Vaidade
Quando cheguei, sem luz, ao fim do dia
E penetrei, gemendo, a noite escura,
Encontrei, quase ao pé da sepultura,
Triste bruxa de máscara sombria.
- “Que fazes, desditosa e negra harpia?”
Indaguei a tremer, de alma insegura.
E respondeu a estranha criatura:
- ”Teço angústia e pavor na cova fria...”
- “E quem és?” Insisti. Mas, nesse instante,
A megera agarrou-me, cambaleante,
E bradou: - “Ai dos míseros que venço”!
“Sou a vaidade humana desvairada...”
E, desferindo horrenda gargalhada,
Rolou comigo ao precipício imenso.
Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.