Razões do coração
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”, diria
Blaise Pascal (França, 1623–1662), matemático, físico,
filósofo, teólogo, pré-iluminista.
“Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos
propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é
indispensável preservar o coração.” (Emmanuel).
Embora razão e sentimento sejam parceiros, a experiência
nos mostra que, amiúde, o coração do cristão deverá
surpreender sua razão: ‘Por que contribuirmos, em
dinheiro, com o infeliz que guarda nosso carro, se ele
vai novamente se embriagar?’ Eis uma interrogação
racional.
‘Contribuiremos, em dinheiro, com o infeliz, mesmo que
venha a novamente se embriagar!’ É afirmação do coração;
é sentimento!
Paulo de Tarso, em I Tessalonicenses, 5:8, diz que a “couraça
da fé e da caridade nos dará sobriedade”. Ora,
‘sobriedade’ significa o equilíbrio de nossos
sentimentos; ou a harmonia entre razão e coração.
Entretanto, e voltando à nossa analogia acima, e ainda
citando o Apóstolo dos Gentios, lembramos a vez em que
disse que “a caridade não é temerária, não desdenha e
não suspeita mal”, ou seja, na maioria das
vezes a caridade (Couraça, segundo Emmanuel), é
quem irá validar nossa fé e, segundo Paulo, precisará
mais do acólito coração do que da razão.
São as razões do coração. Ou o coração como couraça e
tomando as rédeas da parceria.
Irritação, indignação, ira e severidade são
espinhos cúmplices da razão. Serenidade, calma, mansidão
e misericórdia são arrojos do sentimento.
*
Enquanto a razão pede só frieza, o sentimento nos
exigirá audácia!…
(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido, ditado por
Emmanuel, Fonte viva, Cap. 98, Couraça da
caridade; 1ª edição da FEB.) – (Inverno de 2017.)