Entre os Dois Mundos
(Parte 6)
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do
livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de
Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P.
Franco no ano de 2004.
Questões preliminares
A.
Mesmo movido pelas melhores intenções, o pesquisador das
manifestações espíritas pode ser vítima de enganos
graves?
Sim. Os fatos o comprovam.
Trabalhando-se isoladamente, pesquisando-se a sós, sem
os equipamentos da Codificação Espírita, pode-se ser
vítima de enganos graves. Manoel Philomeno mencionou
então, acerca do tema, as recomendações de Allan Kardec
a respeito da universalidade do ensino ministrado pelos
espíritos, que deve ocorrer simultaneamente em
diferentes pontos da Terra por meio de médiuns sérios e
ministrado por entidades igualmente sérias. Com essa
providência evita-se a aceitação de opiniões pessoais e
de preconceitos que são mantidos além da morte, conforme
as crenças e condutas religiosas dos desencarnados.
(Entre os dois
mundos. Capítulo 4: Comentários e reflexões felizes.)
B. Em que região do País seria localizada a base central
da excursão socorrista coordenada pelo Dr. Arquimedes
Almeida?
Com esse propósito fora
eleita uma região à beira-mar, no ponto mais oriental do
Brasil e do continente sul-americano, a fim de que seus
participantes pudessem usufruir das benesses do oceano,
aspirando as energias vivas que dele se espraiam. Seria
um acampamento nos moldes conhecidos na Terra, de onde
as caravanas partiriam em tarefas pelo território
nacional e onde se reencontrariam após o desempenho dos
deveres. (Entre
os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
C. Quais os objetivos principais da excursão socorrista?
Os objetivos seriam, de
modo especial, os atendimentos de obsessões e
equivalentes transtornos emocionais e comportamentais
que se apresentem nos servidores do Evangelho, bem como
nas pessoas a eles vinculadas, a fim de que disponham da
necessária paz, a benefício de si mesmos e das
obrigações elegidas.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 5: Preparativos indispensáveis.)
Texto para leitura
67. Ao recordar as
experiências levadas a efeito pelo Dr. Carl Wickland,
Manoel Philomeno volveu mentalmente às recomendações do
Codificador da Doutrina Espírita, a respeito da
universalidade do ensino ministrado pelos espíritos, que
deve ocorrer simultaneamente em diferentes pontos da
Terra por meio de médiuns sérios e ministrado por
entidades igualmente sérias. Assim, evita-se a aceitação
de opiniões pessoais e de preconceitos que são mantidos
além da morte, conforme as crenças e condutas religiosas
dos desencarnados. Morrer não é fenômeno de sublimação,
mas de transferência de uma para outra faixa vibratória
da vida, cada qual despertando conforme adormeceu...
Trabalhando-se isoladamente, pesquisando-se a sós, sem
os equipamentos da Codificação Espírita, pode-se ser
vítima de enganos graves, mesmo quando se está forrado
pelas melhores intenções.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 4: Comentários e reflexões felizes.)
68. Preparativos
indispensáveis – Após as saudações de praxe, Dr.
Arquimedes Almeida levou Philomeno e Petitinga a outra
sala, no mesmo edifício, passando a entretecer
considerações em torno do empreendimento programado.
Disse então: “Conforme os amigos já estão esclarecidos,
a respeito do objetivo da nossa excursão de fraternal
socorro, teremos uma base central para as atividades,
que está sendo concluída com equipamentos que nos
manterão em contínuo contato com a nossa esfera de
procedência. Foi eleita uma região à beira-mar, no ponto
mais oriental do Brasil e do continente sul-americano, a
fim de que pudéssemos usufruir das benesses do oceano,
aspirando as energias vivas que dele se espraiam.
Trata-se de um acampamento nos moldes conhecidos na
Terra, de onde partirão as caravanas em tarefas pelo
território nacional e onde se reencontrarão após o
desempenho dos deveres. Igualmente, nos lugares onde
deverão operar, haverá outros núcleos de apoio e
refazimento, de forma que não sejam gastas forças
desnecessariamente com locomoção ou atendimento de
urgência”. Segundo o gentil psiquiatra, o ministério
socorrista estava sendo levado a efeito em diferentes
nações da Terra, porquanto a finalidade é a de construir
a harmonia entre as criaturas em particular e os povos
em geral, atendendo-se aos específicos delineamentos
religiosos de cada qual, bem como às suas culturas e
idiossincrasias. “O Amor de Deus não tem partidarismos
nem preferências nacionais, estendendo-se a todos
aqueles que criou em igualdade de condições.”
(Entre os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
69. Conforme o roteiro esboçado, o grupo socorrista
deveria dedicar-se particularmente aos atendimentos de
obsessões e equivalentes transtornos emocionais e
comportamentais que se apresentem nos servidores do
Evangelho, igualmente socorrendo aqueles que se lhes
vinculem, a fim de que disponham da necessária paz, a
benefício de si mesmos e das obrigações elegidas.
Explicou o atencioso amigo: “Como não ignoramos, os
transtornos depressivos e do pânico assolam com índices
terríveis de incidência, ao lado dos desvarios sexuais e
da toxicomania, da violência e da degradação dos
costumes, das ambições desmedidas e das paixões
asselvajadas, impondo-nos cuidados especiais no trato
com as suas vítimas. Nem todos aqueles que se enredam
nessas tramas danosas parecem dispostos a libertar-se,
reagindo, muitas vezes, com violência e rebeldia. Em
ocasiões outras, amolentados pelo vício, deixam-se
arrastar pelas vigorosas redes da dependência. Em todos
eles encontramos graves processos obsessivos, nos quais
espíritos enfermos locupletam-se, aspirando-lhes e
usurpando-lhes as energias, levando-os à exaustão de
forças. Ocorrências outras também têm lugar, por indução
desses parasitas espirituais que se homiziam nas usinas
mentais de pessoas ociosas ou destituídas de princípios
morais, de valores espirituais, para desencadearem o
mecanismo perturbador, a fim de que sejam atendidos nos
hábitos mórbidos que transferiram da Terra para o
Além”.
(Entre os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
70. Outra classe de ocorrência citada pelo psiquiatra é
aquela que deflui da vingança do desencarnado ao
encontrar aquele que o houvera infelicitado e,
destituído de sentimentos dignos, compraz-se no
desforço, empurrando-o para o calabouço da viciação.
Alguns dos obreiros do Evangelho que se candidataram à
renovação pessoal e à do planeta são, em muitos casos,
Espíritos endividados em relação à vida, portanto
acessíveis aos seus inimigos, em situação de perigo pela
carga emocional que conduzem, vinculada aos desajustes
de conduta, correndo risco de comprometer-se novamente,
o que lhes significará prejuízo de alta monta, pela
perda da oportunidade especial de que desfrutam. Dito
isso, o sábio Mentor reflexionou em silêncio, repassando
experiências que trouxera da Terra ao lado daqueloutras
vivenciadas fora do corpo somático, e acrescentou: “Não
podemos desconsiderar o adversário comum, que se oculta
no coletivo trevas ou forças do mal. Esses nossos
irmãos desvairados, que perderam totalmente o senso de
equilíbrio, por mais incrível que nos pareça, pretendem
instaurar o seu reino de disparates entre os seres
humanos, por neles encontrarem receptividade e sintonia
moral, acreditando que a sua será uma vitória
incontestável contra o bem, representado por
Jesus-Cristo, nosso Mestre, em nome do Pai Criador...
Insistem nas suas posturas absurdas, deixando-se
conduzir por mentes perigosas que, na Terra, exerceram
domínio sobre as multidões e se transferiram para o
além-túmulo
com altíssimas cargas de ódio e incompreensível sede de
vingança, reconstruindo os seus impérios de alucinação,
nos quais milhares de comparsas sob seu domínio obedecem
às suas imposições cruéis”.
(Entre os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
71. Após nova pausa, o
psiquiatra concluiu: “Supõem-se invencíveis, desafiando
a ordem e o equilíbrio que jazem em toda parte,
ampliando as inomináveis conquistas mediante o
arrebanhamento de vítimas que se lhes entregam com
relativa facilidade. O seu desatino é tão grande, que
interferem no destino das nações, quando encontram
chefes de Estado do mesmo nível evolutivo, deles
utilizando-se para castigar a Humanidade. Se esses
indivíduos, que passam a comandar psiquicamente, são
religiosos, inspiram-lhes ódios terríveis contra os
demais, que não privam da sua crença, tornando-os
asselvajados, ao mesmo tempo, induzindo-os à crença de
que são emissários de Deus, que deverão libertar a
sociedade da tirania dos outros, do demônio, que é
sempre aquele a quem elegem como adversário... Ei-los
fomentando guerras sempre perversas, hediondas e
injustificáveis, movimentos revolucionários, nos quais
exaurem os cofres do mundo para manterem o crime,
abandonando os ideais que apresentam de início sob o
disfarce de libertação das massas, para se tornarem
piores do que aqueles contra os quais desenvolvem as
lutas... É muito grave a situação do homem e da mulher
no planeta terrestre que tanto amamos. Todo o nosso
empenho e a nossa dedicação significam devolução de
parte do muito que temos recebido desse generoso colo de
mãe que nos tem acolhido e albergado em nosso curso de
aprimoramento espiritual. Comprometidos com o Mestre
todo amor, daremos continuidade ao ministério que se vem
alargando no mundo, graças ao qual espíritos
missionários e apóstolos da verdade, da dedicação, da
renúncia, não tergiversam em investir a própria
existência, doando-a em holocausto, a fim de diminuir a
grande noite e ensejar o amanhecer de novo dia”.
(Entre os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
72. Quando silenciou, Dr. Arquimedes Almeida tinha
lágrimas que brilhavam na comporta dos olhos, e a mesma
emoção envolvia os amigos que o ouviam. Diminuído o
impacto, ele propôs ao grupo: “Hoje, às 20h, seguiremos
ao nosso acampamento, ponto de início das atividades em
delineamento para o futuro. Que o Senhor nos abençoe e
que sigamos em paz, reabastecendo o ânimo, a fim de
iniciarmos o novo compromisso com Jesus!” Petitinga e
Philomeno dirigiram-se ao seu domicílio para tomar as
providências em face da excursão a ser empreendida, cuja
duração ainda era por eles ignorada. Num dos intervalos
de que dispunham, Petitinga, com a sua habitual
serenidade, disse a Philomeno: “Sempre imaginei,
enquanto me encontrava no corpo, que as atividades
espirituais deveriam ser relevantes e muito complexas
fora da nossa percepção. Despercebido pelos encarnados,
o mundo das causas é pulsante e rico de movimentos que
se desdobram na crosta terrestre, a fim de facultarem o
progresso espiritual das criaturas. Tomamos conhecimento
das ocorrências apenas em sua face externa, efeito que
são de ações que têm lugar na
erraticidade.
Jamais poderia, porém, conceber que fossem tão
expressivas e laboriosas as programações que têm por
meta o Planeta querido e os seus habitantes”.
(Entre os dois mundos. Capítulo 5: Preparativos
indispensáveis.)
73. Depois de uma pausa
natural, Petitinga continuou: “Como são pobres os
conceitos religiosos a respeito da estagnação da vida
no além-túmulo, graças a concepções passadistas
e cômodas, em torno do repouso eterno, do adormecimento
da consciência até o momento do Juízo Final, da Obra
universal acabada, negando as contínuas revoluções das
galáxias, o seu surgimento e o seu desaparecimento,
conforme tão bem demonstrados pela Astrofísica! Essas
informações, carentes de lógica e de legitimidade,
diminuem a grandeza do Criador e minimizam a destinação
inabordável que está reservada ao espírito imortal. A
nossa percepção, mesmo na condição de desencarnados, é
mínima, ante a majestade da vida em intérmina
movimentação. A nossa esfera, condensada por energia
específica, ainda guarda as construções mentais dos seus
fundadores, que se aproximam demasiadamente do que
conhecemos no orbe terrestre, que são, assim mesmo, uma
cópia ainda imperfeita do que temos aqui, de como aqui
vivemos. Confirma-nos o raciocínio este intercâmbio
constante com os seres humanos, ajudando-os a fixar os
valores da virtude, do trabalho, da renovação interior,
sem cujo suporte muito mais difícil lhes seria a
libertação dos vínculos com a retaguarda. Sensibiliza-me
enormemente constatar o Amor de Nosso Pai em relação às
Suas criaturas, propiciando-lhes incessante ajuda,
embora a ignorem aqueles que se lhes fazem
beneficiários. O importante, portanto, não é tomar-se
conhecimento do que se recebe ou de como se é socorrido,
mas sim, beneficiar-se dessa valiosa contribuição,
motivando-se para o porvir iluminado à frente”.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 5: Preparativos indispensáveis.)
(Continua no próximo número.)
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