Agapantos
Enfim vencido... Na última canseira,
Cimo espinhoso de suplícios tantos,
Busquei, ansioso, a estrada de agapantos,
Que me fora visão da vida inteira.
Tudo, porém, era neblina e poeira,
Misturadas de preces e acalantos,
Nênias da morte, hinários sacrossantos,
E a noite, a imensa noite derradeira...
Nos auges da aflição que me constringe,
Cai, entretanto, a máscara da esfinge...
Oh! Sepulcro, onde a sombra em que te cevas?...
Refaz-se a luz que em lágrimas transponho,
E vejo, além, as flores do meu sonho,
Como estrelas radiando sobre as trevas...
Nota da Redação:
Agapanto é o nome dado a várias plantas da família das
amarilidáceas, do gênero Agapanthus, com rizomas
grossos, folhas com formato de tiras longas e
inflorescências em forma de umbela numa haste mais alta
que as folhas.
Do livro Antologia dos
Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.