Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Animal não é brinquedo


A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem
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(A. Schopenhauer)


Na infância tive gatos e cães, a vantagem de estar sempre acompanhada por animais que me ensinaram o signo absoluto da lealdade, os laços afetivos que nos ajudam crescer mais tolerantes, sensíveis e generosos.

Quando meu avô morreu, seu velho cão pastor ficou prostrado sob a mesa da cozinha, justamente próximo ao banco no qual o seu dono se sentava para o chimarrão de manhãzinha. No quarto dia, ele morreu, trêmulo demais para suportar a dura ausência.

Ter um bicho de estimação, em um primeiro momento, parece uma ideia assustadora para muitos pais. Mas os benefícios da convivência entre a criança e o animal superam os motivos para não ter um bicho em casa.

O animal de estimação faz companhia, estimula a educação emocional, a autoestima, o senso de responsabilidade e, na casa onde há irmãos, proporciona um relacionamento mais equânime entre as crianças.

Crianças de 4 anos podem ter cachorros. Nesta idade, os pequenos já são capazes de se defender e entender regras do que é ou não é permitido fazer: puxar as orelhas do cão, por exemplo. Gatos são indicados a partir dos 5 anos. Eles são animais limpos e tranquilos.

Cabe ao pais avaliar se a criança está pronta para ter um animalzinho. Se levar o cão ao veterinário é obrigação dos adultos da casa, as crianças, por sua vez, podem escovar o pelo do animal ou colocar água na vasilha, por exemplo. Conforme o filho vá crescendo, os pais podem passar outros tipos de tarefas rotineiras relacionadas ao bem-estar do animalzinho, a fim de que o senso de responsabilidade tenha chance de desenvolver-se na criança.

Obviamente, nem tudo será um mar de rosas. A convivência com o animal pode gerar no dia a dia pequenos atritos, mas os pais podem usar justamente esses momentos – de preguiça, de cansaço, de impaciência – para a educação dos filhos, porque animal não é brinquedo.

Não esquecer: os pais são modelos. Ao tratarem bem o bicho, com carinho e respeito, a criança fará o mesmo e, no futuro, agirá assim com outros bichos e… pessoas.

Notinha

Cabe aos pais decidir qual animalzinho adotar e de acordo com a personalidade da criança, sem negligenciar o local onde a família vive (casa, apartamento). Todavia, nem todas as raças de cães são indicadas como bicho de estimação para os pequenos. Poodle, por exemplo, é uma raça ciumenta, que compete com as crianças. Aliás, sobre os cães pequenos é bom ressaltar: são menos resistentes a quedas, brincadeiras abruptas e apertões. Já o gato, tachado injustamente de bicho desapegado, arisco, é, na realidade, um animal mais independente se comparado ao cão e, por isso, suporta mais solidão, mas conhece o dono e vem esperá-lo na porta, saudoso. O persa, por exemplo, é mais dócil e calmo, o siamês, um gato mais agitado. Cães e gatos não são indicados para crianças alérgicas.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita