Estudando as obras
de André Luiz

por Ana Moraes

 
Apostilas da Vida
(Parte 8 e final)
 

Concluímos nesta edição o estudo sequencial do livro Apostilas da Vida, obra escrita por André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1986. 


Questões preliminares


A. São muitas e variadas as tarefas que os Benfeitores Espirituais realizam rotineiramente?  

Sim. André Luiz menciona nesta obra um exemplo expressivo. Em certa ocasião, organizada a sessão, os Espíritos Benfeitores, através das solicitações expressas nas preces, foram convidados à execução da seguinte empreitada: 520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos; 50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados; 200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico; 35 visitas de assistência a lares distantes; 150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

B. Das tarefas mencionadas na questão anterior, os trabalhadores encarnados deveriam também participar?

Evidentemente. Para atender à demanda descrita, os componentes da sessão deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

C. Solicitados a cooperar, como se comportaram os componentes da equipe?

Alguns poucos amigos atenderam, sim, aos encargos que lhes competiam, mas a maioria não, porque o nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa e, desse modo, mesmo visitados mentalmente pelos Benfeitores Espirituais, cada qual deu uma desculpa própria para eximir-se de participar dos trabalhos. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)


Texto para leitura


131. História de uma sessão – Organizada a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada: 520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos; 50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados; 200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico; 35 visitas de assistência a lares distantes; 150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

132. Além disso, deveriam eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

133. Em troca, os componentes da assembleia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

134. Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se vestiu de sombras. O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

135. Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

136. Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

137. Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável. Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz. Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

138. Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos. Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles. Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

139. Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado. Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

140. Quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

141. A sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiu até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

142. Que entre nós, meus amigos, assim não aconteça. Espiritismo é amor e contentamento. Sempre que desejarmos a vitória do bem, auxiliemos o bem e o plantemos. Levemos até os Benfeitores Espirituais o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé. Permutemos experiências e corações. Amparemo-nos aos outros. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

143. A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte. (Apostilas da Vida – História de uma sessão.)

144. Súplica – André Luiz termina esta obra com a prece abaixo reproduzida:

“Pai, acende a tua divina luz em torno de todos aqueles que olvidaram a bênção nas sombras da caminhada terrestre. Ampara aos que esqueceram de repartir o pão que lhes sobra na mesa farta. Auxilia aos que não se envergonham de ostentar felicidade ao lado da penúria e do infortúnio. Socorre aos que não se lembram de agradecer aos benfeitores que lhes apoiam a vida. Compadece-te daqueles que dormiram nos pesadelos da delinquência, transmitindo herança dolorosa aos que iniciam a jornada humana. Levanta os que olvidaram a abnegação no serviço ao próximo. Apieda-te do sábio que ocultou a inteligência entre as quatro paredes do paraíso doméstico. Desperta os que sonham com o domínio do mundo, desconhecendo que a existência no corpo físico é simples minuto entre o berço e o túmulo, à frente da imortalidade. Ergue os que caíram vencidos pelo excesso de conforto material. Corrige os que espalham a tristeza e o pessimismo. Perdoa aos que recusaram a oportunidade de pacificação e marcham disseminando a revolta e a indisciplina. Intervém a favor de todos os que se acreditam detentores de fantasioso poder e supõem loucamente absorver os juízos, condenando os próprios irmãos. Acorda as almas distraídas que envenenam o caminho alheio, com a agressão espiritual dos gestos intempestivos. Estende paternas mãos a todos os que olvidaram a sentença da morte renovadora da vida que a tua lei lhes gravou no corpo precário. Esclarece aos que se perderam nas sombras do ódio e da vingança, da ambição desregrada e da impiedade fria, que se acreditam poderosos e livres quando não passam de escravos dignos de compaixão diante de teus desígnios. Eles todos, Pai, qual já sucedeu a tantos de nós, são delinquentes que escapam aos tribunais da Terra, mas estão assinalados por tua justiça soberana e perfeita, por atos lamentáveis de deserção e indiferença, perante o Infinito Bem. Assim seja.” (Apostilas da Vida – Súplica.)

 

Fim

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita