THIAGO
BERNARDES
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Curitiba,
Paraná (Brasil) |
|
Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 21)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Que efeito a
doutrinação
produziu no
obsessor de
Ambrósio?
Não só a
doutrinação, mas
os passes
aplicados no
chacra coronário
da médium em
transe, fizeram
com que o
verdugo passasse
por uma rápida
alteração com
sinais de
entorpecimento
mental, o que o
levou, na
sequência, ao
adormecimento e
ao seu
afastamento da
médium que
participou da
importante
tarefa.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
B. Depois da
doutrinação, que
aconteceu com o
obsessor de
Ambrósio?
Finda a
doutrinação, a
entidade, já
adormecida, foi
deslocada do
perispírito da
médium e
acomodada em
maca próxima que
a aguardava.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
C. Um recurso
pouco comum foi
utilizado em
seguida em
benefício de
Ambrósio. Em que
consistiu?
Assim que o
obsessor foi
afastado, Dona
Maria Modesto
concentrou-se
especialmente e
o Dr. Inácio
tomou de
delicado
aparelho,
constituído por
dois capacetes
unidos entre si
por um tubo
transparente,
colocando cada
um,
respectivamente,
na cabeça de
Ambrósio e da
médium. A
seguir,
parecendo
ligados por
corrente
elétrica
desconhecida,
mas de natureza
psíquica, o tubo
passou a
deslocar um tipo
de energia
viscosa que se
desprendia do
interior da
cabeça do
enfermo e
inundava a mente
da senhora,
fazendo-a
agitar-se. Era a
primeira vez que
Miranda
observara esse
tipo de
transferência de
energia
psíquica, mente
a mente, com
finalidade
terapêutica, e
foi um sucesso.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
Texto para
leitura
110.
Efeitos da
doutrinação
– Depois de
ouvir as
explanação de
Eurípedes, a
entidade
comunicante
perguntou, com
insolência mal
disfarçada: “E
quem são os
senhores que se
atrevem a
adentrar-se pela
nossa
província?” Com
a tranquilidade
da sabedoria e
da fé, respondeu
o amigo gentil:
“Que saibamos,
todo o Universo
pertence a Deus,
e as dominações
transitórias
mudam de mãos,
conforme as
circunstâncias.
Desse modo,
inspirados pelo
Pai Doador e Seu
filho todo amor,
buscamos atender
aqueles que Os
evocam, e mesmo
encontrando-se
retidos nos
antros de
perversão têm o
direito de ser
liberados.
Graças à
interferência de
Isabel de
Portugal, a
nobre rainha das
rosas, apiedada
dos infelizes,
foi possível
buscar a ovelha
perdida para
recolocá-la no
rebanho, já que
se houvera
extraviado por
si mesma,
atraída pelo
canto enganoso
do amigo infeliz
e dos seus
cômpares”. Dito
isso, a um sinal
discreto, Dr.
Inácio
levantou-se e
começou a
aplicar passes
dispersivos no
chacra coronário
da médium em
transe, para
logo distribuir
vigorosas
energias na
mesma região,
que facultava ao
agressor a perda
do controle da
situação. Ato
contínuo, o
orientador
prosseguiu: “Não
pretendemos
mudar-lhe a
maneira de
pensar, de ver e
de entender os
atuais
acontecimentos.
Os irmãos cruéis
existem e
proliferam,
porque são
alimentados
psiquicamente
por aqueles que
preferem o
engodo, o crime
e a
irresponsabilidade,
trabalhando com
eficiência os
braços da
justiça
desvairada que
os alcançará nas
suas esferas
espirituais.
Reconhecemos que
a sua como a
existência de
justiceiros
espirituais é
resultado da
alucinação que
grassa no mundo
das fantasias
até quando se
instale a
verdade nas
mentes e nos
corações”. E,
notando que o
verdugo passava
por uma rápida
alteração com
sinais de
entorpecimento
mental, o
doutrinador
completou: “O
nosso desejo, no
momento, é
diluir os laços
psíquicos que o
atam ao nosso
irmão, rompendo
as vinculações
doentias que têm
vicejado até
então entre
ambos.
Confiemos,
outrossim, que
num dia não
longínquo, o
irmão Ambrósio
certamente será
o mensageiro da
luz para o
felicitar
também. Por
enquanto, o
amigo ficará
hospedado
conosco em
recinto próprio,
onde começará
com as reflexões
que lhe
permitirão
retroceder ou
avançar,
conforme o seu
livre-arbítrio”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
111.
Transferência de
energia psíquica
– Finda a
doutrinação, a
entidade,
adormecida, foi
deslocada do
perispírito da
médium e
acomodada em
maca próxima que
a aguardava.
Imediatamente
Dona Maria
Modesto, a
instância do
mentor,
concentrou-se
especialmente e
o Dr. Inácio
tomou de
delicado
aparelho,
constituído por
dois capacetes
unidos entre si
por um tubo
transparente,
colocando cada
um,
respectivamente,
na cabeça de
Ambrósio e da
médium. A
seguir,
parecendo
ligados por
corrente
elétrica
desconhecida,
mas de natureza
psíquica, o tubo
passou a
deslocar um tipo
de energia
viscosa que se
desprendia do
interior da
cabeça do
enfermo e
inundava a mente
da senhora,
fazendo-a
agitar-se. Era a
primeira vez que
Miranda
observara esse
tipo de
transferência de
energia
psíquica, mente
a mente, com
finalidade
terapêutica. A
médium foi sendo
envolvida pela
massa volátil e
densa, que fora
do tubo e do
capacete
movimentava-se
em torno da sua
cabeça,
prolongando-se
descendentemente
ao tórax,
parecendo
produzir-lhe
dores. Gemidos e
expressões de
pavor
tomaram-lhe a
face e a voz,
enquanto
Eurípedes,
atento,
acompanhava o
fenômeno
peculiar.
Subitamente ele
propôs à Senhora
em transe
profundo,
inundada pelas
sucessivas
camadas de
espesso vapor,
que liberasse as
aflições que a
angustiavam.
Viu-se, então, o
rosto
congestionar-se
envolto pela
névoa em
tonalidade
marrom, que
eliminava também
odor acre,
nauseabundo, e
contorcer-se,
transmitindo a
todo o corpo os
movimentos
agônicos,
quando, então,
começou a falar:
“A sua vida é
nossa e você
deve funcionar
como um fantoche
sob nosso
controle... Ouça
nossa voz, que é
a única
portadora de
recursos para o
conduzir à
felicidade...
Somos os
conquistadores
do Infinito e
dominamos as
vidas que se nos
entregam,
possuidores dos
recursos que
proporcionam
poder na Terra,
destaque e
glória...
Negociemos: você
cede um pouco e
nós concedemos
muito... Não lhe
faltarão amor,
glória, alegrias
e posição de
destaque...”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
112. O
amor arrebenta
as algemas da
perversidade
– Houve uma
pausa rápida, e,
então, a médium
exclamou, em
grande aflição:
“Morro!
Asfixio-me nessa
neblina
venenosa.
Socorro!” A voz
sofrida
provocava em
todos compaixão,
enquanto sua
agitação
denotava
realmente um
grande
sofrimento. O
Mentor, que se
encontrava na
retaguarda da
Senhora, muito
sereno, nimbado
de suave
claridade,
intercedeu,
ajudando-a com
palavras
calmantes:
“Absorva essa
energia infeliz,
para libertar o
nosso paciente.
O sacrifício de
amor arrebenta
as algemas da
loucura e da
perversidade.
Ofereça a sua
contribuição em
forma de
misericórdia”.
Enquanto falava,
procurava
retirar com
movimentos
rítmicos as
camadas que se
movimentavam em
torno da cabeça
e dos ombros da
Senhora,
parecendo anéis
constritores que
apertavam,
produzindo
asfixia. Da
cabeça do
Orientador a
suave claridade
passou a
envolver a massa
que continuava
avolumando-se,
até que, a um
sinal, Dr.
Inácio retirou o
capacete do
paciente,
interrompendo o
fluxo da nefasta
energia. Mas
Eurípedes
continuou a
operar em
silêncio,
movimentando as
mãos e
desprendendo as
vibrações
poderosas do seu
psiquismo
iluminado, que
se misturavam
com aquelas
nefandas que
foram sendo
diluídas, a
pouco e pouco,
enquanto a
médium
continuava
extravasando
mal-estar. No
recinto, todos
oravam,
envolvendo a
médium em
dúlcidas e
ternas energias
de amor que a
vitalizavam,
sustentando-a no
cometimento
socorrista.
Alguns minutos
transcorridos, e
o envoltório
viscoso começou
a desaparecer e
a diluir-se como
se fosse
transformado em
vapor que se
fizesse água e
escorresse para
o piso.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
113.
Ambrósio
finalmente se
acalma –
Como a operação
transformadora
continuasse, a
médium foi
recuperando as
características
normais, com o
ritmo
respiratório não
mais aflitivo,
desaparecendo da
cabeça, ainda
encimada pelo
capacete, as
condensações
doentias.
Permanecendo em
transe, ela
expressou-se
noutro tom:
“Tenho medo e
devo obedecer...
Sou um réprobo e
necessitado... A
minha falência
moral é sinal de
desgraça, mas
não há outra
alternativa... O
que aconteceu
comigo? Onde a
promessa dos
anjos, que já
não estão
comigo?” E,
mudando de
tonalidade,
pôs-se a
gargalhar,
estentórica:
“Gozar é o
lema... Viver
enquanto o corpo
me permite a
oportunidade...
Logo mais vem a
morte e tudo se
aniquila, ou
não? Deus, meu,
estou louco! Que
me aconteceu?
Onde estou, e
que faço aqui?”
Miranda estava
diante de uma
estranha
comunicação, que
não recebia a
terapia da
palavra gentil
do Orientador.
Eurípedes
ouvia-a com
atenção,
dispersando,
agora, ondas
quase invisíveis
à percepção
psíquica de
Miranda, até que
um grande
silêncio tomou
conta da
enfermaria. O
paciente
acalmou-se,
quase
totalmente, e
diáfana
claridade além
daquela natural
que inundava o
ambiente
envolveu a sala
em tons
alaranjados
suaves,
procedente das
Ignotas Regiões
espirituais, em
decorrência da
concentração e
das preces ali
vivenciadas.
Dona Maria
Modesto retornou
ao estado de
lucidez sem
denotar cansaço
ou mal-estar,
nimbada de
delicada luz que
dela se
irradiava. Era
portadora de
títulos de
enobrecimento
que lhe
conferiam
luminosidade
própria pelos
serviços de amor
direcionados à
Humanidade.
Eurípedes,
visivelmente
jubiloso, após
dedicar palavras
de reconforto e
agradecimento
aos presentes,
levantou-se e
orou a Jesus.
Todos ali
estavam
sensibilizados,
mas o ambiente
calmo exigia
silêncio, a fim
de que a
meditação lhes
ensejasse o
entendimento das
ocorrências
vividas. Por
isso, saíram
discretamente,
deixando os
enfermeiros
encarregados de
assistir o irmão
Ambrósio, que
agora dormia um
sono
reconfortante,
sem os
estertores
angustiantes,
embora a
expressão do
rosto
permanecesse
quase a mesma.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
(Continua no
próximo número.)