O juiz que nos vigia permanentemente
A verdadeira paz começa em nosso íntimo, em nosso
coração, pela consciência tranquila.
O juiz que nos vigia permanentemente é a nossa
consciência: não tem como negar nossos defeitos, enganos
e crimes para nós mesmos.
O que estamos fazendo quando pensamos que ninguém está
vendo? É interessante percebermos o que fazemos quando
não em público ou ninguém está nos fiscalizando
fisicamente, mas espiritualmente sempre há alguém que
nos acompanha – e há também o juiz que nos fiscaliza dia
e noite, que é a nossa consciência.
Allan Kardec perguntou ao Espírito de Verdade onde estão
escritas as leis de Deus, e ele respondeu de pronto: Na
consciência.
A vida é feita de escolhas. Não chamemos de destino as
consequências de nossas próprias escolhas. Cada um é
livre para escolher de acordo com o que aprendeu, dentro
do contexto de sua história de vida atual e espiritual.
Ninguém começou no berço, já existíamos antes da
fecundação de nosso corpo físico. Somos um eterno vir a
ser, uma semente de luz e inteligência em germinação no
Universo de Deus. Não estamos acabados, estamos
evoluindo e progredindo a cada dia, a cada ano, a cada
experiência. E errar é aprender, tendo como consequência
a educação do espírito. Portanto, Deus não nos castiga,
mas Sua lei nos guarda e cobra reparações, agora ou no
futuro.
Tudo o que somos está ancorado nas escolhas que fazemos,
no que elegemos para nossa vida. Somos o senhor livre
que escolhe a melhor escravidão ou melhor liberdade para
nossa vida.
Quantas coisas elegemos para nossa vida que não valem a
pena! Vamos limpar a despensa do nosso coração. Devemos
desalojar e expulsar os lixos e tranqueiras que
acumulamos ou que o mundo, fruto do nosso meio,
contribuiu para juntar, limpeza essa para que Deus possa
esparramar suas coisas santas e puras em nosso coração
renovado. E o perdão é a licença divina para usufruirmos
saúde e paz.
Dificuldades todos temos, e quase todos os dias. A
grande questão é como agimos diante dela e não como
reagimos.
Queremos vencer os processos enfermiços da mente,
queremos ir buscar a cura para nossa alma, senti-la
senhora de si e serena. Sejamos o médico de nós mesmos,
o sacerdote de nossas vidas – não sejamos vítimas de nós
mesmos. Sejamos senhores da fé que nos cura.
Cuidado com os desvios do caminho. Quando estamos no
caminho equivocado – e isto ocorre rotineiramente com
todos –, quanto mais andamos nele, mais tempo vamos
despender para retornar ao caminho da paz e da harmonia,
que é o caminho do bem e da saúde.
Quando alimentamos nossa coragem na transformação
interior, no conhecimento de nós mesmos, estamos
vencendo os medos. E com fé e altruísmo como parceiros
em nosso dia a dia, passamos a derrubar os muros das
misérias e do egoísmo, construindo pontes de
solidariedade e amor em nossos relacionamentos humanos.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora
EME