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Humberto de Campos
1886 - 1934 |
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Humberto de Campos nasceu na pequena
localidade de Piritiba, no Maranhão, em
1886.
Foi menino pobre. Estudou com esforço e
sacrifício. Ficou órfão de pai aos 5
anos de idade. Sua infância foi marcada
pela miséria. Em sua Memórias,
ele conta alguns episódios que lhe
deixaram sulcos profundos na alma.
Tempo depois, mudou-se para o Rio de
Janeiro, então Capital da República,
onde se tornou famoso. Brilhante
jornalista e cronista perfeito, suas
páginas foram "colunas" em todos os
jornais importantes do País.
Dedicou-se inteiramente à arte de
escrever e, por isso, eram parcos os
recursos financeiros. A certa altura da
sua vida, quando minguadas se fizeram as
economias, teve a ideia de mudar de
estilo.
Adotando o pseudônimo de Conselheiro XX,
escreveu uma crônica chistosa a respeito
da figura eminente da época, Medeiros e
Albuquerque, que se tornou assim motivo
de riso, da zombaria e da chacota dos
cariocas por vários dias.
O Conselheiro, sibilino e mordaz, feriu
fundo o orgulho e a vaidade de Medeiros,
colocando na boca do povo os argumentos
que todos desejavam assacar contra
Albuquerque. O sucesso foi total.
Tendo feito, por experiência, aquela
crônica, de um momento para outro se viu
na contingência de manter o estilo e
escrever mais, pois seus leitores
multiplicaram, chovendo cartas às
redações dos jornais, solicitando novas
matérias do Conselheiro XX.
Além de manter o estilo, Humberto se foi
aprofundando no mesmo, tornando-se para
alguns, na época, quase imortal,
saciando o paladar de toda uma
mentalidade que desejava mais liberdade
de expressão e mais explicitação na
abordagem dos problemas humanos e
sociais.
Quando adoeceu, modificou completamente
o estilo. Sepultou o Conselheiro XX, e
das cinzas, qual Fênix luminosa, nasceu
outro Humberto, cheio de piedade,
compreensão e entendimento para com as
fraquezas e sofrimentos do seu
semelhante.
A alma sofredora do País buscou
avidamente Humberto de Campos e dele
recebeu consolação e esperança. Eram
cartas de dor e desespero que chegavam
às suas mãos, pedindo socorro e auxílio.
E ele, tocado nas fibras mais sensíveis
do coração, a todas respondia, em
crônicas, pelos jornais, atingindo
milhares de leitores em circunstâncias
idênticas de provações e lágrimas.
Fez-se amado por todo o Brasil,
especialmente na Bahia e São Paulo. Seus
padecimentos, contudo, aumentavam dia a
dia. Parcialmente cego e submetendo-se a
várias cirurgias, morando em pensão, sem
o calor da família, sua vida era, em si
mesma, um quadro de dor e sofrimento.
Não desesperava, porém, e continuava
escrevendo para consolo de muitos
corações.
A 5 de dezembro de 1934, desencarnou.
Partiu levando da Terra amargas
decepções. Jamais o Maranhão, sua terra
natal, aceitou-o. Seus conterrâneos
chegaram mesmo a hostilizá-lo.
Três meses apenas de desencarnado,
retornou do Além, através do jovem
médium Chico Xavier, este, com 24 anos
de idade somente, e começou a escrever,
sacudindo o País inteiro com suas
crônicas de além-túmulo.
O fato
abalou a opinião pública. Os jornais do
Rio de Janeiro e outros Estados
estamparam suas mensagens, despertando a
atenção de toda gente. Os jornaleiros
gritavam:Extra, extra! Mensagens de
Humberto de Campos, depois de morto! E
o povo lia com sofreguidão...
Agripino Grieco e outros críticos
literários famosos examinaram
atenciosamente a produção de Humberto,
agora no Além. E atestaram a
autenticidade do estilo. Só
podia ser Humberto de Campos! − afirmaram
eles.
Começou então uma fase nova para o
Espiritismo no Brasil. Chico Xavier e a
Federação Espírita Brasileira ganharam
notoriedade. Vários livros foram
publicados.
Aconteceu o inesperado. Os familiares de
Humberto moveram uma ação judicial
contra a FEB, exigindo os direitos
autorais do morto!
Tal foi a celeuma, que o histórico de
tudo isso está hoje registrado num livro
cujo título é A
Psicografia ante os Tribunais,
escrito por Dr. Miguel Timponi.
A Federação ganhou a causa. Humberto,
constrangido, ausentou-se por largo
período e, quando retornou a escrever,
usou o pseudônimo de Irmão X.
Nas duas fases do Além, grafou 12 obras
pelo médium Chico Xavier.
Crônicas de Além-Túmulo; Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho;
Boa Nova; Novas Mensagens; Luz Acima;
Contos e Apólogos e
outros foram livros que escreveu para
deleite de muitas almas.
Nas primeiras mensagens, temos um
Humberto bem humano, com características
próprias do intelectual do mundo. Logo
depois, ele se vai espiritualizando,
sutilizando as ideias e expressões,
tornando-se então o escritor espiritual
predileto de milhares.
Os que lerem suas obras de antes e de
depois de morto, poderão constatar a
realidade do fenômeno espírita e a
autenticidade da mediunidade de Chico
Xavier.
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