Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

Amor aos animais

 
Certa ocasião, andando por um campo, sem destino, Rogério, rapaz de 17 anos, encontrou alguns cavalos que pastavam tranquilamente e chegou perto deles. Com cuidado, viu um pônei e aproximou-se dele. Era malhado, castanho e branco. Lindo!

Colocando a mão em sua cabeça, fez um afago no cavalinho, que olhou para ele e relinchou.

O rapazinho sorriu, satisfeito com a reação do pônei. Depois, andou um pouco mais, ao ver outro cavalo e também passou a mão em seu lombo.

Nesse momento, o outro pônei aproximou-se, cheirando sua cabeça. Rogério achou graça e ficou brincando com o cavalinho.

Sentiu vontade de montá-lo, e, passando a mão no pelo dele, pulou. O pônei sentindo o peso do rapazinho correu pela campina, contente.

Enquanto Rogério estava cavalgando, o dono dos cavalos chegou e estranhou ver o rapazinho cavalgando seu pônei. Ao ver o homem que deveria ser o dono da propriedade, Rogério diminuiu a corrida e aproximou-se dele, que talvez não tivesse gostado de ver um estranho cavalgando um cavalo seu, e disse:

— Desculpe-me, senhor! Este pônei é seu?

— Sim.  E os outros cavalos também.

— Peço-lhe perdão. Quando vi seu pônei, fiquei maravilhado! Ele é muito lindo! Tentei montá-lo e ele aceitou. Pensei que ele fosse reagir, mas ficou normal, e saímos cavalgando.

O dono do pasto, admirado, perguntou:

— O que mais você fez para que ele o aceitasse?

— Nada, senhor! Apenas passei com carinho a mão na cabeça dele, nas suas costas, e ele não reagiu. Então, experimentei montá-lo, e saímos cavalgando.

Sentando-se numa pedra que tinha ali perto, o patrão tirou o chapéu e com um lenço enxugou o rosto suado pelo calor. Depois, chamando o rapazinho, disse:

— Você já trabalhou com cavalos?

— Não, senhor. Mas gosto de animais e eles de mim! Não sei a razão!

— Pois eu sei. Você tem jeito para lidar com os animais. Eles gostam de carinho, de atenção, de uma voz suave falando com eles. É por isso que você conseguiu montá-lo. Este potro é meu animal mais bravo. Não aceita que cheguem perto dele e que o montem. Mas você conseguiu, porque o trata com carinho e delicadeza.

— Talvez seja porque eu gosto de cavalos, como gosto de outros animais.

— Gostaria de trabalhar comigo? Estou precisando de alguém para cuidar dos cavalos. O que acha?

O rapazinho pensou um pouco e sorriu dizendo:

— Na verdade, senhor, eu estou desempregado. Meu antigo patrão morreu e a viúva vendeu o sítio. Eu gostaria, sim, de trabalhar com seus animais. Tenho facilidade em entendê-los, e eles a mim. Se o senhor achar que eu sirvo, estou à sua disposição!

Então Rogério passou a trabalhar naquele sítio, sentindo-se feliz por lidar com aqueles cavalos que também gostavam dele.

Um dia o patrão observava, vendo-o adestrar um cavalo que chegara e que tinha fama de ser perigoso, e indagou surpreso:

— Rogério, por que os cavalos gostam tanto de você? Até este que chegou ontem, e que tem fama de bravo!... Meus empregados tentaram montá-lo, mas ele não aceitou. No entanto, aceitam você muito bem! Por que será?

— Olha, patrão, só posso achar que é devido ao carinho que sinto por eles, e que faz com que eles percebam e sintam o mesmo por mim! Os animais sentem quando a gente não gosta deles. Sabem que não estou fingindo!

— Também acho isso. E agradeço-lhe por ter ficado aqui no sítio, cuidando dos meus cavalos, aos quais eu sou muito ligado! Estou contente por tê-lo aqui conosco! Obrigado, amigo!   


MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, em 10/04/2017.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita