A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 12
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. Não é prudente
enterrar o corpo antes
de começar a
decomposição?
Sim. Essa recomendação
foi proposta por um dos
precursores do
Espiritismo, Andrew
Jackson Davis, em seu
livro “O Vidente”. O
notável médium descobriu
que muitas vezes, antes
da inumação, o cordão
umbilical fluídico, que
liga alma e corpo, ainda
não está rompido. É por
isso, segundo ele, que
pessoas que parecem
mortas voltam à vida no
fim de um ou dois dias e
narram as sensações que
experimentaram. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
B. Quanto à aparência do
organismo fluídico do
Espírito desencarnado,
que disse Andrew Jackson
Davis?
O organismo fluídico é
semelhante à sua
aparência terrestre.
Descrevendo a
desencarnação de um
Espírito, que ele pôde
acompanhar pela
vidência, Davis
informou: “Logo que se
desprendeu dos laços
tenazes do corpo o
Espírito da pessoa que
eu observava, constatei
que o seu novo
organismo, fluídico, era
apropriado ao seu novo
estado, mas que o
conjunto se assemelhava
à sua aparência
terrestre”. Mais
adiante, na mesma obra,
ele escreveu: “Se
pudésseis ver com os
olhos psíquicos,
perceberíeis, perto do
corpo rijo, uma forma
fluídica tendo a mesma
aparência que o ente
humano que acaba de
morrer; porém, essa
forma é mais bela e está
como que animada de uma
nova vida mais elevada”.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
C. Os familiares já
desencarnados costumam
auxiliar o processo de
desprendimento dos
Espíritos de suas
relações?
Sim. Esse fato ocorre
realmente, e foi isso
que a médium Mrs.
Florence Marryat relatou
no seu livro The
Spirit World (O
Mundo dos Espíritos).
Segundo ela, uma jovem
de nome Edith,
acompanhando a
desencarnação de sua
irmã, viu que duas
formas luminosas se
aproximaram do corpo
inanimado, nas quais ela
reconheceu seu pai e sua
avó, mortos ambos
naquela mesma casa. Eles
aproximaram-se do
Espírito recém-liberto,
romperam os cordões de
luz que o ligavam ainda
ao corpo e, apertando-o
nos braços, dirigiram-se
à janela e
desapareceram. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
Texto para leitura
145. Andrew Jackson
Davis, conforme relatou
em seu livro “O
Vidente”, descobriu
então que uma pequena
parte do fluido vital
voltava ao corpo
material, logo que o
cordão ou liame elétrico
se quebrava. Esse
elemento fluídico, ou
elétrico, espalhando-se
por todo o organismo,
impedia a dissolução
imediata do corpo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
146. Em face do que
observou, Davis afirmou:
“Não é prudente enterrar
o corpo antes de começar
a decomposição. Muitas
vezes, antes da
inumação, o cordão
umbilical fluídico, de
que falei, ainda não
está quebrado. É por
isso que pessoas que
parecem mortas voltam à
vida no fim de um ou
dois dias e narram as
sensações que
experimentaram. Esse
estado foi denominado
letargia, catalepsia,
etc.” (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XI -
O Mistério da Morte.)
147. Quando, porém, o
Espírito é detido no
momento em que deixa o
corpo, raramente se
recorda que se passou.
Esse estado de
inconsciência pode
parecer semelhante ao
aniquilamento, quando
observado
superficialmente, e,
muitas vezes, se recorre
ao argumento que resulta
dessa como que
obliteração momentânea
da memória, para negar a
imortalidade da alma.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
148. Descrevendo a
desencarnação que ele
pôde acompanhar pela
vidência, Davis disse:
“Logo que se desprendeu
dos laços tenazes do
corpo o Espírito da
pessoa que eu observava,
constatei que o seu novo
organismo, fluídico, era
apropriado ao seu novo
estado, mas que o
conjunto se assemelhava
à sua aparência
terrestre. Não pude
saber o que se passava
na inteligência que
revivia; observei,
porém, a sua calma e a
profunda admiração que
lhe causava a dor
daqueles que choravam em
volta do seu corpo”.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
149. É evidente, diz
Davis, que aquelas
pessoas ignoravam o que
realmente se passara:
“As lágrimas e as
lamentações excessivas
dos parentes e amigos só
provêm do ponto de vista
falso em que se coloca a
maioria dos homens, isto
é, da crença
materialista de que tudo
finaliza com a morte do
corpo”. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XI -
O Mistério da Morte.)
150. Concluindo a
narrativa, Davis
declarou: “Pelas minhas
experiências, posso
afirmar que, quando a
pessoa morre
naturalmente, nenhuma
sensação penosa
experimenta o Espírito”.
E mais: “O período de
transformação, que acabo
de transcrever, dura
cerca de duas horas,
tempo que não é o mesmo
para todos os entes
humanos. Se pudésseis
ver com os olhos
psíquicos, perceberíeis,
perto do corpo rijo, uma
forma fluídica tendo a
mesma aparência que o
ente humano que acaba de
morrer; porém, essa
forma é mais bela e está
como que animada de uma
nova vida mais elevada”.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
151. O testemunho de
Andrew Jackson Davis
seria suficiente para
fazer desaparecer nossas
apreensões e nos
revelar, com clareza
singular, o mistério da
morte. Mas ele não é o
único, como é possível
verificar no que a
médium Mrs. Florence
Marryat escreveu no seu
livro The Spirit
World (O Mundo dos
Espíritos). (A Vida
no Outro Mundo – Cap. XI
- O Mistério da Morte.)
152. Uma jovem de nome
Edith tivera a
infelicidade de perder
sua irmã mais velha,
então com vinte anos, em
consequência de uma
forte pleurisia. Edith
não quis afastar-se um
só instante da cabeceira
de sua irmã, e, aí, em
estado de clarividência,
pôde assistir ao
processo de separação do
Espírito, da parte
material. Edith começou
a perceber uma espécie
de ligeira nebulosidade,
semelhante à fumaça, a
qual, condensando-se
gradualmente acima da
cabeça, acabou por
assumir as proporções,
as formas e os traços da
irmã moribunda, de modo
a se lhe assemelhar por
completo. Essa forma
flutuava no ar, a pouca
distância da doente.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
153. À medida que o dia
declinava, a agitação da
enferma minorava, sendo
substituída, à tarde,
por prostração profunda,
precursora da agonia.
Edith contemplava,
avidamente, a irmã: o
rosto tornara-se lívido;
o olhar se lhe
obscurecera, mas, ao
alto, a forma fluídica
purpureava-se e parecia
animar-se gradualmente
com a vida que
abandonava o corpo. Um
momento depois, a moça
jazia inerte e sem
conhecimento sobre os
travesseiros, mas a
forma transformara-se em
Espírito Vivo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
154. Cordões de luz,
semelhantes a
florescências elétricas,
ligaram-se ainda ao
coração, ao cérebro e
aos outros órgãos
vitais. Chegando o
momento supremo, o
Espírito oscilou algum
tempo de um lado para
outro, para vir, em
seguida, colocar-se ao
lado do corpo inanimado:
ele era, em aparência,
muito fraco e mal podia
suster-se. Enquanto
Edith contemplava essa
cena, eis que se
apresentaram duas formas
luminosas, nas quais
reconheceu seu pai e sua
avó, mortos ambos nessa
mesma casa. Eles
aproximaram-se do
Espírito recém-liberto,
romperam os cordões de
luz que o ligavam ainda
ao corpo e, apertando-o
nos braços, dirigiram-se
à janela e
desapareceram. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
155. Sobre o assunto,
eis o testemunho de
William Stainton Moses,
pastor da Igreja
Anglicana e médium
respeitado, publicado na
revista Light:
“Tive, recentemente, e
pela primeira vez na
vida, ocasião de estudar
os processos de
transição do Espírito.
Aprendi tantas coisas
dessa experiência, que
me louvo por ser útil a
outros, contando o que
vi... Tratava de um
próximo parente meu de
quase 80 anos... Eu
tinha percebido, por
certos sintomas, que o
seu fim estava próximo,
e corri para preencher
meu triste e último
dever. Graças aos meus
sentidos espirituais,
podia verificar que, em
torno e acima de seu
corpo, se formava a aura
nebulosa com a qual o
Espírito devia preparar
o seu corpo espiritual;
e percebia que ela ia
aumentando de volume e
densidade, posto que
submetida a maiores ou
menores variações,
segundo as oscilações
experimentadas na
vitalidade do
moribundo”. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. XI
- O Mistério da Morte.)
156. Prossegue o
depoimento de Stainton
Moses: “Pude, assim,
notar que, por vezes, um
ligeiro alimento tomado
pelo doente, ou uma
influência magnética
desprendida por pessoa
que dele se aproximava,
tinha como resultado
avivar momentaneamente o
corpo. A aura parecia,
pois, continuamente em
fluxo e refluxo. Assisti
a esse espetáculo
durante doze dias e doze
noites e, se bem que ao
sétimo dia já o corpo
tivesse dado sinais da
sua iminente dissolução,
a flutuação da
vitalidade espiritual,
em via de
exteriorização,
persistia. Pelo
contrário, a cor da aura
tinha mudado, essa
última tomava, além
disso, formas cada vez
mais definidas, à medida
que a hora da libertação
se aproximava para o
Espírito”. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XI -
O Mistério da Morte.)
157. Concluindo seu
relato, disse Stainton
Moses: “Vinte e quatro
horas, somente, antes da
morte, quando o corpo
jazia inerte, foi que o
processo da libertação
progrediu. No momento
supremo vi aparecer em
formas de ‘anjos de
guarda’, que se chegaram
ao moribundo, e, sem
nenhum esforço,
separaram o Espírito do
corpo consumido. Quando,
enfim, se quebraram os
cordões magnéticos, os
traços do defunto, nos
quais se liam os
sofrimentos
experimentados,
serenaram completamente
e se impregnaram de
inefável expressão de
paz e de repouso”. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
(Continua no próximo
número.)
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