A moça abatida, num acesso de tosse, chegara ao “Luiz
Gonzaga” com a receita médica. Estava tuberculosa. Duas
hemoptises já haviam surgido como horrível prenúncio.
O doutor indicara remédios, entretanto...
— Chico, — disse a doente — o médico me atendeu e
aconselhou-me a usar esta receita por trinta dias...
Mas, não tenho dinheiro. Você poderia arranjar-me uns
cobres?
O Médium respondeu com boa vontade:
— Minha filha, hoje não tenho... E meu pagamento no
serviço ainda está longe...
— Que devo fazer? Estou desarvorada...
Chico pensou, pensou, e disse-lhe:
— Você peça à nossa Mãe Santíssima socorro e o socorro
não lhe faltará. A que horas você deve fazer a
medicação?
— De manhã e à noite.
— Então você corte a receita em sessenta pedacinhos.
Deixe um copo de água pura na mesa, em sua casa e, no
momento de usar o remédio, rogue a proteção de Maria
Santíssima. Tome um pedacinho da receita com a água
abençoada em memória dela e repetindo isso duas vezes
por dia, no horário determinado, sem dúvida, pela fé,
você terá usado a receita.
A enferma agradeceu e saiu.
Passado um mês, a moça surgiu no Centro, corada e
refeita.
— Oh! é você? — disse o Médium.
— Sim, Chico, sou eu. Pedi o socorro de Nossa Mãe
Santíssima. Engoli os pedacinhos do papel da receita e
estou perfeitamente boa.
— Então, minha filha, vamos render graças a Deus. E
passaram os dois à oração!
Do livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro
Gama.