Preocupada, a avezinha ali permaneceu, cuidando do
enorme animal que não se mexia e nem abria os olhos,
mantendo-os fechados.
Então, a avezinha ficou por perto, observando o
hipopótamo. Nem uma vez ele se mexeu! Cheia de piedade
daquele que por tanto tempo lhe servira de meio de
alimentação, e que agora parecia morto, a avezinha,
vendo-lhe a boca aberta, teve uma ideia: resolveu
alimentá-lo.
Como sempre se beneficiara dele, agora queria ajudá-lo.
Assim, ela procurou no meio do mato resto de alimentos
que pudessem lhe servir e começou a trazer com grande
dificuldade pelo peso que tinham, mas que ela sabia
seria bom para o grande animal, seu amigo.
Assim, ela trazia o que achava, colocava na boca do
animal que, ao sentir a comida, punha-se a mastigá-la e,
desse modo, ia-se fortalecendo aos poucos.
Satisfeita, a avezinha voltava para a floresta
em busca de mais alimentos para seu amigo
hipopótamo.
|
|
No final do dia ela estava exausta, mas contente por ter conseguido
ajudar aquele que sempre fora sua maior fonte de insetos
e, também, sabendo que ele precisava de água, mergulhava
num riacho e depois, chegando perto dele, ela batia as
asinhas e jogava-lhe as gotas de água na boca, que se
refrescava com a água, fortalecendo-se.
Desse modo, logo o hipopótamo estava se recuperando.
Abrindo os olhos, pôde ver quem o auxiliava. Então, ele
perguntou:
— Avezinha, por que está me ajudando? Agradeço-lhe, mas
sou grande e pesado. Todos fogem de mim, mas não
você!... Não tem medo?
Então, batendo as asinhas, ela disse:
— É que eu preciso de você, pois me alimento dos insetos
que ficam em sua pele. Sem eles, eu morreria!...
E o hipopótamo, olhando a bela avezinha, murmurou:
— Pois você salvou minha vida, avezinha! Sou muito grato
a você que tanto me ajudou. Obrigado! Desse modo, nos
ajudamos mutuamente! Quero ser seu amigo para sempre.
E a avezinha piou dizendo:
— Eu também, meu amigo hipopótamo. Amigos então?
— Sim! E nos ajudaremos mutuamente, não é?
— Sim, meu grande amigo. Gosto muito de você e nos
fortaleceremos.
Assim, a avezinha pousou na grossa pele do hipopótamo,
fazendo-lhe um agrado nas costas, e ele, chegando o
imenso nariz no bico da avezinha, disse:
— Então, vamos ser amigos para sempre?
— Sim! Ambos nos ajudaremos e nossa amizade só crescerá!
A avezinha deu um beijo no hipopótamo que respondeu
encostando a imensa boca nas penas dela.
A partir desse dia, todos os animais que passavam por
eles estranhavam ver uma linda ave passeando no lombo do
enorme hipopótamo, enquanto conversava com ele.
MEIMEI
(Página psicografada por Célia Xavier de Camargo, em
22/05/2017.)