Artigos

por Ricardo Orestes Forni

Abençoada escola


Muitas crianças na época de iniciarem a sua caminhada até a escola apresentam resistências variadas. Umas apenas negam viver essa nova experiência. Outras choram e protestam. Outras se negam peremptoriamente a obedecer aos pais nessa nova empreitada em que eles se empenham junto aos filhos.

As razões desse comportamento são muito variadas. A criança irá deixar o ambiente conhecido do lar e adentrar um novo e desconhecido lugar. Terão que aprender a viver e a conviver com os coleguinhas dividindo espaço, respeitando o direito do outro. Na escola terão deveres a cumprir. Lições para serem estudadas. Provas a realizar. Aulas que a manterão por determinada cota de tempo dentro de uma sala, ou seja, é uma situação totalmente nova do ambiente conhecido, dominado e tranquilo do lar. Mas precisam dessa nova experiência e terão de vivenciá-la para o próprio bem. Evidentemente que os psicólogos e pedagogos podem elencar muitas outras razões.

Mas por que será que temos medo da escola da Terra como Espíritos imortais? É. Medo! Alguns até mesmo repulsa, pois já ouvi muita gente dizer que se tiver que renascer, aqui nesse planeta, não voltarão! Mal sabem essas pessoas o quanto terão que lutar para merecer o retorno à abençoada escola que nos abriga hoje no planeta Terra!

E por que será que muitas pessoas consideram a jornada terrestre um peregrinar em um vale de lágrimas?

Por acaso foi Deus quem colocou as guerras fratricidas no mundo? Será que foi Ele quem introduziu corruptos e corruptores na sociedade com toda as consequências negativas desse posicionamento? Foi o Pai quem criou os crimes hediondos? É a Providência Divina que está poluindo os rios e tornando a atmosfera cada vez mais comprometida? Os presídios, os orfanatos, os asilos, os hospitais existem como locais de punição que uma Divindade sedenta de sofrimentos criou?

Vejamos a opinião de Emmanuel na página Terra – Bênção Divina, do livro Palavras De Vida Eterna: “Não amaldiçoes o mundo que te acolhe.

Nele encontras a Bênção Divina, envolvente e incessante, nas bênçãos que te rodeiam.

O regaço materno...

O refúgio do corpo...

O calor do berço...

O conforto do lar...

O privilégio da oração...

O apoio do alfabeto...

A alegria do trabalho...

O amparo das afeições...

Do mundo recebes o pão que te alimenta e o fio que te veste.

O Criador não no-lo ofertou por exílio ou prisão, mas por escola regenerativa e abrigo santo, qual divino jardim a pleno céu, esmaltado de sol durante o dia, e envolvido de estrelas durante a noite.

Se algo nele existe que o tisna de lágrimas e empesta de inquietação, é a dor de nossos erros...”

Mas retornando à pergunta sobre a razão de reclamarmos tanto da escola da Terra, não seria porque gostaríamos de realizar uma viagem de turismo “por essas bandas”?

Dinheiro farto! Moradia luxuosa! Saúde perene! Posição social de relevo! Propriedades a perder de vista, mesmo que ficassem no mundo após a nossa partida! Mulher perfeita! Filhos exemplares! Marido que fosse a representação do príncipe encantado! Aposentadoria polpuda após um dia de trabalho! Direitos sem limites mesmo que invadíssemos o direito alheio! Encontros com antigos amores e desencontros com os desafetos!

Não seria mais ou menos por aí que protestamos quando a Providência Divina, por misericórdia, nos matricula na escola da Terra? Agimos e reagimos como aquelas crianças que não entendem as razões por que os pais as levam para aprender a ler e a escrever embora protestem!

Se Deus amou o mundo a tal ponto de permitir que Jesus aqui estivesse para nos ensinar o Caminho da Verdade e da Vida, julgamos que fomos “matriculados” em lugar errado?!

Mal sabem os que assim se posicionam o quanto terão que produzir para repetir a dose!

E para aqueles que realmente não desejam mais voltar à face desse planeta, a solução é simples: saldem todas as dívidas que aqui contraíram e aprendam tudo o que essa escola tem a ensinar, em apenas uma existência, e estarão dispensados de realizar nova matrícula nesse educandário bendito!

Eu estou à espera de que abram novas “matrículas” para ver se consigo um lugar por aqui mesmo!
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita