Sexo e vida
“Sexo é um altar criado pelo Senhor, no templo, para o
templo, manto da vida.”
A sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na
alma, em sua sublime organização.
A sexualidade exagerada, como sabemos, aproxima-nos da
natureza animal e a grande onda de sensualidade que a
mídia nos impõe vem da manipulação, no interesse aos
bens materiais e na criação de poços de poder e
influências humanas por orgulho e vaidade.
A posse, o vício, os mais proibitivos jogos do amor são
da carne, da matéria, e acarretam danos de alto grau
moral, para a dignidade, a família, as pessoas
envolvidas e a si mesmo no campo do espírito.
Sempre que a atração genésica for mais poderosa que o
amor, surgem as crises de longo curso, retardando o
progresso e o aperfeiçoamento da alma, quando não lhe
embargam os passos na loucura ou nas frustrações, na
enfermidade ou no crime e nas viciações.
Quando homens e mulheres ligam-se a parceiros de
aventuras, buscando as emoções do sexo, ao
desencarnarem, sentir-se-ão atraídos uns aos outros e,
só então verão o desequilíbrio em que se precipitaram,
iniciando a luta para o reequilíbrio. Qualquer desvio
produz consequências funestas; infelizes daqueles que
não se esforçam a tempo no combate às baixas paixões
sexuais, e, a troco de prazer momentâneo, recebem
séculos de dores.
Quase sempre, os que chegam ao além-túmulo sexualmente
depravados, depois de longas perturbações renascem
tolerando doenças agudas, crônicas, quando não se
corporificam em desesperadora condição inversiva,
amargando pesadas provas como consequência dos excessos
delituosos a que se renderam.
O sexo não é somente um mecanismo de procriação, mas
também um instrumento de renovação de energias. A
existência terrestre permanece transbordando emoções
relativas ao sexo, fazendo-se necessário refletir sobre
a colheita de novos valores, atendendo o nosso próprio
sentido da vida, sendo imprescindível o serviço de
iluminação espiritual.
Em Evolução em Dois Mundos, no capítulo
XVIII/Parte 1, André Luiz nos diz: “Isto ocorre
porque o instinto sexual não é apenas agente de
reprodução entre as formas superiores, mas, acima de
tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo
qual as criaturas encarnadas e desencarnadas se
alimentam mutuamente na permuta de raios
psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao
progresso”.
Portanto, a banalização e o tratamento animalizado do
sexo como uma necessidade fisiológica deve ser
substituído com urgência, verificando até que ponto o
conceito de necessidade fisiológica está compatível com
a necessidade do Espírito de praticá-lo.
Na realidade, quando pensamos no ato sexual, devemos
estar prontos e completamente conscientes de que é um
ato de extrema responsabilidade, amor, doação, carinho,
respeito, compreensão em bases de edificação. Assim,
devemos abrir os nossos Espíritos, despindo as almas num
encontro de afeto mútuo, mais do que despindo os nossos
corpos físicos.
Sexo é espírito e vida, é energia criativa a serviço da
felicidade e da harmonia do Universo. Por isso reclama
responsabilidade e discernimento, onde e quando se
expresse, estando junto a ele o amor a funcionar por
leme seguro.
Aprendemos no Espiritismo que o homem deve amar a alma,
mas cuidar também do seu corpo. Desatender às
necessidades que a própria natureza indica é desatender
a lei de Deus.
Busquemos, assim, a essência pura do amor, sacrificando
o impulso momentâneo; lavemos as impurezas emocionais
que nos maculam, e eduquemos o pensamento por onde
transitam os primeiros gritos de emotividade
desequilibrada.
Pelo pensamento disciplinaremos e governaremos nossos
impulsos sexuais, exercendo o controle e mantendo nossa
vida sexual dentro dos elevados limites fixados pela
Providência. Amemos o dever idealista, inspirados pelas
forças Superiores, oferecendo nossas energias à produção
do bem, que nos libertará de todos os males.
Sexo é um altar criado pelo Senhor, no templo imenso da
vida. Santificá-lo é santificar-se.
Fonte de água pura, não lhe viciemos o manancial.
Campo de renovação, respeitemo-lo.
Bibliografia:
FRANCO Divaldo. P. pelo Espírito Joanna de Ângelis –
Momentos de Alegria - lição 16 – Ed. Leal - 2014 –
Salvador.
FRANCO Divaldo P. pelo Espírito JOANNA DE ÂNGELIS –
Espírito e Vida – Capítulo 57 – Ed. Leal – Salvador.
XAVIER Francisco C. pelo Espírito EMMANUEL – Vida e
Sexo – páginas 10, 11. Ed. Feb. segunda edição –
2013 - Brasília.
PERALVA MARTINS – O Pensamento de Emmanuel –
página 195 -Ed. Feb – 2011 - Edição 9 – Brasília.
RIGONATTI Eliseu – O Espiritismo Aplicado –
páginas 76, 80 – Editora Pensamento - São Paulo – 1995 –
Edição 14.
XAVIER Francisco C. e VIEIRA Waldo – Evolução em dois
mundos -pelo Espírito ANDRÉ LUIZ – Capítulo 18 –
Parte 1 – Ed. Feb – 2012 - Edição 25 – Brasília.