Artigos |
|
por
Inês Rivera Sernaglia |
Necessidade
incessante do
bem
O meu Pai trabalha até agora... (João 5:17)
Em todos os cantos observamos e ouvimos criaturas
queixosas e insatisfeitas pedindo socorro. Algumas se
revoltam, outras se conformam. Outras ficam inertes
esperando que algo de bom aconteça. E enquanto o homem
se preocupa com detalhes ínfimos e raciona a
distribuição desse ou daquele recurso, Deus não altera
suas Leis de Abundância: o sol nutrindo a vida em todas
as direções, o ar puro que respiramos sem medida, a
natureza exuberante, a música e a ciência, tudo bênçãos
divinas à nossa disposição. E as portas do amor sempre
abertas.
Entretanto, cada um enxerga e se provê dessas riquezas
de maneira diferente. O homem nasce para ser útil,
porém, quantas são as vezes em que esquecemos desse
nosso compromisso? É só surgir alguma dificuldade e
pronto... Uma doença, o rompimento de um relacionamento,
o desencarne de um ente querido, o fracasso de um
sonho, problemas econômicos e diferentes
circunstâncias que nos podem levar a limites e nos
fazem questionar se temos força necessária para
continuar adiante.
Nesse momento, quando nos observarmos à beira do
desânimo, aceleremos o passo para a frente, sem parar, e
oremos, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
A vida concorda com as pausas de refazimento das nossas
forças. Mas não se acomode com a inércia em momento
algum! Estamos no mundo de provas e expiações e somos
convidados à fé e ao trabalho constantemente. É
necessário assumir as dificuldades como oportunidades
para o aprendizado do ensinamento do Divino Mestre:
praticar o bem, vivendo o aqui e o agora, entendendo que
a felicidade do amanhã começa nas atitudes de hoje.
Cada um de nós encontra-se no lugar certo, com as
criaturas adequadas e nas circunstâncias justas,
necessárias ao trabalho que nos compete efetuar. Então,
se ainda fracassarmos porque somos Espíritos em
evolução e longe da angelitude, intensifiquemos nossos
esforços.
É importante não nos esquecermos de que, se Jesus, há
milênios, trabalha por nós para que tenhamos um
pequenino clarão de conhecimento, para que dissipemos
as sombras que ainda trazemos, com que coragem podemos
nos desanimar na obra de amparo aos nossos irmãos? E
ainda mais, estamos apenas começando a servir...
Haja o que houver, procuremos não desanimar; ignoremos
os impedimentos, pois todos os desafios existem para
estimular o nosso crescimento, para que as nossas
realizações sejam edificantes. Não temamos o mal, pois
temos a ajuda constante dos nossos anjos tutelares, de
maneira discreta ou visível. Eles nos ajudam, mas não
impedem as ocorrências negativas, porque nos empurrariam
para a inutilidade ou para a preguiça moral.
Além do mais, possuímos dívidas na contabilidade divina
que só a nós cabe resgatar, e o nosso Mestre nos permite
que, dessa forma, possamos regularizar os antigos
deslizes morais e espirituais.
Ele próprio, no Seu tempo entre nós, esteve cercado de
personagens maléficos querendo confundi-lo. De todos
os lados surgiram do bem e do mal. Sóbrio e sábio, Ele
procurou ensinar a mansidão e a prudência, a compaixão e
a caridade, a mise-ricórdia e a humildade. E mesmo
assim, não foi poupado de infâmias e acusações. E aí vem
a pergunta: quem somos nós, então, para querer um
caminho livre de espinhos e agruras?
O importante é estarmos conscientes do nosso programa
de trabalho e nunca desistir do bem. Insistir sempre na
campanha de amor, superar o próprio ego e compreender
que temos sombras de tendências inferiores que ainda
não conseguimos superar.
A benfeitora Joanna de Ângelis, no livro Segue em
Harmonia, pela psicografia de Divaldo Pereira
Franco, recomenda: “Por mais farpas do ódio gratuito te
alcancem, prossegue adiante com as tuas possibilidades,
mínimas que sejam, sem defender-te, não gastares tempo
em sofrimento inútil, nem te imobilizares, pois que o
objetivo que têm é exatamente esse”.
Abraçando, assim, a fé renovadora, trabalhemos nos
momentos de alegria e nos períodos de sofrimento, nos
dias de sol e nas noites sombrias, não escolhendo tempo
e lugar para a dedicação ao dever da solidariedade.
Cuidemos de perseverar no bem, não nos desviando do
compromisso que assumimos com o Senhor. Fracasso também
é lição, e a dor bem aproveitada é porta de acesso a
esferas superiores. Os que nos desprezam desconhecem
nossa essência. Mentalizemos o progresso e abracemos
nossa tarefa, porque o tempo tudo encaminha e a tudo
corrige. Oremos, mantendo a nossa mente sintonizada com
as vibrações superiores, e sigamos em frente confiando
em nós mesmos, mas, acima de tudo, confiando em Deus.
Bibliografia:
XAVIER, Francisco Cândido. Evangelho por Emmanuel,
comentários ao Evangelho segundo Mateus, pag. 172,
Brasília, FEB, 2014.
XAVIER, Francisco Cândido, Evangelho por Emmanuel,
comentários ao Evangelho segundo João, pag. 71,
Brasília, FEB, 2015.
|
|
|
|
|