Nobilitação
necessária
Cair é acidente próprio dos que caminham
"(...) progredir sempre: tal é a Lei." - Allan
Kardec.
Descoroçoamos - vezes sem conto - pelos ásperos caminhos
da longa jornada evolutiva que há milênios
empreendemos...
Quando mais esclarecidos, é com muita tristeza que
observamos a superlativa defasagem entre o que somos e o
que já deveríamos ser; e, desalentados, repetimos
para nós mesmos, intimamente:
- Constato que não sirvo para nada...
- Não consigo melhorar-me...
- Como trabalhar para Jesus se não sou santo?
- Acoroçoo maus pensamentos. Não posso orar!
- Não tem jeito comigo!...
- Sou um poço de iniquidades...
- Minhas fraquezas e erros impedem a ascensão.
- Sinto-me um verme etc...
Vergados sob o peso de tais ideias, fugimos,
envergonhados, dos arraiais de trabalho onde lograríamos
a elevação espiritual e continuamos a nos autoflagelar
com as farpas ferintes das nossas onipresentes
limitações.
Emendar, corrigir, restaurar, refazer... Tais são os
verbos que podemos e devemos conjugar em todos os tempos
e modos nessa situação. Observemos que todos esses
verbos exprimem ação; e, no caso, estão a indicar-nos os
processos aos quais nos devemos vincular para
revertermos o quadro de impossibilidades e frustrações.
Aprendamos a reagir ao desalento e ao "homem-velho"
que teimam em ditar as normas de nossa conduta,
lembrando-nos de que se todos fôssemos espiritualmente
sadios, não seria necessária a vinda de Jesus ao nosso
Orbe para nortear-nos.
Analisando o assunto e reconhecendo nossos impedimentos
e limitações, recomenda Emmanuel:
“paciência
incessante em todas as dores e em todas as
circunstâncias, a fim de que venhamos a transpor com
segurança as dificuldades que vigem por fora, mas também
cultivar a paciência conosco. Sim! Paciência conosco,
para construirmos a nobilitação que nos é necessária.
Com isso não queremos dizer que devamos acalentar as
nossas fraquezas ou aplaudir as próprias faltas, mas
sim, que não nos cabe interromper a edificação, no mundo
íntimo, quando surjam falhas em nós, no serviço do bem
que nos toca fazer.
(...) Cair é acidente próprio dos que caminham”.
Quem recorre ao refrão popular: "pau que nasce torto,
morre torto e não tem jeito" esquece-se de que
existem milhares de troncos, tortos na configuração
externa, guardando seiva robusta e sadia, na produção
dos frutos com que alimentam as criaturas.
“Na paciência possuireis as vossas almas",
dizia Jesus. Isso significa que precisamos de paciência,
não só para angariar a simpatia e a colaboração das
almas alheias, mas também para educar-nos.