Somos viajantes do Universo
No capítulo XI do livro terceiro, "Das Leis Morais", de
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, o mestre de
Lyon, através da Espiritualidade de Luz, deixa-nos
material para grande reflexão e transformação na nossa
maneira íntima de ver a justiça, a começar pelo título.
Vejam que é "Justiça, amor e caridade", um único título
com estas três palavras, como um triângulo equilátero,
em que todos os lados têm o mesmo tamanho.
Impossível é o que nos deixa claro o capítulo todo:
falar de justiça sem falar de amor e
caridade. Melhor ainda, aplicar leis justas sem que o
legislador tenha em seu íntimo amor e caridade bem
desenvolvidos.
À medida que evoluímos espiritualmente deixamos refletir
em nossas atitudes nosso grau de evolução. Impossível,
portanto, uma sociedade justa composta por Espíritos que
ainda acham que o amor, aquele do qual fala Paulo de
Tarso em sua famosa carta aos Coríntios,
seja apenas uma ilusão, uma visão romântica da vida.
A maneira mais eficaz, portanto, para transformar o
mundo em que vivemos, ou melhor, para darmos a nossa
contribuição para a sua melhora, é, incansavelmente,
trabalhar cada ponto em nós que nos afasta do amor. Não
é possível melhorar nada em ninguém e, portanto, nas
coletividades, pela força.
Outro ponto importante a ser considerado por todo aquele
que se diz cristão é o fato de cada um carregar em si
uma bagagem espiritual que representa os milhares de
reencarnações que moldaram sua personalidade. Por isso
não é possível, de imediato, a ninguém, ver o mundo além
deste prisma. Evolução se dá mais eficientemente com
educação. Com mudanças paulatinas no Espírito imortal.
Todos queremos um mundo melhor para viver, mas não nos
esqueçamos de que somos viajantes do Universo,
habitantes do Cosmos, cujos mundos são solidários.
Que não fujamos da responsabilidade de contribuir para a
harmonia, onde quer que estejamos. Mas sigamos
confiantes de que a lei divina não falha, que cada globo
tem seu governador e inúmeros Espíritos iluminados que o
assistem. Para que, em nossa ânsia de querer a melhora
do nosso jeito, não venhamos a nos tornar instrumentos
das trevas, da ignorância.