Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

A ave e o hipopótamo
 
Uma avezinha que estava sempre a se beneficiar de um grande hipopótamo, alimentando-se dos insetos que pousavam sobre sua grossa pele, certo dia estranhou vê-lo deitado no meio do mato, sem se mover. Aproximou-se mais, batendo as asinhas no ar e pensando:

— O que terá acontecido com esse hipopótamo? Ele deve estar muito mal, pois nem os insetos estão pousando em sua pele!...
 

Preocupada, a avezinha ali permaneceu, cuidando do enorme animal que não se mexia e nem abria os olhos, mantendo-os fechados.

Então, a avezinha ficou por perto, observando o hipopótamo. Nem uma vez ele se mexeu! Cheia de piedade daquele que por tanto tempo lhe servira de meio de alimentação, e que agora parecia morto, a avezinha, vendo-lhe a boca aberta, teve uma ideia: resolveu alimentá-lo.

Como sempre se beneficiara dele, agora queria ajudá-lo. Assim, ela procurou no meio do mato resto de alimentos que pudessem lhe servir e começou a trazer com grande dificuldade pelo peso que tinham, mas que ela sabia seria bom para o grande animal, seu amigo.

Assim, ela trazia o que achava, colocava na boca do animal que, ao sentir a comida, punha-se a mastigá-la e, desse modo, ia-se fortalecendo aos poucos.

Satisfeita, a avezinha voltava para a floresta em busca de mais alimentos para seu amigo hipopótamo.

No final do dia ela estava exausta, mas contente por ter conseguido ajudar aquele que sempre fora sua maior fonte de insetos e, também, sabendo que ele precisava de água, mergulhava num riacho e depois, chegando perto dele, ela batia as asinhas e jogava-lhe as gotas de água na boca, que se refrescava com a água, fortalecendo-se.

Desse modo, logo o hipopótamo estava se recuperando. Abrindo os olhos, pôde ver quem o auxiliava. Então, ele perguntou:

— Avezinha, por que está me ajudando? Agradeço-lhe, mas sou grande e pesado. Todos fogem de mim, mas não você!... Não tem medo?

Então, batendo as asinhas, ela disse:

— É que eu preciso de você, pois me alimento dos insetos que ficam em sua pele. Sem eles, eu morreria!...

E o hipopótamo, olhando a bela avezinha, murmurou:

— Pois você salvou minha vida, avezinha! Sou muito grato a você que tanto me ajudou. Obrigado! Desse modo, nos ajudamos mutuamente! Quero ser seu amigo para sempre.

E a avezinha piou dizendo:

— Eu também, meu amigo hipopótamo. Amigos então?

— Sim! E nos ajudaremos mutuamente, não é?

— Sim, meu grande amigo. Gosto muito de você e nos fortaleceremos.

Assim, a avezinha pousou na grossa pele do hipopótamo, fazendo-lhe um agrado nas costas, e ele, chegando o imenso nariz no bico da avezinha, disse:

— Então, vamos ser amigos para sempre?

— Sim! Ambos nos ajudaremos e nossa amizade só crescerá!

A avezinha deu um beijo no hipopótamo que respondeu encostando a imensa boca nas penas dela.

A partir desse dia, todos os animais que passavam por eles estranhavam ver uma linda ave passeando no lombo do enorme hipopótamo, enquanto conversava com ele.


MEIMEI 


(Página psicografada por Célia Xavier de Camargo, em 22/05/2017.)

 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita