A missão dos
Espíritos
encarnados,
considerando-se
os tempos de
crise
A Espiritualidade da Verdade responde ao codificador,
Allan Kardec, na questão nº 573 de O Livro dos
Espíritos, que a missão dos Espíritos encarnados
consiste:
Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em
lhes melhorar as instituições, por meios diretos e
materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e
importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre
missão como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a
Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se
depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a
execução dos desígnios da Providência. Cada um tem neste
mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma
utilidade.
Diante dessa importantíssima resposta para a nossa
evolução moral e espiritual, convido o amigo leitor à
seguinte reflexão:
1) Quando encarnados, assumimos, de plano, o compromisso
para com nós mesmos perante o grupo familiar e
a comunidade onde estamos inseridos. Logo, geramos, para
cada um de nós, uma responsabilidade moral, cidadã e
espiritual.
2) Com o Evangelho de Jesus, implantado nas
consciências, tomaremos consciência da nossa missão
enquanto encarnados e cumpriremos, naturalmente, os
nossos compromissos onde nos encontramos, contribuindo
com a nossa própria melhoria e promovendo o nosso grupo
familiar e a nossa comunidade, colaborando, portanto,
com o progresso moral e espiritual de todo o universo.
3) Da resposta esclarecedora da Espiritualidade da
Verdade, podemos interpretar que em tempos de
normalidade a nossa missão, enquanto encarnados,
consiste em instruir os homens, em lhes auxiliar o
progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios
diretos e materiais. Esse é o tópico principal, ou seja,
a ideia central.
4) Agora vem o seguinte desafio: e em tempos de
anormalidade, a exemplo dos tempos de crises
diversas, qual deve ser a postura dos Espíritos
encarnados?
Como sabemos e estamos testemunhando, o planeta Terra,
de um modo geral, está passando por crises diversas.
Logo, estamos diante das crises. São as crises
políticas, as crises de relacionamento, as crises
econômicas e financeiras, as crises existenciais, as
crises pela busca do poder etc. e tal.
Em síntese: tudo isso se resume e emana da crise moral
por que passa a humanidade. Ou seja: na dificuldade que
ainda temos de nos esforçarmos em domar as nossas más
inclinações.
Mas a questão a que pretendemos chegar é a seguinte:
Em tempos de crises, a exemplo da crise política em que
se encontra o nosso país, as pessoas [= Espíritos
encarnados] devem ter em mente que o Espírito encarnado,
em tese, é um cidadão. Exerce as suas obrigações e goza
de seus direitos constitucionais. Tem o direito de
manifestar-se e de participar ativamente das
manifestações em conformidade com a lei, dentro do bom
senso, atentando-se aos bons costumes.
O Espírito encarnado, consciente da sua missão e com
conhecimento das leis divinas e das leis humanas,
apresentará, em defesa e em nome dos ideais legítimos da
coletividade, a sua manifestação pacífica, expondo a
legalidade das suas reivindicações, sem jamais através
de atos de vandalismo, sem causar prejuízo ao patrimônio
público e ao particular, bem como à imagem das pessoas.
Isso é: atuará exercendo, pacificamente, o poder de
convencimento.
Para isso, precisamos estudar mais o Evangelho de Jesus
à luz da Doutrina Espírita e nos esforçarmos a domar as
nossas más inclinações, conscientizando-nos da
consistência da nossa missão, quando encarnados, em
instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em
lhes melhorar as instituições, por meios diretos e
materiais.