Vivemos num
mundo emprestado
de nossos netos
Sim, vivemos hoje com nossos filhos e vamos deixar no
futuro, para nossos netos, o nosso planeta. Vamos
deixá-lo como recebemos, ou melhorado?
Pensando no futuro e naquilo que nos emprestaram os
nossos antepassados e em como vamos devolver para nossos
netos, vejamos o que disse o advogado que lutou pela
liberdade e igualdade dos negros americanos, Martin
Luther King:
“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda
assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é
a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos
aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os
peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como
irmãos”.
Outro pacifista, que libertou a Índia da opressão
inglesa, também defende a sobriedade e a igualdade,
Mahatma Gandhi:
“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa
carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário,
não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de
fome”.
Na Bíblia, em Eclesiastes, 3:1-2, fala-se do presente e
do futuro que o Criador reservou para todos nós, tanto
em relação à nossa vida como também ao meio ambiente:
“Existe um tempo certo para cada coisa, momento oportuno
para cada propósito debaixo do Sol: tempo de nascer,
tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher”.
Não podemos ficar isolados na sociedade, todos têm que
dar sua contribuição para o bem-estar social e para o
equilíbrio do meio ambiente, reconhecendo que somos
parte integrante do ambiente em que Deus nos colocou a
viver. Este é o melhor momento de nossas vidas: aquele
em que podemos abrir a mente e pensar não apenas em nós
e sim no coletivo.
Pensando assim, cinco séculos antes de Cristo, o
pensador e filósofo chinês Confúcio ensinou:
“Se você tem metas para um ano, plante arroz. Se você
tem metas para dez anos, plante uma árvore. Se você tem
metas para cem anos, então eduque uma criança. Se você
tem metas para mil anos, então preserve o meio
ambiente”.
O mundo capitalista nos induz a ter e consumir, enquanto
a mensagem de Jesus nos fala em dar e servir.
Por sua vez, o pensador grego Aristóteles, que foi
discípulo de Platão e como filósofo escreveu sobre as
diversas áreas do conhecimento humano, asseverou, como
se falasse para hoje:
“As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se
vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem
morrer amanhã”.
Mas voltemos ao nosso meio ambiente, ao qual a primeira
semana de junho foi dedicada, sendo o dia 5 sua data
comemorativa especial: dia da ecologia. O médico indiano
Deepak Chopra, radicado nos Estados Unidos, que também é
escritor e professor, afirma:
“As árvores são nosso pulmão, os rios nosso sangue, o ar
é nossa respiração, e a Terra, nosso corpo”.
Sobre a fonte de vida que é a natureza, o Espírito Maria
Dolores, através de Chico Xavier, poetisa:
“A fonte, a deslizar singela e boa, / Passa fazendo o
bem,
Dessedenta, consola, alivia, abençoa / Sem perguntar a
quem...”.
Será que já praticamos uma boa ação na semana? Aliviamos
a provação de alguém, abençoamos aqueles que convivem
conosco, consolamos os desamparados, ou continuamos em
nossa vidinha cômoda e confortável?
A vida exige esforço e determinação, primeiro para
vencer a nós mesmos, e depois para conquistar nosso
mundo, como bem diz o escritor francês André Gide, que
recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1947:
“O
ser humano não descobre novos oceanos se não tiver a
coragem de perder o litoral de vista”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora
EME e especialista em dependência química pela
USP-SP-GREA.