Escravos do Ouro
(Romance mediúnico)
Psicografado por Eurípedes Kühl
Ditado pelo Espírito Van der
Goehen
O livro ora publicado no formato digital pela EVOC
– Editora Virtual O Consolador, recebido
mediunicamente pelo confrade Eurípedes Kühl, de
Ribeirão Preto (SP), foi publicado originalmente
em 1998.
Trata-se de um romance cuja trama se desenrola a
partir de Portugal, passa pela África e deságua
no Brasil. Difícil acreditar que seja apenas uma
história, e não o registro fiel de fatos
realmente ocorridos.
Desde os primórdios da vida na Terra o homem
percebeu que, sozinho, era extremamente
vulnerável. Daí que não tardou e passou a fazer
acordos com outros seres humanos para,
agrupados, protegerem-se reciprocamente, visando
à sobrevivência,
Não tardou e os grupos mais fortes, objetivando
facilidades, dominaram grupos congêneres, mais
fracos, obrigando-os a servi-los, executando
tarefas mais árduas ou mais perigosas, tais como
caçar e enfrentar animais perigosos, além de
combater eventuais inimigos que tentassem
subjugá-los.
O mais forte dominar o mais fraco tornou-se
sistêmico na civilização e não tardou a ser
inaugurada a escravidão, que no Brasil durou
mais de três séculos, até ser abolida em fins do
século XIX, seguramente com a África sendo sua
maior vítima.
Não obstante, outro tipo de escravidão
igualmente acompanha o homem desde os primeiros
tempos da humanidade... Referimo-nos à
autoescravidão, aquela à qual o Espírito
entrega-se voluntariamente, tendo como principal
projeto de vida obter fortuna e, decorrente
dela, poder, prestígio, glória. Triste
projeto...
A ânsia que inunda a alma daquele que se deixa
dominar pela frenética ambição da posse de
valores materiais tolda a razão e brutaliza a
bênção da vida. Tal a escravidão pelo ouro, tema
focalizado nesta obra, que aloja seu enredo no
triste episódio brasileiro que passou para a
História com o nome de “O ciclo do ouro”, no
século XVIII. Poderosos homens brancos, usando o
Oceano Atlântico como caminho e o Brasil como
endereço, arrancaram milhares e milhares de
seres humanos da África, trazendo-os para as
teias da infelicidade, em vida vil e morte
prematura, longe da terra natal, dos lares e das
famílias.
Assim como Jesus enalteceu o alvor do lírio que,
paradoxalmente, brota dos pântanos, da mesma
forma o leitor aqui encontrará a pungente
narrativa sobre a vida de muitos irmãos
africanos trazidos à força para a nossa terra.
Dentre os milhões de Espíritos que como vítimas
vivenciaram essa infâmia — os horrores da
escravidão — emergiram heróis morais que
venceram todos os poderes institucionais
conjugados, ofertando luminosa prova de amor
fraternal.
A capa desta obra foi gentilmente
concebida e elaborada pela artista plástica
Cláudia Rezende Barbeiro, a quem agradecemos.
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