Disse-me o Orgulho torvo, certo dia:
“Além da morte, tudo é sombra e nada...”
E a Ciência ajuntou, desalentada:
“A sepultura é cinza espessa e fria”.
E eu, cansado romeiro da agonia,
Busquei o pouso da Divina Fada,
Sonhando, em pranto, a paz inalterada
Para o inferno da angústia que eu trazia.
Mas, ante as portas do seu templo escuro,
Quando bradei: “Ó Morte que eu procuro,
Dá-me o olvido em teus braços maternais!...”
Escancarou-se o abismo miserando
E encontrei, desditoso, soluçando,
Escuridão, remorso e nada mais.
Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.