Um leitor enviou-nos estas perguntas:
- Por que colmeia não tem acento e Méier tem?
- Por que jiboia não tem acento e destróier tem?
Vê-se que nas palavras mencionadas há os ditongos “ei” e
“oi”, ora sem acento, ora com acento (éi e ói).
A resposta é fácil de entender e gravar.
Os ditongos abertos ei e oi, quando aparecem em palavras
paroxítonas, não são mais graficamente acentuados. Para
quem já esqueceu, lembremos: paroxítona é a palavra cuja
sílaba tônica é a penúltima.
Assim, perderam o acento, a partir do recente Acordo
Ortográfico, palavras como idéia, colméia, bóia,
assembléia, Coréia, Judéia, jibóia, celulóide.
Elas são escritas agora da seguinte forma: ideia,
colmeia, boia, assembleia, Coreia, Judeia, jiboia,
celuloide.
Mantém-se, no entanto, o acento gráfico nas palavras
paroxítonas terminadas em R.
É devido a essa regra que escrevemos contêiner, Méier,
destróier.
De igual modo, o acento persiste quando a palavra for
oxítona: Niterói, herói, corrói, destrói.
*
A imprensa divulgou amplamente uma carta aberta dirigida
ao STJD, tribunal que julga em última instância as
questões desportivas.
Na Carta, firmada por advogados de vários clubes de
futebol, há um equívoco que nos chamou a atenção pela
frequência com que é cometido por pessoas acostumadas a
utilizar a chamada norma culta que rege o nosso idioma.
Ei-los:
... é inaceitável que se viole as
prerrogativas dos advogados [...]
... mas nunca se viole os
Direitos dos Réus [...]
... e sobretudo evite-se
danos que extrapolem os limites dos autos. [...]
Trata-se no caso do uso da chamada passiva sintética,
assunto a que nos reportamos na edição 514 desta
revista. Eis o link:http://migre.me/wJpzE
Eis como as frases deveriam ter sido escritas:
... é inaceitável que se violem as
prerrogativas dos advogados [...]
... mas nunca se violem os
Direitos dos Réus [...]
... e sobretudo evitem-se
danos que extrapolem os limites dos autos. [...]