Desafio ao
extraordinário
“… De vinte séculos [para cá], surge o desafio do
Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos
fazendo…”
Antes de Jesus, fazia-se o ‘feijão com arroz’ – não que
estes não sejam bons! Desejamos dizer que até então se
cumpria o ordinário da lei mosaica, muito mais para
exterioridades que para a elevação dos Espíritos.
A partir principalmente do sermão do Monte, o divino
Rabi nos desafia ao extraordinário; ao algo mais; uma
espécie de tempero especial ao prato diário: Poderíamos
até ser ricos, mas termos coração de pobre: tal
comportamento nos avalizaria um Reino. Tal como
garimparmos aqui e acharmos o tesouro Lá!
Precisaríamos compreender que lágrimas derramadas seriam
efeitos de nossas causas; portanto choradas como
reparação e provação.
Brandos fariam a transição e “possuiriam a terra” da
humanidade regenerada. Que a justiça mais confiável é a
Divina. Misericordiosos, puros e pacíficos veriam os
Anjos de Deus mais de perto.
Falou-nos que nos representaria quando brigássemos por
Sua Bandeira e que com ela seríamos apresentados ao Pai,
como já acontecera a uma falange de profetas.
Foi mais agudo: solicitou-nos perdão incondicional, como
se o desejássemos a nós; que fôssemos sal e luz, segundo
nosso estágio; que uma mão desconhecesse o bem feito
pela outra; que saudássemos também os estranhos; e que
orássemos recolhidos, sem afetação.
Recomendou-nos servir a um só Senhor; que apenas
juntássemos tesouros não perecíveis; que tivéssemos a
confiança das aves do céu; que não julgássemos para não
sermos constrangidos; que nos preocupássemos apenas com
a trave de nosso olho; e que confiássemos no Pai dos
Céus que jamais nos dará pedra ou escorpião como
alimento.
*
Conta-nos Mateus que ao término desse discurso, a
multidão estava impressionada com as coisas proferidas.
Jesus não falava como os oradores escribas, mas, como
quem tinha a chancela do Pai, nos desafiava ao
extraordinário, já que o ordinário era feito pelos
fariseus todos os dias!...
(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido, ditado por
Emmanuel, Fonte viva, Cap. 96, Além dos outros;
1ª edição da FEB.)