Ciência e Espiritismo
A Ciência, vencendo os tabus e os atavismos da ignorância, vem desvendando os mistérios da Natureza e desvelando as leis que engrandecem a vida.
O Espiritismo, rompendo os véus do preconceito e das superstições, penetra no âmago das questões intrincadas do existir, revelando o mundo causal e invisível de onde procede e para onde retorna a vida real.
A Ciência, colocando as suas sondas e lâminas no macro como no microcosmo, interpreta os enigmas da criação e explica os fenômenos da vida organizada da Terra.
O Espiritismo, trabalhando com as forças parafísicas do ser, desdobra para o homem a ética-moral de comportamento que o conduz à felicidade mediante a correta utilização dos recursos que lhe estão à disposição.
A Ciência prolongou a vida humana, modificou a paisagem do planeta, propiciou comodidades, facultou altos voos para a inteligência e para a imaginação.
O Espiritismo demonstrou que a longevidade física, por mais larga, é sempre breve ante a eternidade do ser espiritual, trabalhando o homem para usar as conquistas da tecnologia sem perder ou menosprezar os títulos da dignidade e do amor.
No auge das incursões da Ciência no embelezamento da vida e explicação das leis universais, Challemel-Lacour exclamou: "Ciência e razão, eis os meus deuses", provocando, na Academia de Letras de Paris, vivos aplausos por parte dos utopistas e gozadores.
Logo depois, no mesmo recinto, Francis Chalmers, após reflexões profundas, afirmou: "Não conheço um só exemplo que comprove o êxito da ciência enxugando as lágrimas que nascem no coração".
A Ciência, sem o suporte da fé religiosa, que se estriba no fato e na razão, perde-se em devaneios, detectando os efeitos que não bastam para explicar a realidade dos fenômenos.
Negando Deus, a Causa Fundamental, não logra preencher o vazio da emoção, nem enxugar as lágrimas do coração.
Certamente que anestesia a dor, corrige imperfeições, elucida problemas, no entanto não consola o amor que se sente frustrado ante a ingratidão, o crime, a saudade de quem se transferiu do corpo para a Vida... Nem consegue equacionar os dramas do sentimento, da afetividade, as aptidões e tendências dos destinos humanos...
O Espiritismo é o elo de segurança entre a ciência e a religião, a fé e a razão, a virtude e a ação.
Aprofundando-se nas origens da própria vida, o Espiritismo demonstra a lógica de existir, no processo de evolução e interpreta todos os problemas que se demoram como incógnitas, sem fugir à razão nem ao bom senso, antes baseando-se nestes, erigindo o edifício do saber com os alicerces do conhecimento e a argamassa da fé.
Eis por que a Ciência, sem a Religião, frustra os altos ideais do homem e a Religião, sem a Ciência como suporte, não passa de pretexto para o fanatismo, que não se justifica e sequer suporta as experiências dolorosas da própria vida.
Do livro Reflexões Espíritas, obra mediúnica psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco. |