Opinião Espírita
(Parte 8)
Damos continuidade nesta
edição ao estudo sequencial do livro Opinião
Espírita, obra lançada pela FEB em 1963, com textos
de autoria de Emmanuel e André Luiz, psicografados,
respectivamente, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira.
Questões preliminares
A. Que diz André Luiz sobre o desânimo e as vacilações?
André Luiz, evidentemente, não os aprova e entende que
desânimo é sinal de doença e vacilação é sintoma de
fraqueza moral. Decisão é necessidade permanente. Nossa
vontade não pode ser multipartida. (Opinião Espírita,
cap. 27: Decisão.)
B. Iremos, realmente, colher o que houvermos plantado?
Sim. Jesus já o havia dito. Na visão de André Luiz, se a
eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da
colheita é inalienável. (Opinião Espírita, cap. 27:
Decisão.)
C. O endeusamento de médiuns e oradores espíritas
prejudica de algum modo a marcha do Espiritismo?
Sim. Pelo menos é esse o pensamento de André Luiz, que
relaciona neste livro 20 modos com que, ao invés de
ajudar, prejudicamos o trabalho realizado pelo
Espiritismo. Lisonjear médiuns e tarefeiros da causa
espírita, eis um deles. (Opinião
Espírita, cap. 29: Vinte modos.)
Texto para leitura
139. Decisão – Somos tangidos por fatos e
problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em
todas as circunstâncias. Muito embora disponhamos de
recursos infinitos de escolha para assumir gesto
determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente
estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada
vez, para expressar os desígnios pessoais na construção
do destino. (Opinião Espírita, cap. 27: Decisão.)
140. Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente
progredimos em substância avançando passo a passo. Daí,
a importância da existência terrena, temporária e
limitada em muitos ângulos porém rica e promissora
quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o
bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de
sermos bons para os outros. (Opinião Espírita, cap.
27: Decisão.)
141. Decisão é necessidade permanente. Nossa vontade não
pode ser multipartida. Ideia, verbo e atitude exprimem
resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de
alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.
Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto
desânimo é sinal de doença. (Opinião Espírita, cap.
27: Decisão.)
142. Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança
de hoje indica serenidade futura. Progresso é fruto de
escolha. Não há nobre desincumbência com flexibilidade
de intenção. Afora tu mesmo, ninguém te decide o
destino. (Opinião Espírita, cap. 27: Decisão.)
143. Se a eventualidade da sementeira é infinita, a
fatalidade da colheita é inalienável. Guardas contigo
tesouros de experiências acumulados em milênios de luta
que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu
alvitre. Recorda que o berço de teu espírito fulge longe
da existência terrestre. (Opinião Espírita, cap. 27:
Decisão.)
144. O objetivo da perfeição é inevitável bênção de Deus
e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso
burilamento, entretanto o minuto que vives é o veículo
da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a
horário certo e revelando condições próprias, no
ilimitado caminho da evolução.(Opinião Espírita, cap.
27: Decisão.)
145. Vinte modos – Modos com que nós, espíritas,
perturbamos a marcha do Espiritismo:
1. Esquecer a reforma íntima.
2. Desprezar os deveres profissionais.
3. Ausentar-se das obras de caridade.
4. Negar-se ao estudo.
5. Faltar aos compromissos sem justo motivo.
6. Rogar privilégios.
7. Escapar deliberadamente dos sofredores para não
prestar-lhes pequeninos serviços.
8. Colocar os princípios espíritas à disposição de
fachadas sociais.
9. Especular com a Doutrina em matéria política.
10. Sacrificar a família aos trabalhos da fé.
11. Açambarcar muitas obrigações, recusando distribuir a
tarefa com os demais companheiros ou não abraçar
incumbência alguma, isolando-se na preguiça.
12. Afligir-se pela conquista de aplausos.
13. Julgar-se indispensável.
14. Fugir ao exame imparcial e sereno das questões que
concernem à clareza do Espiritismo, acima dos interesses
e das pessoas.
15. Abdicar do raciocínio, deixando-se manobrar por
movimentos ou criaturas que tenham sutilmente ensombrar
a área do esclarecimento espírita com preconceitos e
ilusões.
16. Ferir os outros com palavras agressivas ou deixar de
auxiliá-los com palavras equilibradas no momento
preciso.
17. Guardar melindres.
18. Olvidar o encargo natural de cooperar
respeitosamente com os dirigentes das instituições
doutrinárias.
19. Lisonjear médiuns e tarefeiros da causa espírita.
20. Largar aos outros responsabilidade que nos
competem. (Opinião
Espírita, cap. 29: Vinte modos.) (Continua
no próximo número.)