Abençoada escola
Muitas crianças na época de iniciarem a sua caminhada
até a escola apresentam resistências variadas. Umas
apenas negam viver essa nova experiência. Outras choram
e protestam. Outras se negam peremptoriamente a obedecer
aos pais nessa nova empreitada em que eles se empenham
junto aos filhos.
As razões desse comportamento são muito variadas. A
criança irá deixar o ambiente conhecido do lar e
adentrar um novo e desconhecido lugar. Terão que
aprender a viver e a conviver com os coleguinhas
dividindo espaço, respeitando o direito do outro. Na
escola terão deveres a cumprir. Lições para serem
estudadas. Provas a realizar. Aulas que a manterão por
determinada cota de tempo dentro de uma sala, ou seja, é
uma situação totalmente nova do ambiente conhecido,
dominado e tranquilo do lar. Mas precisam dessa nova
experiência e terão de vivenciá-la para o próprio bem.
Evidentemente que os psicólogos e pedagogos podem
elencar muitas outras razões.
Mas por que será que temos medo da escola da Terra como
Espíritos imortais? É. Medo! Alguns até mesmo repulsa,
pois já ouvi muita gente dizer que se tiver que
renascer, aqui nesse planeta, não voltarão! Mal sabem
essas pessoas o quanto terão que lutar para merecer o
retorno à abençoada escola que nos abriga hoje no
planeta Terra!
E por que será que muitas pessoas consideram a jornada
terrestre um peregrinar em um vale de lágrimas?
Por acaso foi Deus quem colocou as guerras fratricidas
no mundo? Será que foi Ele quem introduziu corruptos e
corruptores na sociedade com toda as consequências
negativas desse posicionamento? Foi o Pai quem criou os
crimes hediondos? É a Providência Divina que está
poluindo os rios e tornando a atmosfera cada vez mais
comprometida? Os presídios, os orfanatos, os asilos, os
hospitais existem como locais de punição que uma
Divindade sedenta de sofrimentos criou?
Vejamos a opinião de Emmanuel na página Terra –
Bênção Divina, do livro Palavras De Vida Eterna:
“Não amaldiçoes o mundo que te acolhe.
Nele encontras a Bênção Divina, envolvente e incessante,
nas bênçãos que te rodeiam.
O regaço materno...
O refúgio do corpo...
O calor do berço...
O conforto do lar...
O privilégio da oração...
O apoio do alfabeto...
A alegria do trabalho...
O amparo das afeições...
Do mundo recebes o pão que te alimenta e o fio que te
veste.
O Criador não no-lo ofertou por exílio ou prisão, mas
por escola regenerativa e abrigo santo, qual divino
jardim a pleno céu, esmaltado de sol durante o dia, e
envolvido de estrelas durante a noite.
Se algo nele existe que o tisna de lágrimas e empesta de
inquietação, é a dor de nossos erros...”
Mas retornando à pergunta sobre a razão de reclamarmos
tanto da escola da Terra, não seria porque gostaríamos
de realizar uma viagem de turismo “por essas bandas”?
Dinheiro farto! Moradia luxuosa! Saúde perene! Posição
social de relevo! Propriedades a perder de vista, mesmo
que ficassem no mundo após a nossa partida! Mulher
perfeita! Filhos exemplares! Marido que fosse a
representação do príncipe encantado! Aposentadoria
polpuda após um dia de trabalho! Direitos sem limites
mesmo que invadíssemos o direito alheio! Encontros com
antigos amores e desencontros com os desafetos!
Não seria mais ou menos por aí que protestamos quando a
Providência Divina, por misericórdia, nos matricula na
escola da Terra? Agimos e reagimos como aquelas crianças
que não entendem as razões por que os pais as levam para
aprender a ler e a escrever embora protestem!
Se Deus amou o mundo a tal ponto de permitir que Jesus
aqui estivesse para nos ensinar o Caminho da Verdade e
da Vida, julgamos que fomos “matriculados” em lugar
errado?!
Mal sabem os que assim se posicionam o quanto terão que
produzir para repetir a dose!
E para aqueles que realmente não desejam mais voltar à
face desse planeta, a solução é simples: saldem todas as
dívidas que aqui contraíram e aprendam tudo o que essa
escola tem a ensinar, em apenas uma existência, e
estarão dispensados de realizar nova matrícula nesse
educandário bendito!
Eu estou à espera de que abram novas “matrículas” para
ver se consigo um lugar por aqui mesmo!