Opinião Espírita
(Parte 11)
Damos continuidade
nesta edição ao estudo sequencial do livro
Opinião Espírita, obra lançada pela FEB em 1963, com
textos de autoria de Emmanuel e André Luiz,
psicografados, respectivamente, pelos médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Questões preliminares
A. Pode-se dizer que a chamada reforma interior,
recomendada pelo Espiritismo, é urgente?
Sim; é urgente, inadiável e intransferível. Diz-nos
André Luiz que desde a primeira hora da Doutrina
Espírita os emissários da Esfera Superior nos recomendam
a reforma de cada um de nós, nas bases traçadas pelo
Evangelho de Jesus. Isso porque toda reforma nas linhas
da boa intenção é respeitável, mas somente a renovação
interior é fundamental. (Opinião Espírita, cap. 39:
Reformas de metade.)
B. Quais são, na visão de André Luiz, as reformas de
metade?
Todas as modificações por fora, ainda as mais dignas,
são reformas de metade, que, todavia, permanecerão
incompletas sem as reformas do homem que lhes manejará
os valores. Todos nós, os ignorantes e os sábios, os
justos e os injustos, podemos fazer o bem e devemos
fazer o bem, mas, acima de tudo, é preciso ser bom.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
C. Existem médiuns medrosos?
Sim! Infelizmente, muitos médiuns se afastam em silêncio
da ação edificante a que foram chamados e só os Amigos
da Espiritualidade lhes testemunham o medo
inconfessável, a lhes enrodilhar nos corações por visco
entorpecente! Um dos muitos tipos de medianeiros
frustrados no intercâmbio espiritual e que escapam até
agora de toda classificação é o médium medroso.
(Opinião Espírita, cap. 41: Medo e mediunidade.)
Texto para leitura
189. Reformas de metade – Desde a primeira hora
da Doutrina Espírita recomendam os emissários da Esfera
Superior uma reforma urgente, inadiável, intransferível:
a reforma de cada um de nós, nas bases traçadas pelo
Evangelho de Jesus. Isso porque toda reforma nas linhas
da boa intenção será respeitável, mas somente a
renovação interior é fundamental. (Opinião Espírita,
cap. 39: Reformas de metade.)
190. Tudo o que vise melhorar a vida deve ser feito, no
entanto, se não nos melhoramos, todas as aquisições
efetuadas são vantagens superficiais. (Opinião
Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
191. Qualquer benefício externo para ser benefício
externo para ser benefício real depende de nós.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
192. A luz que nos auxilia a escrever uma página de
fraternidade pode ser aproveitada pelo companheiro menos
feliz para traçar uma carta que favorece o crime.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
193. O dinheiro que nos custeou a movimentação para o
estudo das leis morais que nos governam o destino é o
mesmo que está sendo despendido pelos que compram a
decadência do corpo e da alma nos redutos do álcool.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
194. O automóvel que nos conduz ao cenáculo de oração
onde louvamos a Bondade Divina, transporta de igual modo
a locais determinados os que se reúnem para a negação da
fé. (Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
195. A morfina que alivia o sofrimento na dose adequada
não é diversa da que garante os abusos do entorpecente.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
196. Justo que não se impeça a formação de medidas
destinadas ao bem comum. A higiene é um atestado
eloquente de que ninguém deve e nem pode viver sem a
constante renovação exterior. (Opinião Espírita, cap.
39: Reformas de metade.)
197. O Espiritismo, porém, nos adverte de que todas as
modificações por fora, ainda as mais dignas, são
reformas de metade, que permanecerão incompletas sem as
reformas do homem que lhes manejará os valores.
(Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
198. Reflitamos nisso, observando o caminho e a meta.
Sem estrada não alcançarmos o alvo, entretanto a estrada
é o meio e o alvo é o fim. Para sermos mais precisos,
resumamos o assunto com a lógica espírita, num
raciocínio ligeiro e claro: todos nós, os ignorantes e
os sábios, os justos e os injustos, podemos fazer o bem
e devemos fazer o bem, mas, acima de tudo, é preciso ser
bom. (Opinião Espírita, cap. 39: Reformas de metade.)
199. Medo e mediunidade – Gosto das reuniões
espíritas, contudo, tenho medo de comparecer... Sinto a
mediunidade, mas temo... Creio racionalmente no Mundo
dos Espíritos, entretanto, não posso nem pensar seja
possível que um espírito me apareça... (Opinião
Espírita, cap. 41: Medo e mediunidade.)
200. Se surgem comumente confissões quais essas, é
preciso anotar que elas exprimem apenas reduzido número
daquelas criaturas que dizem com franqueza o que pensam.
(Opinião Espírita, cap. 41: Medo e mediunidade.)
201. Quantos médiuns se afastam em silêncio da ação
edificante a que foram chamados e só os Amigos da
Espiritualidade lhes testemunham o medo inconfessável, a
lhes enrodilhar nos corações por visco entorpecente!
Sim! Um dos muitos tipos de medianeiros frustrados no
intercâmbio espiritual e que escapam até agora de toda
classificação é o médium medroso. (Opinião Espírita,
cap. 41: Medo e mediunidade.)
202. As pessoas impressionáveis quase sempre revelam
espontâneas suscetibilidades, incluindo naturalmente o
medo por um dos agentes essenciais da sensibilização
mediúnica. Complexadas por algum fato ou conversa
ouvida, leitura ou referência que lhes vincaram a
emotividade, alimentam terror pânico e difuso ante o
exercício das faculdades psíquicas, sem qualquer razão
de ser. (Opinião Espírita, cap. 41: Medo e
mediunidade.)
203. Certifiquem-nos de que o medo é uma espécie de
baraço invisível, frenando inutilmente legiões de
trabalhadores valorosos à margem do serviço. Fobia, -
muitas vezes derivada de atitudes infantis -, é
necessário saibamos curá-la, pela medicação do amor
fraternal e do esclarecimento lógico, sem perder de
vista que a ocorrência mediúnica é manifestação de
espírito para espírito igual aos sucessos corriqueiros
da vida terrestre. (Opinião Espírita, cap. 41: Medo e
mediunidade.)
204. Médium, se o medo é o teu problema individual, no
que respeita à prática medianímica, situa na construção
da fé raciocinada a melhoria a que aspiras! (Opinião
Espírita, cap. 41: Medo e mediunidade.)
205. A coerência com os princípios que esposamos
ensina-nos que a criatura de fé verdadeira nada teme,
senão a si própria, atenta que vive às fraquezas
pessoais. Em razão disso, é correto receares
simplesmente a ti mesmo, em todos os sentimentos que
ainda não conseguiste disciplinar. (Opinião Espírita,
cap. 41: Medo e mediunidade.)
206. Se não te amedrontas face à condição de intérprete
para a troca verbal entre criaturas que versam idiomas
diferentes, por que temer a posição de instrumento entre
pessoas domiciliadas em esferas diferentes, carecidas da
cooperação mediúnica? (Opinião Espírita, cap. 41:
Medo e mediunidade.)
207. Por que motivo te assustares diante dos
desencarnados, que são, na essência, personalidades
iguais a ti mesmo? (Opinião Espírita, cap. 41: Medo e
mediunidade.)
208. Espíritos benevolentes e esclarecidos são mentores
preciosos que merecem apreço, e espíritos doentes ou
infelizes não devem ser temidos, por necessitados de
mais amor. (Opinião Espírita, cap. 41: Medo e
mediunidade.)
209. Medo é inexperiência. Corrige-te, através do labor
mediúnico, raciocinado com o Evangelho Vivo e
perseverando na tarefa de fraternidade. (Opinião
Espírita, cap. 41: Medo e mediunidade.)
210. Na edificação doutrinária, onde se objetiva o
intercâmbio puro com as Esferas Superiores, todos os
companheiros se esforçam na garantia dos bons
pensamentos e da assistência espiritual; portanto, num
templo espírita, pessoa humana cousa alguma deve temer,
por encontrar aí as fontes de seu próprio consolo e
sustentação.
211. Não te admitas incapaz de dominar o medo perante as
efusões do reino da alma. Reage contra qualquer receio
infundado, mantendo-te na tranquilidade da confiança, no
desassombro da fé, na leitura edificante e na meditação
construtiva e, ao fazeres a tua parte na supressão de
semelhante fantasma íntimo, reconhecerás que os
benfeitores da Vida Maior te farão descobrir na lavra
mediúnica o áureo caminho da verdade e o portal sublime
do amor. (Opinião Espírita, cap. 41: Medo e
mediunidade.)
(Continua
no próximo número.)