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por Altamirando Carneiro

O caminho do entendimento

“Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram...” (Jesus)

Caminhando pela estrada de Emaús, os discípulos conversavam com o Mestre; mesmo assim, tiveram dificuldade em identificá-lo com a razão, mas era como se o coração se lhes queimasse no peito quando Jesus lhes explicava as passagens das Escrituras Sagradas que Dele falavam.

Caminhamos rumo a um entendimento maior da vontade de Deus, mas muitas coisas que ouvimos falar, embora falem fundo em nosso coração, são difíceis de serem aceitas de imediato, ainda que, se o fossem, se transformariam em um bálsamo para o nosso íntimo.

Achamos que a morte é uma coisa irremediável e por isso sofremos quando nos deparamos com ela, a entendemos como se fosse uma porta que se fechasse à nossa frente, fazendo uma barreira intransponível entre nós e o nosso ente que se foi, tornando irremediável a separação. Mais do que a ausência, a sensação de que talvez não mais o encontremos faz com que a saudade e a dor aumentem.

Entretanto, ouçamos o Mestre: "Por que vocês demoram a crer?" Em outras palavras: "Se Eu tivesse efetivamente sido morto na forma que creem, como poderia estar aqui falando com vocês?" Definitivamente, devemos acreditar na nossa eternidade. Somos seres indestrutíveis em evolução permanente, rumo à Sabedoria e ao Amor universais. À nossa frente se descerra, não a morte e a separação, mas a Luz e a união permanente com os nossos e com todos os demais seres que compõem a Criação Divina.

Sabendo-nos eternos e que evoluímos para a perfeição, fácil nos será compreender a responsabilidade para conosco mesmos e para com os outros e ao mesmo tempo avaliar o teor de nossas ações, se elas são orientadas para o amor e se geram harmonia. A consciência nos indicará quando estivermos falhando e nos pedirá que passemos pela mesma situação, a fim de ficarmos em paz conosco mesmos.

Ao abrirmos a mente a estas verdades, passamos a valorizar mais os ensinamentos de Jesus que, mostrando a eternidade da vida, o valor do perdão e do amor, permitem-nos corrigir a nossa conduta.

Ao entendermos a inexistência da separação, ficamos alegres por sabermos que os que conosco conviveram continuam ao nosso lado e nos tornamos cautelosos em fazer inimizades, pois, pela mesma razão, também compreendemos que os inimigos não se separam de nós.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita