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por Claudio Viana Silveira

A devoção do Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum


Reportando-nos ao termo devoto, entendemos um indivíduo totalmente introspecto e recolhido ao mais completo colóquio com sua divindade... Não é este tipo de devoção que desejamos abordar.

Emmanuel nos assevera que “um trabalhador poderá demonstrar altas características de inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de repetição1”.

A seguir, o Benfeitor irá se concentrar no exemplo do Mestre crucificado: só Ele marcou o madeiro da cruz como sinal de abnegação, luz e redenção. Antes dele, homens e mulheres de Jerusalém e de toda a Palestina foram sentenciados a cruzes, mas, movido pela devoção à Sua causa, somente a Dele, a do Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus – INRI), ficou conhecida como símbolo de Salvação; o grande farol luminoso a influenciar, salvaguardar e direcionar a humanidade; ou o Império indestrutível, em contraponto a todos os terrenos que tiveram início, apogeu e ruína.

Convém explicarmos que, doutrinariamente, esse Rei abnegado indicou-nos, em todos os tempos, o ‘rumo’ da salvação. Salvamo-nos individualmente ‘com’ a vontade de perseguir esse sagrado rumo.

O Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso, exorta as comunidades de Éfeso – e a todos nós – que precisamos “renovar sem cessar o sentimento da nossa alma2”. Ou que não basta sermos inspirados diuturnamente, mas que precisamos elevar tal inspiração à categoria de zelo, cuidado, amor e serviço. Será importar-nos e, dessa forma, alçarmos nossa sensibilidade ao expoente máximo. E isso é devoção; embora que muito aquém daquela evidenciada nos feitos de nosso Rei.

Renovarmos sem cessar o sentimento da nossa alma significa o uso e o abuso das decisões do nosso coração em detrimento da razão: paradoxalmente – pois estudamos, vivemos e respiramos uma doutrina baseada em pensamentos claros e fé raciocinada –, tal renovação significa o nosso coração tomar atitudes que surpreendam nossa própria razão.

É o que sucede todas as vezes que analisamos a “necessidade da caridade, segundo São Paulo”, aquela que, com muita dificuldade desejamos colocar em prática, e que verificamos não ser “temerária, nem precipitada; que não é desdenhosa e não suspeita mal3”.

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É possível que o caminho de nossa devoção, embora um arremedo à de Nosso Senhor Jesus Cristo, passe, necessariamente, pelo ‘exagero’ do sentimento com prejuízo da razão. Haverá situações, as bem compreendidas pelo apóstolo Paulo e acima citadas, que ficaremos sem saída, pois somente o coração nos iluminará e salvará!...

 

Bibliografia:
 

1. Xavier, Francisco Cândido, Fonte viva, ditado por Emmanuel, em seu Cap. 67, Modo de sentir; 1ª edição da FEB;

2. Efésios, 4:23; e

3. I Coríntios, 13, 1 a 7.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita