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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 456 - 13 de Março de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

   

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 22)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Dois objetivos principais constituíram o foco do atendimento prestado a Ambrósio. Quais foram eles?

O primeiro objetivo foi romper a fixação mental de um dos seus adversários, o que foi conseguido graças à psicofonia atormentada, retirando as energias que lhe estavam imantadas e transferindo-as para a médium. O segundo objetivo foi retirar de Ambrósio as frases e as ideias que nele foram fixadas desde há muitos anos, quando ele se encontrava no exercício da mediunidade e começou a sintonizar com as Entidades perversas que o sitiavam. Todas aquelas frases eram hipnóticas e se tornaram gravações verbais a se repetir sem cessar, levando-o ao desespero, à obediência. Esse é um dos hábeis mecanismos geradores de obsessões, porque o paciente não tem como deixar de estar em contato interno com os comandos devastadores, que terminam por dominar-lhe o raciocínio, a vontade e a emoção. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.)

B. Que ligação existe entre o Dr. Baraduc e a tese do corpo mental?

Segundo o Dr. Inácio, foi o Dr. Baraduc, o nobre médico francês, que se dedicou à pesquisa do duplo etéreo, quem denominou essa emanação da mente, que ele pôde fotografar, por corpo mental. Trata-se, naturalmente, de um delicado envoltório, qual ocorre com o perispírito em relação ao Espírito. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) 

C. O conhecimento das propriedades do perispírito é importante para compreendermos bem questões relacionadas com a saúde física e emocional do ser humano?

Sim. Diz Manoel P. de Miranda que o conhecimento das propriedades do perispírito é a única forma de compreendermos inúmeros enigmas que dizem respeito à saúde física, mental e emocional dos indivíduos, bem como os processos de evolução do ser humano. Sede da alma, arquiva as experiências que são vivenciadas, bem como os pensamentos elaborados, transformando-os em realidade, conforme a intensidade da sua constituição. Graças ao seu poder plástico, que lhe é uma das propriedades básicas, as ideias demoradamente mantidas levam a estados obsessivos-compulsivos, que terminam por alterar a forma do ser, que passa a vivenciar uma monoideia degenerativa e desagregadora da estrutura molecular, de que esse corpo sutil se constitui.(Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

Texto para leitura 

114. Explicação do atendimento dado a Ambrósio – Sobre a natureza do atendimento concluído pouco antes, o Dr. Inácio explicou a Miranda: “Realizamos, há pouco, uma atividade não comum na área dos fenômenos mediúnicos, conforme o habitual entre os encarnados. Trata-se de uma experiência específica para distúrbios profundos, que se fixaram no recesso do perispírito de Ambrósio, alcançando as delicadas tecelagens mentais do Espírito, que lhe sofrem as consequências danosas. O objetivo inicial era romper a fixação mental de um dos seus adversários, o que foi conseguido graças à psicofonia atormentada, retirando as energias que lhe estavam imantadas e, momentaneamente, transferindo-as para a médium. Desligado psiquicamente da sua vítima, o retorno se lhe tornará mais difícil, especialmente quando o paciente despertar com outras disposições mentais, não mais facultando campo vibratório para sintonia com esse teor de energia. Já, no caso do fenômeno de que foi objeto a Senhora Cravo, observamos que não houve uma incorporação, mas a retransmissão das ideias e pensamentos, no primeiro instante, que foram fixadas no enfermo desde há muitos anos, quando ele se encontrava no exercício da mediunidade e começou a sintonizar com essas Entidades perversas, que o sitiavam. Todas aquelas frases eram hipnóticas, que lhe foram direcionadas através dos tempos e se tornaram gravações verbais a se repetir sem cessar, levando-o ao desespero, à obediência. Esse é um dos hábeis mecanismos geradores de obsessões, porque o paciente não tem como deixar de estar em contato interno com os comandos devastadores, que terminam por dominar-lhe o raciocínio, a vontade, a emoção...”. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.)

115. Mecanismos de fuga da responsabilidade – Continuando com suas explicações, o médico completou: “Trata-se de técnicos desencarnados que dão assistência ininterrupta às futuras vítimas que, desabituadas ao exercício dos pensamentos edificantes e felizes, acolhem as induções negativas e prejudiciais com as quais passam a sintonizar e comprazer-se, em mecanismos de fuga da responsabilidade, transferindo sempre culpa e dever aos outros, que julgam não lhes conferir a importância que se atribuem. Normalmente sentem-se abandonados por todos e pelas Leis, evitando reconhecer o desleixo pessoal perante o compromisso assumido e passam à posição de vítimas, que não o são, facultando mais franco intercâmbio mental com esses verdugos da sua paz, de que não se dão conta, ou que preferem não cuidar com a necessária atenção. Lentamente, se lhes vão fixando as manifestações da raiva contra os demais, os ressentimentos se lhes aninham na emoção e se entregam ao desvario, conscientes ou não do que está acontecendo. Quanto mais se permitem descuidar, mais amplas possibilidades são oferecidas aos inimigos, que os não liberam, até quando passam ao controle mental soberano, empurrando-os para as obsessões por subjugação”. Segundo Dr. Início, para esse tipo de manifestação psíquica, torna-se indispensável um médium muito sensível e portador de elevação espiritual, a fim de evitar impregnar-se desses miasmas pestilenciais, que se tornam vibriões mentais e passam a ter vida embora transitória, enquanto nutridos pelos geradores de energia. Retiradas as frases perturbadoras, são liberados os centros pensantes, e após um período de torpor, enquanto se refazem as sinapses perispirituais, que volvem à normalidade ao largo do tempo, o reequilíbrio volta a instalar-se. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) 

116. Quando o esclarecimento espiritual é dispensável – No atendimento a que Dr. Inácio se referiu tornara-se, como se viu, dispensável qualquer tipo de esclarecimento, visto que não se encontrava em comunicação qualquer Espírito, mas, sim, as ideias que atormentaram longamente o desavisado. A atitude do Benfeitor tinha por finalidade desembaraçar a médium das correntes mentais absorvidas, a fim de que não permanecessem resíduos mórbidos, enquanto as dissipava com refinada técnica e concentração diluente dos fluidos perniciosos. Feito silêncio natural, Miranda perguntou se a médium havia experimentado dores durante o transe, tendo em vista os gemidos e as expressões de angústia que exteriorizava. Dr. Inácio respondeu: “No estado de transe sonambúlico, indispensável àquele tipo de ocorrência, pela falta da consciência alerta, não há qualquer sensação de dor ou de sofrimento no médium. São os automatismos fisiopsicológicos que produzem os estertores, as contrações e os gemidos. Devemos, porém, levar em conta, que é necessária a abnegação por parte do médium que se oferece para esse delicado mister”. Miranda então indagou: De que espécie eram as fixações implantadas no perispírito do paciente? Não se poderia considerar a comunicação como sendo do corpo mental, conforme designação de alguns espiritualistas do passado e do presente, que asseveram ser a criatura humana constituída por sete corpos? Dr. Inácio explicou: “Poderíamos assim denominar parte do fenômeno. No entanto, a explicação não se aplica à primeira fase da ocorrência, porque eram as ideias e imagens que foram transmitidas ao paciente e que ora se exteriorizavam. Naquelas em que havia autorreflexão, poderemos considerar como dessa natureza, por haverem pertencido ao enfermo”. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) 

117. Dr. Baraduc e a tese do corpo mental – Segundo Dr. Inácio, a tese dos sete corpos é muito antiga, e iremos encontrá-la nas revelações primitivas do pensamento indiano, mais tarde renovadas por Buda e, através dos tempos, por diversas outras doutrinas como a Rosacruz, a Teosofia etc. Alguns estudiosos desse conceito recorrem à velha tese da mitologia chinesa sobre as almas errantes, que permanecem em volta da Terra, para dizer que são esses cascões mentais que se manifestam, enquanto outros apelam para o corpo mental, na condição de condensação de resíduos do pensamento que envolvem o corpo astral. “Preferimos a tese espírita, conforme a desenvolveu o eminente Codificador Allan Kardec que, no perispírito, situa recursos ainda não detectados e que serão a chave para decifrar inúmeros problemas que dizem respeito ao ser humano, à vida na Terra”, afirmou o médico. “Face à plasticidade de que é portador, o perispírito assimila os pensamentos que são elaborados pelo Espírito, condensando-os e dando lugar às construções que são do particular agrado do seu agente. Eis por que as deformações, que experimentam muitas Entidades, decorrem das próprias elaborações mentais, quando não são ampliadas por processos hipnóticos de companheiros perversos, que os obsidiam, e o fazem porque encontram campo propício às induções perniciosas.” Prosseguindo em sua explanação, Dr. Inácio acrescentou: “Foi o Dr. Hyppolite Baraduc, o nobre médico francês, que se dedicou à pesquisa do duplo etéreo, quem denominou essa emanação da mente, que pôde fotografar, por corpo mental. Trata-se, naturalmente, de um delicado envoltório, qual ocorre com o perispírito em relação ao Espírito. A grande verdade é que somos aquilo que cultivamos mentalmente, abrindo espaço a sintonias correspondentes. Não foi por outra razão que o Mestre galileu nos advertiu: — A cada um conforme suas obras, que são decorrência natural dos seus pensamentos”. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) 

118. Função e propriedades do perispírito – As observações da experiência, tendo por instrumento o irmão Ambrósio, levaram o autor desta obra a profundas reflexões. O conhecimento das propriedades do perispírito, conforme as lúcidas referências do eminente Codificador do Espiritismo Allan Kardec, é a única forma de compreender-se inúmeros enigmas que dizem respeito à saúde física, mental e emocional dos indivíduos, bem como os processos de evolução do ser humano. Sede da alma, arquiva as experiências que são vivenciadas, bem como os pensamentos elaborados, transformando-os em realidade, conforme a intensidade da sua constituição. Eis por que a fixação de determinadas ideias termina por impor-se na face da criatura, exteriorizando o seu comportamento interior, mesmo quando o disfarce se apresenta ocultando as estruturas reais da personalidade. Graças a este poder plástico que lhe é uma das propriedades básicas, as ideias demoradamente mantidas levam a estados obsessivos-compulsivos, que terminam por alterar a forma do ser, que passa a vivenciar uma monoideia degenerativa e desagregadora da estrutura molecular, de que esse corpo sutil se constitui. Essa condição permite que Entidades perversas e vingativas induzam as suas vítimas a assumir posturas bizarras e infelizes, mediante largos processos de hipnose a que se deixam arrastar. Esse fenômeno ocorre, todavia, porque há uma ressonância vibratória em quem entra em contato com esses técnicos espirituais, encarregados de realizar processos perturbadores. As atividades que haviam sido realizadas traziam como meta libertar o paciente das sucessivas camadas mentais deletérias nas quais se envolveu, realizando-se o processo de fora para dentro, a fim de que, ao despertar para a realidade lúcida passe a operar a transformação no sentido inverso: do interior para o exterior. Cada um é, portanto, o arquiteto das suas construções de felicidade ou de desdita. Jesus foi peremptório, quando propôs: — Busca a verdade e a verdade te libertará. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) (Continua no próximo número.)



 


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