Honra à
Liberdade
“Para o acesso à verdade, cada um tem seu dia.”
Como título “Em Honra da Liberdade”, Emmanuel nos
convida, no livro Palavras de Vida Eterna, lição
58, a refletir, junto com ele, sobre uma mensagem que o
Apóstolo Paulo envia ao povo de Colossos.
Encontramo-la em Colossenses, capítulo 2, versículo 8,
que diz o seguinte: “Tende cuidado para que ninguém
vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, conforme os
rudimentos do mundo, e não segundo o Cristo”.
Paulo nada mais fez do que confirmar nessa epístola o
que Jesus já havia ensinado quando enfatizou: “E
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
(João, 8:32.)
O que isso verdadeiramente significa para nós? Significa
que todas as vezes que nos inclinarmos a violentar o
pensamento alheio com nossas “verdades” e “certezas
eternas” seria bom nos lembrarmos dessas palavras do
Mestre.
A Bondade Suprema, a bondade de Deus, que é
infinitamente invariável, deixa os homens livres para
adquirirem conhecimentos. A partir daí, no nosso
entendimento, dois caminhos se apresentam para nossa
reflexão: quem ensina e o que ensina e quem aprende e o
que aprende.
No primeiro caso, Emmanuel nos adverte da presença, em
nosso caminho evolutivo, de criaturas a nos convidarem à
indisciplina e à estagnação. E por essa razão é
importante que fiquemos alertas a esses chamamentos,
sobretudo se já alcançamos alguma luz e se já possuímos
algum conhecimento, por menor que seja, dos ensinamentos
do Cristo.
Invigilantes que somos, quase sempre em relação às
nossas condutas do dia a dia, poderemos ser
surpreendidos por pessoas que procuram nos constranger a
ler a cartilha da realidade pelos seus olhos – e não
pelos nossos – e a interpretar os ensinamentos do
cotidiano pelas suas cabeças, e não pelas nossas.
Desfiguram os preceitos da verdade, fantasiando fatos,
armando ciladas para nosso orgulho e nosso egoísmo –
ainda tão presentes em nossa existência planetária
–levando-nos à rebelião, ao pessimismo, à viciação e à
inutilidade.
Somos, parece-nos, alvos fáceis porque ainda não
despertamos para a verdade do Cristo, que nos convida,
constante e incansavelmente, à modificação de nossas
disposições íntimas para o crescimento e a evolução
espiritual. Somos renitentes porque insistimos em saber
mais do que Ele, de imaginar que conhecemos mais nossas
necessidades do que Ele, de que temos muito tempo ainda
pela frente e é preciso “aproveitar a vida”.
Convém, pois, que nos acautelemos para não sermos
limitados na nossa liberdade de agir, pensar e sentir.
Jesus nos converte em filhos emancipados da Criação e
não em escravos de sistemas fantasiosos, no dizer de
Emmanuel.
O segundo caminho, para nossa reflexão, diz respeito a
nós próprios, ou seja, quem aprende e o que aprende.
Mais uma vez, o autor espiritual nos alerta para a
renovação interior, para a modificação dos nossos
sentimentos – principalmente da vontade de sermos os
agentes desse processo –, buscando o esclarecimento para
a solução dos problemas fundamentais da vida, quais
sejam os problemas do ser (quem sou), do destino (de
onde vim e para onde vou) e da dor (por que estou na
Terra passando por tantas aflições).
Convida-nos, assim, a ficar vigilantes em relação ao que
o Cristo nos ensinou sem deturpações, sem ilusões vãs,
sentindo verdadeiramente a necessidade de encontrar essa
ampliação em amor e sabedoria, através do trabalho no
bem, do conhecimento da verdade que liberta e da
iniciativa de procurar o melhor caminho para nos
tornarmos bons.
Quando Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará”, o “Mestre não designou
lugar, não traçou condições, não estatuiu roteiros, nem
especificou tempo. Prometeu simplesmente ‘conhecereis a
verdade’, e, para o acesso à verdade, cada um tem seu
dia”.
Bibliografia:
Xavier, F. C. – Palavras de Vida Eterna – ditado
pelo Espírito Emmanuel – 20ª ed., Edição CEC –
Uberaba/MG – lição 130.