma
mais completa,
com corpo,
cérebro e
espírito, creio
que
compreenderemos
mais acerca das
muitas
psicopatologias
desafiadoras.
Nas obras da
lítero-médico-espírita,
vamos encontrar
inúmeros
esclarecimentos
sobre as suas
causas e sobre o
processo de
formação dos
sintomas, e que
vêm lançar uma
nova luz sobre
estes mesmos
sintomas, dado
que, nas
instruções
kardecianas,
cada pessoa é
vista sob a
óptica da
reencarnação.
"Mesmo quando os
imperativos
genéticos
produzem
situações
orgânicas ou
psíquicas
constrangedoras
no indivíduo,
tais como:
gêmeos siameses,
Síndrome de Down,
autismo, cegos e
aleijados, esses
se derivam da
conduta pessoal
anterior em
vidas passadas,
e devem ser
considerados
como estímulo ou
métodos
corretivos,
educacionais, a
que as Leis da
Vida recorrem
para o
aprimoramento
dos seres
humanos." (10)
Como se observa,
do ponto de
vista
doutrinário, há
esses aspectos
determinantes da
patologia, o
autista é um ser
que, por algum
motivo, não
"acordou" no
mundo material.
Permanece
escondido, no
patamar da
existência
carnal e
espiritual.
Muitas vezes,
até, observa-se,
nalguns casos,
que não há
propriamente
autismo, mas
espectros
autísticos,
graus e níveis
de distúrbios
mentais e
emocionais.
Destarte, o
máximo que se
poderia afirmar,
em termos de
consenso, seria
dizer que,
dentre os
sintomas básicos
atribuídos à
síndrome, cada
autista
apresenta
diferentes
ênfases sobre
esta ou aquela
característica
intrínseca. Até
porque, "murado
dentro de si
mesmo, o autista
vive em um mundo
de isolamento”.
Os cientistas
que buscam
implodir essa
barreira
trabalham
baseados em
hipóteses
diversas e
conflitantes,
utilizando uma
gama imensa de
abordagens e
terapias. (11)
Podemos
reafirmar,
então, que o
Autismo é uma
corrigenda
natural da vida
imposta ao
Espírito,
objetivando a
restrição do seu
relacionamento
com os que o
rodeiam. Isso,
porém, não
impede que o
Espírito receba
as manifestações
de afeto e
carinho a ele
endereçadas que,
certamente,
graças a essas
impressões
vigorosas do
amor,
contribuirão
para minimizar a
alienação
temporária em
que vive, e,
quem sabe,
acelerar a sua
cura.
Referências
bibliográficas:
(1) O termo
Autismo foi
utilizado pela
1ª vez pelo
psiquiatra suíço
Eugen Bleuler,
para designar
não um quadro
clínico, mas um
dos sintomas da
Esquizofrenia.
Em 1911, Bleuler
mudou o nome da
então chamada
"Demência
precoce" para
"Grupo das
Esquizofrenias".
(2) Watson
apresentou sua
tese durante o
74º Simpósio de
Cold Spring
Harbor sobre
Biologia
Quantitativa.
(3) Reportagem
publicada na
Folha Online em
03/06/2009 -
"Autismo é o
preço da
inteligência,
diz descobridor
da estrutura do
DNA", disponível
no site <
http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=178198&e=7>
acesso em
18-02-2016.
(4) idem.
(5) Tese de que
tudo num
organismo é
prefixado pelos
genes.
(6) Disponível
no site< http://enfrentandooautismo.blogspot.com.br/2011_06_19_archive.html
>acesso em
19-02-2016.
(7) Disponível
no site
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8580.shtml
acesso em
17-02-2016.
(8) Miranda,
Hermínio.
"Autismo - uma
leitura
espiritual", São
Paulo: Editora
Lachâtre, 2003.
(9) Cf. afirma a
Federación
Española del
Síndrome X
Frágil,
disponível no
site http://www.xfragil.org/
acesso em
19-02-2016.
(10) disponível
no site
www.guia.heu.nom.br/autismo.htm;
acesso em
15-02-2016.
(11) Miranda,
Hermínio.
"Autismo - uma
leitura
espiritual", São
Paulo: Editora
Lachâtre, 2003.
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