Da série de erros frequentes no uso do idioma português, eis mais seis exemplos:
1. A princesa saía pelas ruas distribuindo pães e dinheiro, o que sempre fizera, mesmo por que era herdeira de grande fortuna.
O correto: A princesa saía pelas ruas distribuindo pães e dinheiro, o que sempre fizera, mesmo porque era herdeira de grande fortuna.
Explicação: A conjunção subordinativa “porque” (e não “por que”) é a palavra adequada. Quanto ao vocábulo “mesmo”, trata-se de uma partícula de realce, podendo ser excluída da frase, sem nenhum prejuízo para o seu entendimento.
2. O revisor notou que a redação continha inúmeros deslises.
O correto: O revisor notou que a redação continha inúmeros deslizes.
Explicação: Deslize (com z) significa descuido; lapso; engano. Deslise, como substantivo, não existe.
3. Allan Kardec (1804 – 1869) foi o pseudônimo usado pelo autor das principais obras espíritas, também conhecido como codificador do Espiritismo.
O correto: Allan Kardec (1804-1869) foi o pseudônimo usado pelo autor das principais obras espíritas, também conhecido como codificador do Espiritismo.
Explicação: A partir do vigente Acordo Ortográfico, os encadeamentos vocabulares e as combinações históricas levam hífen (e não mais traço): Rio-Niterói, 1123-1148 etc.
4. A jovem professora começou a lecionar muito cedo e, por isso mesmo, era considerada uma menina prodígio.
O correto: A jovem professora começou a lecionar muito cedo e, por isso mesmo, era considerada uma menina-prodígio.
Explicação: A partir do novo Acordo Ortográfico, menina-prodígio (que não exigia hífen anteriormente) agora se escreve assim.
5. Segundo os ensinamentos de Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência exotérica, profunda, reservada aos iniciados.
O correto: Segundo os ensinamentos de Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência esotérica, profunda, reservada aos iniciados.
Explicação: Esotérica significa: pouco compreensível pelo comum dos mortais, hermética, obscura. Exotérico é o popular. A palavra nos veio do grego eksoterikós: feito para o exterior, público. Designa o que é destinado a ser vulgarizado (falando principalmente das doutrinas dos antigos filósofos); comum, trivial, vulgar.
6. Há revelações que requerem, às vezes, mais de uma existência para serem melhor compreendidas.
O correto: Há revelações que requerem, às vezes, mais de uma existência para serem mais bem compreendidas.
Explicação: A norma gramatical propõe que devemos empregar a expressão “mais bem” sempre que anteceder um verbo no particípio, a exemplo de compreendido, preparado, organizado, desenhado, dotado etc.
Exemplos:
- Meu filho está mais bem preparado para as provas.
- O desfile esteve mais bem organizado este ano.
- Ana era a aluna mais bem dotada do colégio. |