Várias pessoas nos
perguntaram qual a nossa
opinião a respeito da
palestra proferida pelo
confrade Jacob Melo em
Londrina, no dia 20 de
fevereiro, sobre o tema
Magnetismo e Espiritismo.
Eis o que lhes respondemos:
Foi excelente! Dentro do
propósito que ele objetivou,
não poderia haver palestra
melhor. Ocorre que o
palestrante focalizou tão
somente uma das formas de
magnetismo tratadas por
Allan Kardec: o magnetismo
propriamente dito, ou
magnetismo humano. E nada
falou sobre magnetismo
espiritual e sobre
magnetismo
humano-espiritual, ou misto,
que é a ação magnética
praticada na Casa Espírita.
O assunto é tratado pelo
codificador da doutrina
espírita no cap. XIV, item
33, do livro A Gênese,
adiante reproduzido:
33. - A ação magnética pode
produzir-se de muitas
maneiras:
1º. pelo próprio fluido do
magnetizador; é o magnetismo
propriamente dito, ou
magnetismo humano, cuja ação
se acha adstrita à força e,
sobretudo, à qualidade do
fluido;
2º. pelo fluido dos
Espíritos, atuando
diretamente e sem
intermediário sobre um
encarnado, seja para o curar
ou acalmar um sofrimento,
seja para provocar o sono
sonambúlico espontâneo, seja
para exercer sobre o
indivíduo uma influência
física ou moral qualquer. É
o magnetismo espiritual,
cuja qualidade está na razão
direta das qualidades do
Espírito;
3º. pelos fluidos que os
Espíritos derramam sobre o
magnetizador, que serve
de veículo para esse
derramamento. É o magnetismo
misto, semiespiritual, ou,
se o preferirem,
humano-espiritual. Combinado
com o fluido humano, o
fluido espiritual lhe
imprime qualidades de que
ele carece. Em tais
circunstâncias, o concurso
dos Espíritos é amiúde
espontâneo, porém, as mais
das vezes, provocado por um
apelo do magnetizador. (Negritamos.)
Sobre o concurso dos
Espíritos, citado no texto
acima, lemos no cap. XIV de
O Livro dos Médiuns,
de autoria de Allan Kardec:
176. Eis aqui as respostas
que nos deram os Espíritos
às perguntas que lhes
dirigimos sobre este
assunto:
1ª. Podem considerar-se as
pessoas dotadas de força
magnética como formando uma
variedade de médiuns?
"Não há que duvidar."
2ª. Entretanto, o médium é
um intermediário entre os
Espíritos e o homem; ora, o
magnetizador, haurindo em si
mesmo a força de que se
utiliza, não parece que seja
intermediário de nenhuma
potência estranha.
"É um erro; a força
magnética reside, sem
dúvida, no homem, mas é
aumentada pela ação dos
Espíritos que ele chama
em seu auxílio. Se
magnetizas com o propósito
de curar, por exemplo, e
invocas um bom Espírito que
se interessa por ti e pelo
teu doente, ele aumenta a
tua força e a tua vontade,
dirige o teu fluido e
lhe dá as qualidades
necessárias."
(Negritamos.)
É fácil perceber que,
ignorando os ensinamentos
acima, qualquer exposição
doutrinária acerca do tema
Magnetismo e Espiritismo
peca por sua insuficiência e
transmite ao ouvinte a ideia
de que o tema magnetismo,
tão caro ao codificador do
Espiritismo, que o praticou
por cerca de 35 anos, não
foi tratado em profundidade
por Kardec e por outros
estudiosos espíritas,
encarnados e desencarnados,
como André Luiz, Emmanuel,
Manoel Philomeno de Miranda,
Edgard Armond, Roque
Jacintho e José Herculano
Pires, entre outros.
Aludindo ao socorro
espiritual que o
magnetizador espírita recebe
para que possa auxiliar uma
pessoa enferma, Mesmer
(Espírito) escreveu em
18/12/1863, na Sociedade
Espírita de Paris:
"Esse socorro que (Deus)
envia são os bons
Espíritos que vêm penetrar o
médium de seu fluido
benéfico, que é transmitido
ao doente." (...)
"Também é por isto que o
magnetismo empregado pelos
médiuns curadores é tão
potente e produz essas curas
qualificadas de miraculosas,
e que são devidas
simplesmente à natureza do
fluido derramado sobre o
médium; ao passo que o
magnetizador ordinário se
esgota, por vezes em vão, a
fazer passes, o médium
curador infiltra um fluido
regenerador pela simples
imposição das mãos,
graças ao concurso dos bons
Espíritos". (Revista
Espírita de janeiro de 1864,
Edicel, pág. 7.)
(Negritamos.)
Aludindo ao tema, Allan
Kardec escreveu:
"Se a mediunidade curadora
pura é privilégio das almas
de escol, a possibilidade
de suavizar certos
sofrimentos, mesmo de curar,
ainda que não
instantaneamente, umas
tantas moléstias, a todos
é dada, sem que haja
necessidade de ser
magnetizador. O
conhecimento dos processos
magnéticos é útil em casos
complicados, mas não
indispensável. Como a todos
é dado apelar aos bons
Espíritos, orar e querer o
bem, muitas vezes basta
impor as mãos sobre a dor
para a acalmar; é o que pode
fazer qualquer um, se
trouxer a fé, o fervor, a
vontade e a confiança em
Deus. É de notar que a maior
parte dos médiuns curadores
inconscientes, os que não se
dão conta de sua faculdade,
e que por vezes são
encontrados nas mais
humildes posições e em gente
privada de qualquer
instrução, recomendam a
prece e se entreajudam
orando. Apenas sua
ignorância lhes faz crer na
influência desta ou daquela
fórmula." (Revista
Espírita de setembro de
1865, Edicel, pág. 254.)
(Negritamos.)
Em 8 de março de 1940, na
primeira vez em que um livro
psicografado por Chico
Xavier tratou do tema,
Emmanuel concluiu sua obra
intitulada O Consolador,
publicada em 1941 pela FEB,
na qual respondeu a duas
perguntas objetivas a
propósito do passe e sua
aplicação:
98 – Nos processos de
cura, como deveremos
compreender o passe?
“Assim como a transfusão de
sangue representa uma
renovação das forças
físicas, o passe é uma
transfusão de energias
psíquicas, com a diferença
de que os recursos orgânicos
são retirados de um
reservatório limitado, e os
elementos psíquicos o são do
reservatório ilimitado das
forças espirituais.”
99 – Como deve ser
recebido e dado o passe?
“O passe poderá obedecer à
fórmula que forneça maior
porcentagem de confiança,
não só a quem o dá, como a
quem o recebe. Devemos
esclarecer, todavia, que o
passe é a transmissão de uma
força psíquica e espiritual,
dispensando qualquer
contacto físico na sua
aplicação.”
Foi, portanto, com base nas
orientações acima
reproduzidas que José
Herculano Pires, o autor
espírita de maior renome no
meio espírita brasileiro,
escreveu:
"O passe espírita é
simplesmente a imposição das
mãos, usada e ensinada por
Jesus, como se vê nos
Evangelhos. Origina-se das
práticas de cura do
Cristianismo Primitivo. Sua
fonte humana e divina são as
mãos de Jesus. O passe
espírita não comporta as
encenações e gesticulações
em que hoje o envolveram
alguns teóricos
improvisados, geralmente
ligados a antigas correntes
espiritualistas de origem
mágica ou feiticista.
Todo o poder e toda a
eficácia do passe espírita
dependem do espírito e não
da matéria, da assistência
espiritual do médium
passista e não dele mesmo.
Os passes padronizados e
classificados derivam de
teorias e práticas
mesméricas, magnéticas e
hipnóticas de um passado há
muito superado. Os Espíritos
realmente elevados não
aprovam nem ensinam essas
coisas, mas apenas a prece e
a imposição das mãos. Toda a
beleza espiritual do passe
espírita, que provém da fé
racional no poder
espiritual, desaparece ante
as ginásticas pretensiosas e
ridículas gesticulações.”
(Obsessão, o passe, a
doutrinação, editora Paideia,
págs. 35 a 37.)
(Negritamos.)
 |
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
 |
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|