Entre os Dois Mundos
(Parte 7)
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do
livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de
Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P.
Franco no ano de 2004.
Questões preliminares
A.
Em que espécie de veículo o grupo foi conduzido até o
acampamento onde ficaria hospedado?
Estando Manoel Philomeno e seus companheiros
reunidos para a viagem ao orbe terrestre, Dr. Arquimedes
Almeida aproximou-se do grupo e, com a sua jovialidade e
encanto naturais, solicitou-lhes recolhimento íntimo e
uma oração silenciosa em favor do empreendimento de alta
significação. Logo depois, concentrou-se fortemente e
começou a irradiar uma energia especial, que se tornou
visível, passando a envolver o grupo em um globo
protetor, que se transformou em um campo vibratório,
unindo-os a todos e fazendo-os flutuar em pleno ar sob a
sua ação mental. Utilizando-se da vontade bem
direcionada, movimentou a esfera luminosa, que volitou,
arrastando-os velozmente pelo espaço na direção do
objetivo assinalado. Foi desse modo que eles chegaram à
crosta terrestre.
(Entre os dois mundos. Capítulo 6: O acampamento
espiritual.)
B. Que substância foi utilizada na construção dos
abrigos existentes no acampamento?
Os pavilhões distendiam-se
em filas ordeiras, como ocorre com aqueles que albergam
militares durante seus exercícios fora dos quartéis.
Foram construídos por uma substância semelhante ao
plástico, em tonalidade pérola, de forma que refletissem
a claridade das estrelas e da lua, que chegava
debilmente, melhorando assim a paisagem.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 6: O acampamento espiritual.)
C. Na cidade mais próxima o grupo foi chamado a observar
uma festa típica do carnaval. Milhares de foliões ali se
divertiam. Estavam sozinhos ou acompanhados?
Segundo Manoel Philomeno,
além dos foliões encarnados, agitava-se outra multidão,
porém de desencarnados, mesclando-se com as criaturas
terrestres de tal forma permeada, que se tornaria
difícil estabelecer fronteiras delimitadoras entre uma e
outra faixa de convivência. A nudez predominava em toda
parte, os movimentos eróticos e sensuais dos corpos com
abundante transpiração exsudavam o forte cheiro das
drogas ingeridas ou injetadas, produzindo estranho e
desagradável odor. No pandemônio natural que se fazia,
esses espíritos, perversos uns, exploradores outros,
vampirizadores em número expressivo, exploravam os seus
dependentes psíquicos em lamentável promiscuidade,
submetendo-os a situações deploráveis e a prazeres
grosseiros que chocavam Philomeno e seus colegas,
apesar de sua larga experiência em relação a conúbios
dessa ordem.
(Entre os dois mundos. Capítulo 6: O acampamento
espiritual.)
Texto para leitura
74. O acampamento espiritual –
À
hora convencionada, os
quatro convocados para o novo ministério fraternal de
assistência estavam reunidos para a viagem ao orbe
terrestre. Dr. Arquimedes Almeida aproximou-se do grupo
e, com a sua jovialidade e encanto naturais,
solicitou-lhes recolhimento íntimo e uma oração
silenciosa em favor do empreendimento de alta
significação. Logo depois, concentrou-se fortemente e
começou a irradiar uma energia especial, que se tornou
visível, passando a envolver o grupo em um globo
protetor, que se transformou em um campo vibratório,
unindo-os a todos e fazendo-os flutuar em pleno ar sob a
sua ação mental. Utilizando-se da vontade bem
direcionada, movimentou a esfera luminosa, que volitou,
arrastando-os velozmente pelo espaço na direção do
objetivo assinalado. As sombras que envolviam o Planeta,
dando-lhe um aspecto quase sinistro, a distância,
tornavam-se mais densas, à medida que o grupo se
aproximava, por pouco não os impedindo de ver as
lâmpadas fortes que adornavam a noite terrestre. Em
circunspecção, avançaram no rumo do ponto oriental
extremo do continente sul-americano e logo estavam
pousando em uma área ampla, onde se erguia o
acampamento que os hospedaria durante o período em que
estivessem envolvidos com o programa libertador.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 6: O acampamento espiritual.)
75. A movimentação de
espíritos desencarnados era muito grande. Operários e
engenheiros especializados desincumbiam-se de suas
tarefas, e dava-lhes conta do esforço que fora
desenvolvido, a fim de criar a infraestrutura para o
desenvolvimento dos trabalhos que logo mais teriam
lugar. Philomeno observou os pavilhões que se distendiam
em filas ordeiras, como ocorre com aqueles que albergam
militares durante seus exercícios fora dos quartéis.
Eram construídos por uma substância semelhante ao
plástico, em tonalidade pérola, de forma que refletissem
a claridade das estrelas e da lua, que chegava
debilmente, assim melhorando a paisagem. Haviam sido
providenciados equipamentos próprios que forneciam
iluminação e beleza por toda parte, tornando encantadora
a região abençoada que deveriam preservar e melhorar
mediante sua contribuição mental de amor e de cuidados
generalizados. O casario citadino ficava a regular
distância, encontrando-se separado daquelas
construções. Muitos grupos desceram ao Planeta ao mesmo
tempo, obedecendo a uma ordem estatuída anteriormente,
deixando traços de luz no espaço percorrido. O
prestimoso Guia, a seguir, conduziu-os a um dos
pavilhões de aspecto muito agradável, que serviria de
base para os encontros que deveriam realizar e, também,
apresentou-lhes o território que lhes fora reservado.
Ali receberia o grupo instruções e teria oportunidade de
manter diálogos com os demais companheiros.
(Entre os dois mundos. Capítulo 6: O acampamento
espiritual.)
76. Depois de algumas
instruções bem delineadas, o gripo foi informado de que
o tempo de serviço nessa etapa inicial seria de um mês
aproximadamente, mediando entre as festividades de
verão no país e a chegada da Quaresma, abrangendo,
assim, o período do carnaval. Seria nesse período que
eles se movimentariam atendendo ao dever para o qual se
prepararam. Em face dos desconcertos emocionais que os
exageros festivos produzem nas criaturas menos
cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual
perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de
espíritos infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e
sincronizam com as mentes desarvoradas. Nesse período,
instalam-se lamentáveis obsessões coletivas que
entorpecem multidões, dizimam existências, alucinam
valiosos indivíduos que se vinculavam, até então, a
formosos projetos dignificadores. O grupo foi então
convocado a visitar uma das capitais brasileiras
próxima, na qual a explosão da alegria popular, num
denominado festival de verão, era ampliada pelo abuso do
álcool, das drogas e do sexo desvairado.
(Entre os dois mundos.
Capítulo 6: O acampamento espiritual.)
77. Imediatamente,
viram-se em movimentada artéria praiana, feericamente
adornada, na qual centenas de milhares de pessoas
entregavam-se ao desbordar das paixões. A música
ensurdecedora atordoava a massa informe, compacta e
suarenta que se agitava ao ritmo alucinante, enquanto
era estimulada por especialistas na técnica de agitação
popular. Acurando a vista, podia-se perceber que, não
obstante a iluminação forte, pairava uma nuvem espessa
onde se agitava outra multidão, porém de desencarnados,
mesclando-se com as criaturas terrestres de tal forma
permeada, que se tornaria difícil estabelecer fronteiras
delimitadoras entre uma e outra faixa de convivência. A
nudez predominava em toda parte, os movimentos eróticos
e sensuais dos corpos com abundante transpiração
exsudavam o forte cheiro das drogas ingeridas ou
injetadas, produzindo estranho e desagradável odor. No
pandemônio natural que se fazia, esses espíritos,
perversos uns, exploradores outros, vampirizadores em
número expressivo, exploravam os seus dependentes
psíquicos em lamentável promiscuidade, submetendo-os a
situações deploráveis e a prazeres grosseiros que
chocavam Philomeno e seus colegas, apesar de sua larga
experiência em relação a conúbios dessa ordem...
(Entre os dois mundos.
Capítulo 6: O acampamento espiritual.)
78. Manoel Philomeno
reflexionava: “Como é possível que o ser humano destes
formosos dias de Cultura, de Ciência e de Tecnologia, se
permitiam tantas sensações selvagens e irresponsáveis!”
Enquanto isso, na rua, o desfile parecia não ter fim,
sempre aturdido pelos conjuntos musicais de textura
primitiva, que os hipnotizavam, impedindo o
discernimento. Era compreensível que se permitissem
todos os tipos de lascívia e de perversão, já que a
multidão era um corpo informe, no qual as pessoas não
dispunham de espaço para a livre movimentação,
ensejando a confusão dos sentidos e a mescla absurda
dos atritos físicos. Tratava-se, porém, do culto à deusa
folia, numa enxurrada física e psíquica das mais
vulgares e pervertidas, em cujo prazer todos se
entregavam ao olvido da responsabilidade, ao afogamento
das mágoas e à liberação das paixões primitivas. Jovens
e adultos pareciam haver perdido o direcionamento da
razão, deixando-se enlouquecer pelo gozo exagerado,
como se tudo ficasse centralizado naquele momento e nada
mais houvesse após. Criminosos de várias classes
misturavam-se aos foliões esfuziantes e tentavam
furtá-los, roubá-los, agredindo-os com armas brancas, ao
tempo em que psicopatas perversos utilizavam-se da
confusão para darem largas aos distúrbios que os
assinalavam. Altercações e brigas violentas, que
culminavam em homicídios infelizes, misturavam-se aos
disparates da festa que não cessava, porque, naquela
conjuntura, a vida era destituída de significado e de
valor. (Entre os
dois mundos. Capítulo 6: O acampamento espiritual.)
79. Philomeno ainda não
havia saído da perplexidade em que se encontrava quando
o irmão Petitinga veio em seu auxílio, comentando:
“Passada a onda de embriaguez dos sentidos, os
rescaldos da festa se apresentarão nos corpos cansados,
nas mentes intoxicadas, nas emoções desgovernadas e os
indivíduos despertarão com imensa dificuldade para
adaptar-se à vida normal, às convenções éticas,
necessitando prosseguir na mesma bacanal até a
consumpção das energias. Amolentados pelas
extravagâncias, saudosos da luxúria desmedida e
ansiosos por novos acepipes, tentarão transformar todas
as horas da existência no delírio a que ora se
entregam... Tentarão investir todos os esforços para que
se repitam os exageros, e porque as loucuras coletivas
fazem-se com certa periodicidade e eles dependem desse
ópio para esquecer-se de si mesmos, passam a viver
exclusivamente o dia a dia do desequilíbrio em pequenos
grupos, nos barzinhos, nos guetos e lugares promíscuos,
nos subterrâneos do vício onde se desidentificam com a
vida, com o tempo e com o dever. Tornando insuportável a
situação de cada uma dessas vítimas voluntárias do
sofrimento futuro, os parasitas espirituais que se lhes
acoplam, os obsessores que os dominam, explorando suas
energias, atiram-nos aos abismos da luxúria cada vez
mais desgastante, do aviltamento moral, da violência, a
fim de mantê-los no clima próprio, que lhes permite a
exploração até a exaustão de todas as forças”.
(Entre os dois mundos. Capítulo 6: O acampamento
espiritual.)
80. Disse então José
Petitinga que seria muito difícil, no momento,
estancar-se a onda crescente da sensualidade, do
erotismo, da depravação nas paisagens terrenas,
especialmente em determinados países. O motivo disso é
que as autoridades que governam algumas cidades e
nações, com as exceções compreensíveis, estão mais
preocupadas com a conquista de eleitores para os
iludir, do que interessadas na sua educação. A educação,
que liberta da ignorância, desperta para o dever e a
conscientização das massas, não sendo de valor para
esses governantes, porque se o povo fosse esclarecido os
desapearia do poder de que desfrutam, em face da
claridade mental e do discernimento. Eles reservam então
altas verbas para serem aplicadas no desperdício moral,
disfarçando as doações sob a justificativa de que se
trata de utilização para o lazer e a recreação, quando
estes são opostos aos exageros dos sentidos físicos.
(Entre os dois mundos. Capítulo 6: O acampamento
espiritual.) (Continua no próximo número.)
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