A pétala
Se a maldade te fere, cruel, não guardes a pretensão de
removê-la
imediatamente do caminho. A pregação inoportuna de
virtudes, ainda potenciais, em tua alma poderia provocar
nova desesperação contra ti.
Não te precipites. Lança no espírito do teu irmão a
pétala sutil da renuncia que sabe calar e espera...
Se a dureza do próximo te magoa, contundente, não
admitas a possibilidade de
desintegrar a tonelada de pedra, simplesmente ao preço
de tuas palavras apresentadas em louvor às benções
divinas que ainda não aclimataste de todo no próprio
espírito, porque a tua indignação mal conduzida talvez
te multiplique os problemas inquietantes da estrada.
Não te revoltes. Lança no entendimento do companheiro a
pétala delicada do perdão e espera...
Se a maledicência te busca, perturbadora, não creias
seja possível transformá-la
em verbo santo, simplesmente porque te faças inopinado
veiculo de protestos quase sempre inúteis de teu
incipiente amor às coisas sagradas, porquanto a tua
manifestação intempestiva provavelmente envenenará o
pensamento do amigo em teu desfavor.
Não reproves. Lança, na alma do teu interlocutor, a
pétala da bondade oculta, numa frase pequenina de
solidariedade verdadeiramente humana, e espera...
Não desejes construir, de uma vez, a fortaleza de tua
santificação ou o castelo de tua felicidade.
Eleva-se a casa, tijolo a tijolo.
O século conhece a importância de cada dia.
Semeia as pétalas da fraternidade e da paz em teus
minutos mais insignificantes
e a vida te responderá, com a graça do tempo,
coroando-te nos cimos do mundo, com a glória da
sabedoria e do amor no teu próprio engrandecimento.
Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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