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por Ricardo Orestes Forni

 

Lamentável notícia


Não sei se o título representa com toda a força a triste notícia divulgada pela revista VEJA em sua edição de n.º 2416 de 11 de março de 2015, página 80, em que um estudante universitário, jovem bonito e aparentemente sadio, deixa uma mensagem em seu Facebook dizendo que é preferível morrer de vodca a morrer de tédio. Ele ingeriu cerca de um litro e meio da bebida no espaço de uma hora apenas! Cerca de 570 mililitros de álcool invadiram a sua corrente sanguínea nesse curto espaço de tempo impossibilitando o fígado de metabolizar essa substância, o que levou o jovem à morte. O fato ocorreu em uma disputa entre amigos (amigos?) em que a prova tinha uma regra: cada participante precisava consumir uma dose de vodca a cada sessenta segundos. O rapaz da reportagem começou a ingerir a bebida às 14 horas e uma hora depois estava morto. Extremamente lamentável que uma vida no início de sua existência se encerre assim tão brevemente e de maneira tão brutal.

A frase final da mensagem deixada pela vítima é que nos leva a pensar: melhor morrer de vodca do que de tédio! O que poderia faltar a uma vida tão no começo para que o rapaz estivesse entediado, enjoado da existência? Vamos valer-nos de Joanna de Ângelis para nosso aprendizado. Diz ela no livro Amor, imbatível amor, psicografia de Divaldo, no capítulo 4: “As síndromes de infelicidade cultivadas tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão. O ser humano tem necessidade de autoexpressão, e isso somente é possível quando se sente livre. A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.”

Obviamente que não nos cabe diagnosticar qual seria a hipótese aplicável ao rapaz da reportagem, mas pelo estado atual da sua vida até então repleta de conquistas, tudo nos leva a crer na primeira explicação. Continua ela: “Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando, porém, se incorpora ao dia a dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional. A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico. A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus...”

Como evitar que isso possa vir a acontecer conosco ou com os nossos filhos? A receita também é dela: a oração, o prosseguimento do trabalho e o amor desinteressado e incessante.

Pais e mães, lembrem-se de que um dia o filho pequenino cresce e alça voo na busca de novos horizontes, razão pela qual eles voltaram em mais uma nova reencarnação. Não poderemos ir com eles, mas poderemos colocar em suas bagagens algumas medicações de urgência para que eles possam utilizá-las nos momentos de angústia maior. Se não podemos seguir com os filhos, os ensinamentos adquiridos na Evangelização infantil podem. Se não podemos acompanhá-los, nossos exemplos podem. De tal maneira que em sua bagagem emocional temos a enorme responsabilidade de colocar essas medicações que devem ser a eles apresentadas na fase da infância, que é a mais receptiva para o Espírito que retorna. É gostoso ficar dormindo um tempo a mais nas manhãs de domingo? Para quem gosta, sem dúvida. Porém, para que o seu filho não venha um dia pensar que é melhor morrer de bebida alcoólica ou de alguma outra droga ilícita, convém que acordemos um pouco mais cedo e levá-los à Evangelização do que lamentar mais tarde quando a realidade for irreversível para a atual existência.

“Tem tento e vigia, mantendo-te jovial interiormente e tranquilo, considerando a honra de estares cumprindo um dever que rogaste e que atenderás sob as bênçãos de Deus.” – Joanna.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita