Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo
 

A caixa de lápis de cor


Naquela classe havia uma garota chamada Rose que, embora com sete anos, vivia sorridente e era amiga de todos. Sempre que alguém precisasse de alguma coisa, ela tinha para emprestar. Assim, seus colegas sempre recorriam a ela ao sentir falta de algo.
 

 

— Rose! Esqueci minha caixa de lápis de cor! Você me empresta? — dizia Celso.

— Sim, Celso. Aqui está! — respondia ela entregando-lhe seu estojo de lápis.

Daí a pouco era a Jane, que lhe pedia a régua; depois era Mara, que não trouxera sua borracha. E assim Rose, sempre com um sorriso, dava ao colega o que ele necessitasse.

A professora, vendo que os colegas abusavam da boa vontade dela, a alertava para que não emprestasse nada a ninguém, pois os alunos deveriam ter seu próprio material. Porém Rose sorria candidamente e respondia:

— Professora, não tem problema. Se eu não estou usando todo o material que trouxe, posso emprestar ao meu colega!

— Rose, esta classe tem muitos alunos! Se cada um agir assim, você não conseguirá fazer sua parte na tarefa! — disse a professora, incomodada com a boa vontade dela.

No final daquele dia, a professora avisou seus alunos que, a partir do dia seguinte, queria ver todos com seus materiais na bolsa. Nada de ficar emprestando de colegas. Cada um que trouxesse o seu próprio material.

Na manhã seguinte, no final da aula a professora pediu que cada um fizesse um desenho e o pintasse, descrevendo o que ela ensinara naquele dia. Todos estavam entregues ao trabalho de desenho, quando um dos alunos, após fazer o desenho, lembrou que não tinha lápis de cor. A atividade teria nota e ficou preocupado. Se não pintasse, a nota seria baixa.

Estava triste, quando Rose olhou para ele e viu-lhe os olhos vermelhos, quase chorando, e perguntou: — Que está acontecendo Jaime?!...

— Não tenho lápis de cor! Sem poder pintar, a mestra me dará uma nota bem baixa!...

Rose não teve dúvidas. Pegou sua caixa de lápis e entregou-a ao garoto. Depois, prosseguiu fazendo o seu desenho. Logo a professora avisou que estava terminando o tempo de entrega do desenho. Os alunos ficaram inquietos, pois muitos não tinham concluído o trabalho.

E como Rose não tinha pintado ainda o seu desenho, ficou quieta esperando o colega terminar o dele. Ao notar isso, a professora perguntou a Rose se ela já terminara, ao que a menina respondeu:

— Não, professora. Mas vou terminar!

A mestra percebeu que Rose não acabara por ter emprestado seus lápis ao colega do lado. Então esperou para ver o que iria acontecer. O tempo terminou e ela pediu que os alunos entregassem seus desenhos, o que eles fizeram levando até à mesa da professora.

Só Rose não levou. A mestra viu que ela estava preocupada, mas nada disse. No final, perguntou a sua aluna:

— Rose, entregue seu trabalho. Só falta você!

A garota foi até a mesa da professora, deixou a folha e voltou para sua carteira. A mestra examinou cada um dos desenhos e notou que só Rose não tinha pintado o desenho:

— Rose, por que você não terminou o seu desenho?

— Não tive tempo, professora.

— Mas todos os alunos fizeram no tempo previsto!

Rose baixou a cabeça e continuou calada. Um garoto resolveu falar, contando à professora que ela emprestara sua caixa de lápis ao colega do lado. Então, a mestra fez a classe fazer silêncio, e indagou:

— Rose, já lhe disse que não quero que empreste seus lápis ou qualquer outro material para seus colegas. Cada um deve ter seu próprio material! Por que você age assim?

— Professora, é que aprendi que devemos ajudar a quem precisa! Então, quando um colega não traz seu material, eu empresto o meu! Foi o que aprendi com Jesus!... E Zezé não tem todo o material!

Ao ouvir aquilo, a mestra ficou triste, porque sabia que o garoto era muito pobre e seus pais não puderam comprar tudo que fora pedido.

Então Rose sugeriu:

— Professora, o que a senhora acha de reunirmos todos os lápis-de-cor da classe, colocando numa caixa? Assim, todos nós teremos lápis-de-cor à vontade, não é?
 

 

Todos bateram palmas, satisfeitos, porque gostavam de Zezé, enquanto a professora sorria satisfeita, vendo o bom coração dos seus alunos. 

                                              

MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, em 10/07/2017.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita