Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 22)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Dois
objetivos
principais
constituíram o
foco do
atendimento
prestado a
Ambrósio. Quais
foram eles?
O primeiro
objetivo foi
romper a fixação
mental de um dos
seus
adversários, o
que foi
conseguido
graças à
psicofonia
atormentada,
retirando as
energias que lhe
estavam
imantadas e
transferindo-as
para a médium. O
segundo objetivo
foi retirar de
Ambrósio as
frases e as
ideias que nele
foram fixadas
desde há muitos
anos, quando ele
se encontrava no
exercício da
mediunidade e
começou a
sintonizar com
as Entidades
perversas que o
sitiavam. Todas
aquelas frases
eram hipnóticas
e se tornaram
gravações
verbais a se
repetir sem
cessar,
levando-o ao
desespero, à
obediência. Esse
é um dos hábeis
mecanismos
geradores de
obsessões,
porque o
paciente não tem
como deixar de
estar em contato
interno com os
comandos
devastadores,
que terminam por
dominar-lhe o
raciocínio, a
vontade e a
emoção.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
B. Que ligação
existe entre o
Dr. Baraduc e a
tese do corpo
mental?
Segundo o Dr.
Inácio, foi o
Dr. Baraduc, o
nobre médico
francês, que se
dedicou à
pesquisa do
duplo etéreo,
quem denominou
essa emanação da
mente, que ele
pôde fotografar,
por corpo
mental.
Trata-se,
naturalmente, de
um delicado
envoltório, qual
ocorre com o
perispírito em
relação ao
Espírito.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
C. O
conhecimento das
propriedades do
perispírito é
importante para
compreendermos
bem questões
relacionadas com
a saúde física e
emocional do ser
humano?
Sim. Diz Manoel
P. de Miranda
que o
conhecimento das
propriedades do
perispírito é a
única forma de
compreendermos
inúmeros enigmas
que dizem
respeito à saúde
física, mental e
emocional dos
indivíduos, bem
como os
processos de
evolução do ser
humano. Sede da
alma, arquiva as
experiências que
são vivenciadas,
bem como os
pensamentos
elaborados,
transformando-os
em realidade,
conforme a
intensidade da
sua
constituição.
Graças ao seu
poder plástico,
que lhe é uma
das propriedades
básicas, as
ideias
demoradamente
mantidas levam a
estados
obsessivos-compulsivos,
que terminam por
alterar a forma
do ser, que
passa a
vivenciar uma
monoideia
degenerativa e
desagregadora da
estrutura
molecular, de
que esse corpo
sutil se
constitui.(Tormentos
da Obsessão,
cap. 13 – A
experiência de
Licínio.)
Texto para
leitura
114.
Explicação do
atendimento dado
a Ambrósio
– Sobre a
natureza do
atendimento
concluído pouco
antes, o Dr.
Inácio explicou
a Miranda:
“Realizamos, há
pouco, uma
atividade não
comum na área
dos fenômenos
mediúnicos,
conforme o
habitual entre
os encarnados.
Trata-se de uma
experiência
específica para
distúrbios
profundos, que
se fixaram no
recesso do
perispírito de
Ambrósio,
alcançando as
delicadas
tecelagens
mentais do
Espírito, que
lhe sofrem as
consequências
danosas. O
objetivo inicial
era romper a
fixação mental
de um dos seus
adversários, o
que foi
conseguido
graças à
psicofonia
atormentada,
retirando as
energias que lhe
estavam
imantadas e,
momentaneamente,
transferindo-as
para a médium.
Desligado
psiquicamente da
sua vítima, o
retorno se lhe
tornará mais
difícil,
especialmente
quando o
paciente
despertar com
outras
disposições
mentais, não
mais facultando
campo vibratório
para sintonia
com esse teor de
energia. Já, no
caso do fenômeno
de que foi
objeto a Senhora
Cravo,
observamos que
não houve uma
incorporação,
mas a
retransmissão
das ideias e
pensamentos, no
primeiro
instante, que
foram fixadas no
enfermo desde há
muitos anos,
quando ele se
encontrava no
exercício da
mediunidade e
começou a
sintonizar com
essas Entidades
perversas, que o
sitiavam. Todas
aquelas frases
eram hipnóticas,
que lhe foram
direcionadas
através dos
tempos e se
tornaram
gravações
verbais a se
repetir sem
cessar,
levando-o ao
desespero, à
obediência. Esse
é um dos hábeis
mecanismos
geradores de
obsessões,
porque o
paciente não tem
como deixar de
estar em contato
interno com os
comandos
devastadores,
que terminam por
dominar-lhe o
raciocínio, a
vontade, a
emoção...”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
115.
Mecanismos de
fuga da
responsabilidade
– Continuando
com suas
explicações, o
médico
completou:
“Trata-se de
técnicos
desencarnados
que dão
assistência
ininterrupta às
futuras vítimas
que,
desabituadas ao
exercício dos
pensamentos
edificantes e
felizes, acolhem
as induções
negativas e
prejudiciais com
as quais passam
a sintonizar e
comprazer-se, em
mecanismos de
fuga da
responsabilidade,
transferindo
sempre culpa e
dever aos
outros, que
julgam não lhes
conferir a
importância que
se atribuem.
Normalmente
sentem-se
abandonados por
todos e pelas
Leis, evitando
reconhecer o
desleixo pessoal
perante o
compromisso
assumido e
passam à posição
de vítimas, que
não o são,
facultando mais
franco
intercâmbio
mental com esses
verdugos da sua
paz, de que não
se dão conta, ou
que preferem não
cuidar com a
necessária
atenção.
Lentamente, se
lhes vão fixando
as manifestações
da raiva contra
os demais, os
ressentimentos
se lhes aninham
na emoção e se
entregam ao
desvario,
conscientes ou
não do que está
acontecendo.
Quanto mais se
permitem
descuidar, mais
amplas
possibilidades
são oferecidas
aos inimigos,
que os não
liberam, até
quando passam ao
controle mental
soberano,
empurrando-os
para as
obsessões por
subjugação”.
Segundo Dr.
Início, para
esse tipo de
manifestação
psíquica,
torna-se
indispensável um
médium muito
sensível e
portador de
elevação
espiritual, a
fim de evitar
impregnar-se
desses miasmas
pestilenciais,
que se tornam
vibriões mentais
e passam a ter
vida embora
transitória,
enquanto
nutridos pelos
geradores de
energia.
Retiradas as
frases
perturbadoras,
são liberados os
centros
pensantes, e
após um período
de torpor,
enquanto se
refazem as
sinapses
perispirituais,
que volvem à
normalidade ao
largo do tempo,
o reequilíbrio
volta a
instalar-se.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
116.
Quando o
esclarecimento
espiritual é
dispensável
– No atendimento
a que Dr. Inácio
se referiu
tornara-se, como
se viu,
dispensável
qualquer tipo de
esclarecimento,
visto que não se
encontrava em
comunicação
qualquer
Espírito, mas,
sim, as ideias
que atormentaram
longamente o
desavisado. A
atitude do
Benfeitor tinha
por finalidade
desembaraçar a
médium das
correntes
mentais
absorvidas, a
fim de que não
permanecessem
resíduos
mórbidos,
enquanto as
dissipava com
refinada técnica
e concentração
diluente dos
fluidos
perniciosos.
Feito silêncio
natural, Miranda
perguntou se a
médium havia
experimentado
dores durante o
transe, tendo em
vista os gemidos
e as expressões
de angústia que
exteriorizava.
Dr. Inácio
respondeu: “No
estado de transe
sonambúlico,
indispensável
àquele tipo de
ocorrência, pela
falta da
consciência
alerta, não há
qualquer
sensação de dor
ou de sofrimento
no médium. São
os automatismos
fisiopsicológicos
que produzem os
estertores, as
contrações e os
gemidos.
Devemos, porém,
levar em conta,
que é necessária
a abnegação por
parte do médium
que se oferece
para esse
delicado
mister”. Miranda
então indagou:
De que espécie
eram as fixações
implantadas no
perispírito do
paciente? Não se
poderia
considerar a
comunicação como
sendo do corpo
mental, conforme
designação de
alguns
espiritualistas
do passado e do
presente, que
asseveram ser a
criatura humana
constituída por
sete corpos? Dr.
Inácio explicou:
“Poderíamos
assim denominar
parte do
fenômeno. No
entanto, a
explicação não
se aplica à
primeira fase da
ocorrência,
porque eram as
ideias e imagens
que foram
transmitidas ao
paciente e que
ora se
exteriorizavam.
Naquelas em que
havia
autorreflexão,
poderemos
considerar como
dessa natureza,
por haverem
pertencido ao
enfermo”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
117. Dr.
Baraduc e a tese
do corpo mental
– Segundo Dr.
Inácio, a tese
dos sete corpos
é muito antiga,
e iremos
encontrá-la nas
revelações
primitivas do
pensamento
indiano, mais
tarde renovadas
por Buda e,
através dos
tempos, por
diversas outras
doutrinas como a
Rosacruz, a
Teosofia etc.
Alguns
estudiosos desse
conceito
recorrem à velha
tese da
mitologia
chinesa sobre as
almas errantes,
que permanecem
em volta da
Terra, para
dizer que são
esses cascões
mentais que se
manifestam,
enquanto outros
apelam para o
corpo mental, na
condição de
condensação de
resíduos do
pensamento que
envolvem o corpo
astral.
“Preferimos a
tese espírita,
conforme a
desenvolveu o
eminente
Codificador
Allan Kardec
que, no
perispírito,
situa recursos
ainda não
detectados e que
serão a chave
para decifrar
inúmeros
problemas que
dizem respeito
ao ser humano, à
vida na Terra”,
afirmou o
médico. “Face à
plasticidade de
que é portador,
o perispírito
assimila os
pensamentos que
são elaborados
pelo Espírito,
condensando-os e
dando lugar às
construções que
são do
particular
agrado do seu
agente. Eis por
que as
deformações, que
experimentam
muitas
Entidades,
decorrem das
próprias
elaborações
mentais, quando
não são
ampliadas por
processos
hipnóticos de
companheiros
perversos, que
os obsidiam, e o
fazem porque
encontram campo
propício às
induções
perniciosas.”
Prosseguindo em
sua explanação,
Dr. Inácio
acrescentou:
“Foi o Dr.
Hyppolite
Baraduc, o nobre
médico francês,
que se dedicou à
pesquisa do
duplo etéreo,
quem denominou
essa emanação da
mente, que pôde
fotografar, por
corpo mental.
Trata-se,
naturalmente, de
um delicado
envoltório, qual
ocorre com o
perispírito em
relação ao
Espírito. A
grande verdade é
que somos aquilo
que cultivamos
mentalmente,
abrindo espaço a
sintonias
correspondentes.
Não foi por
outra razão que
o Mestre galileu
nos advertiu: —
A cada um
conforme suas
obras, que são
decorrência
natural dos seus
pensamentos”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
12 – Terapia
Especial.)
118.
Função e
propriedades do
perispírito
– As observações
da experiência,
tendo por
instrumento o
irmão Ambrósio,
levaram o autor
desta obra a
profundas
reflexões. O
conhecimento das
propriedades do
perispírito,
conforme as
lúcidas
referências do
eminente
Codificador do
Espiritismo
Allan Kardec, é
a única forma de
compreender-se
inúmeros enigmas
que dizem
respeito à saúde
física, mental e
emocional dos
indivíduos, bem
como os
processos de
evolução do ser
humano. Sede da
alma, arquiva as
experiências que
são vivenciadas,
bem como os
pensamentos
elaborados,
transformando-os
em realidade,
conforme a
intensidade da
sua
constituição.
Eis por que a
fixação de
determinadas
ideias termina
por impor-se na
face da
criatura,
exteriorizando o
seu
comportamento
interior, mesmo
quando o
disfarce se
apresenta
ocultando as
estruturas reais
da
personalidade.
Graças a este
poder plástico
que lhe é uma
das propriedades
básicas, as
ideias
demoradamente
mantidas levam a
estados
obsessivos-compulsivos,
que terminam por
alterar a forma
do ser, que
passa a
vivenciar uma
monoideia
degenerativa e
desagregadora da
estrutura
molecular, de
que esse corpo
sutil se
constitui. Essa
condição permite
que Entidades
perversas e
vingativas
induzam as suas
vítimas a
assumir posturas
bizarras e
infelizes,
mediante largos
processos de
hipnose a que se
deixam arrastar.
Esse fenômeno
ocorre, todavia,
porque há uma
ressonância
vibratória em
quem entra em
contato com
esses técnicos
espirituais,
encarregados de
realizar
processos
perturbadores.
As atividades
que haviam sido
realizadas
traziam como
meta libertar o
paciente das
sucessivas
camadas mentais
deletérias nas
quais se
envolveu,
realizando-se o
processo de fora
para dentro, a
fim de que, ao
despertar para a
realidade lúcida
passe a operar a
transformação no
sentido inverso:
do interior para
o exterior. Cada
um é, portanto,
o arquiteto das
suas construções
de felicidade ou
de desdita.
Jesus foi
peremptório,
quando propôs: —
Busca a verdade
e a verdade te
libertará.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
13 – A
experiência de
Licínio.)
(Continua no
próximo número.)