Deolindo Amorim nasceu no dia 23
de janeiro de 1908, embora em
seus documentos conste 1906, na
cidade de Baixa Grande, Estado
da Bahia e desencarnou no Rio de
Janeiro, em 24 de abril de 1989.
Filho de Deolindo Antonio de
Amorim e Maria Flora de Amorim
casou-se com Delta dos Santos
Amorim, com quem teve os filhos:
Paulo Henrique Amorim
(jornalista e correspondente no
exterior), e Marília dos Santos
Amorim.
Nascido em família católica,
converteu-se ao protestantismo,
pela Igreja Presbiteriana da
Bahia, nos anos de 1925/1926,
tendo participado na grande
campanha que os Crentes
Evangélicos realizaram no Sul da
Bahia em defesa da liberdade
Religiosa, contra as emendas que
na época se discutiam no
Congresso Nacional. Chegou a ser
selecionado para estudar em
seminário evangélico para ser
pastor, mas não chegou a fazer
profissão de fé. Deixou o
protestantismo ao ser admoestado
por um pastor, quando lia um
livro de literatura
não-evangélica, com as seguintes
palavras: Olhe,
meu irmão, quem se dedica ao
Ministério do Senhor, deve
desprezar todas essas coisas.
Autodidata, sua vocação pela
literatura manifestou-se cedo.
Seus primeiros trabalhos sobre
temas evangélicos foram editados
quando contava 17 anos de idade,
numa publicação protestante de
Canavieiros, Bahia, denominadaNoroeste
Evangélico. Porém, foram
anos de procura; tornou-se
agnóstico, mas dúvidas e
depressões estavam sempre
presentes. Até que em 1935, foi
convidado por um amigo, para
assistir a uma reunião no Centro
EspíritaJorge Niemeyer,
no Rio de Janeiro, cidade onde
morava desde quando serviu o
Exército. Deolindo não só gostou
da palestra e dos conceitos ali
ouvidos, como tornou-se
frequentador assíduo do Centro,
passando a estudar também as
obras básicas. Na primeira
eleição, realizada após a sua
conversão, foi eleito 1º Secretário
da Entidade.
Aos 23 anos, já exercia
atividades jornalísticas. No Rio
colaborou com o Jornal
do Comércio, passando depois
para A
Vanguarda. E, já, como
jornalista profissional
sindicalizado passou para O
Radical. Foi fiel ao
jornalismo até o fim de sua vida
física.
Com sua vasta cultura e talento,
somados à humildade que lhe era
peculiar, foi redator do Mundo
Espírita, jornal lançado no
Rio de Janeiro, depois
transferido para Curitiba,
Paraná, e foi seu correspondente
no Rio até os últimos dias de
vida física. Colaborou com a
maioria dos jornais e revistas
espíritas do Brasil e exterior.
Em 1939, juntamente com Lins de
Vasconcelos, participou da
Coligação Pró-Estado Leigo. Foi
também em 1939, em 15 de
novembro, quando o Brasil
comemorava o cinquentenário da
Proclamação da República, que
instalou e presidiu o I
Congresso Brasileiro de
Jornalistas e Escritores
Espíritas.
Em 1948, juntamente com Leopoldo
Machado e outros confrades,
organizou o I
Congresso de Mocidades Espíritas
do Brasil. Foi secretário do 2º
Congresso Espírita Pan-Americano,
realizado no Rio de Janeiro, em
1949 e, posteriormente, eleito
secretário da Confederação
Espírita Pan-Americana (CEPA),
durante o triênio em que esta
Organização Internacional
funcionou no Brasil. Deolindo
Amorim lançou, no Brasil,
métodos didáticos para a
divulgação do Espiritismo e, com
este objetivo, fundou a
Faculdade de Estudos Psíquicos,
que por sua vez, seria sucedida
pelo Instituto de Cultura
Espírita do Brasil (ICEB).
Enquanto viveu, foi seu
presidente. Dedicou os melhores
anos de sua vida ao ICEB,
implantando, ali, os Cursos
Regulares do Espírito, como
preconizava Allan Kardec.
Escreveu, entre outros, os
livros: O
Espiritismo e as Doutrinas
Espiritualistas; Espiritismo
e Criminologia; Africanismo
e Espiritismo; Ideias
e Reminiscências Espíritas; O
Espiritismo e os Problemas
Humanos; O
Espiritismo à Luz da Crítica e
os opúsculos O
Sentido Imortalista do
Pensamento de Leôncio Correia; 18
de Abril − Grande
Data Espírita; Allan
Kardec − o
Homem, a Época, o Meio, as
Influências, a Missão e O
Pensamento Filosófico de Léon
Denis.
Muitas de suas obras foram
vertidas para diversos idiomas.
Teve, também, alguns livros
escritos em parceria com outros
confrades e, após a sua
desencarnação, mais alguns foram
publicados, por iniciativa do
jornalista e escritor espírita
Celso Martins, que tem feito
meticulosa pesquisa na imprensa
nacional, reunindo os trabalhos
de Deolindo e enfeixando-os em
livros.
Formado em Sociologia pela
Faculdade Nacional de Filosofia,
da Universidade do Brasil,
Deolindo Amorim possuía também
os diplomas dos cursos de
técnico de publicidade e de
serviços sociais, além de ter
sido funcionário do Ministério
da Fazenda, onde ocupou altos
cargos. Foi também membro da
Academia de Letras do Estado do
Rio de Janeiro, da Sociedade
Brasileira de Filosofia, do
Instituto Histórico e Geográfico
da Bahia e da Associação
Brasileira de Imprensa.
Ainda, no VI
Congresso Brasileiro de
Jornalistas e Escritores
Espíritas, realizado em
julho de 1976, em Brasília, foi
fundada a Associação Brasileira
de Jornalistas e Escritores
Espíritas (ABRAJEE), ideal que
ele e outros confrades
acalentavam há anos. Deolindo
foi o 1º Presidente dessa
entidade.
Não é sem razão que Deolindo
Amorim é o escritor e jornalista
espírita brasileiro mais
difundido no exterior. Sua
cultura e dinamismo, a maneira
clara de colocar os conceitos da
Doutrina para o público, aliados
à sua humildade, respondem por
seu sucesso nos quatro cantos do
mundo e, certamente, também no
Plano Espiritual.