Estória ou história?
Qual palavra deveremos utilizar quando nos referirmos a
uma narra-tiva ficcional?
Primeiramente, apesar das ressalvas feitas por
gramáticos respeitados ao uso da palavra estória,
é bom ter em conta que ela se encontra registrada no
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e nos mais
importantes léxicos de Brasil e Portugal, como o
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que nos
fornece, a respeito do vocábulo, as informações
seguintes:
estória (inglês
story, do latim historia, -ae, do grego historía, -as,
exame, informação, pesquisa, estudo, ciência)
substantivo feminino
Narrativa de ficção, oral ou escrita. = CONTO, FÁBULA,
HISTÓRIA, NOVELA
Segundo o Dicionário Houaiss, na etimologia dessa
palavra, estória foi
uma forma "adoptada pelo conde de Sabugosa com o sentido
de narrativa de ficção, segundo informa J.A. Carvalho no
seu livro Discurso & Narração, Vitória, 1995, p. 9-11".
Um
dos críticos com relação ao emprego de estória foi
Napoleão Mendes de Almeida, que escreveu, em seu Dicionário
de Questões Vernáculas, p. 139: “Mais do que
extravagância, existe incompreen-são nos que escrevem estória,
incompreensão que há já vários anos apontamos”.
Em
face da polêmica, o Dicionário Aurélio, embora registre
a palavra, pede-nos cautela e faz-nos mesmo uma
recomendação objetiva: "Recomenda-se apenas a grafia história,
tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de
narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções”.
A
proposta foi bem acolhida pela Direção de Redação de
dois dos mais importantes jornais brasileiros, a Folha
de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo.
No
seu “Novo Manual da Redação”, a Folha
de S. Paulo recomenda,
no verbete estória:
“Use história em
qualquer acepção”.
Idêntica recomendação lê-se no “Manual de Redação e
Estilo” do jornal O
Estado de S. Paulo: “Em qualquer sentido, use apenas história”.