Mas, cada uma!...
“Tudo quanto vemos é uma visão do invisível.” –
Anaxágoras (500 a.C.)
Se você achou o título estranho, espere só para ler o
que encontrei na página de abertura de um determinado
Provedor, no dia 23/7/2014. Vamos lá: Um pesquisador
criacionista está pedindo pelo fim das buscas por vida
extraterrestre. Ele diz que “provavelmente, não existe
vida fora da Terra e, se existir, todos os aliens irão
para o inferno”. As informações são do The Huffington
Post.
Esse mesmo pesquisador afirma que utilizou passagens da
Bíblia para justificar a sua opinião. Diz ele, segundo a
mesma reportagem: A Bíblia deixa claro que “o pecado
de Adão afetou todo o universo”. Logo, seres de outros
planetas também seriam afetados. No entanto, por não
serem descendentes de Adão, eles não podem ter a
salvação, afirmou em seu blog.
Honestamente, não sei se a notícia é hilária ou
lamentável, porque é oriunda de um pesquisador! Como
sabemos, a tese criacionista do Universo é que tudo
quanto existe foi criado por Deus exatamente no instante
em que tudo começou a existir. Contrariamente, a tese
evolucionista de Charles Darwin admite a evolução das
espécies, o que encontra respaldo na opinião da Doutrina
Espírita.
Mas, nessa mesma reportagem, encontramos uma notícia
alvissareira quando ela nos anuncia que:
Especialistas da NASA, no entanto, dizem que esperam
encontrar evidências de vida extraterrestre nos próximos
20 anos. “É altamente improvável que, na vastidão
ilimitada do Universo, nós, humanos, estejamos sozinhos.”
Como podemos concluir, nem tudo está perdido. Diríamos
que nada está perdido. Nas questões de número 17 e 19 de
O Livro dos Espíritos, aprendemos que Deus não
permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo. A
Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as
coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que
Deus estabeleceu.
Recorramos a A Gênese, de Allan Kardec, cap. VI,
itens 14 e 15: “Do mesmo modo, o Universo, nascido do
Eterno, remonta aos períodos inimagináveis do infinito
de duração, ao Fiat Lux! do início. O começo
absoluto das coisas remonta, pois, a Deus. As sucessivas
aparições delas no domínio da existência constituem a
ordem da criação perpétua. Que mortal poderia dizer das
magnificências desconhecidas e soberbamente veladas sob
a noite das idades que se desdobraram nesses tempos
antigos, em que nenhuma das maravilhas do Universo atual
existia; nessa época primitiva em que, tendo-se feito
ouvir a voz do Senhor, os materiais que no futuro haviam
de agregar-se por si mesmos e simetricamente, para
formar o templo da Natureza, se encontraram de súbito no
seio dos vácuos infinitos; quando aquela voz misteriosa,
que toda criatura venera e estima como a de uma mãe,
produziu notas harmoniosamente variadas, para irem
vibrar juntas e modular o concerto dos céus imensos!”
Recordemos ainda, segundo Joanna de Ângelis no livro
Estudos Espíritas, as palavras de Einstein: “Minha
religião consiste em humilde admiração do Espírito
superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes
que podemos perceber com os nossos Espíritos frágeis e
duvidosos. Essa convicção profundamente emocional na
presença de um poder raciocinante superior, que se
revela no incompreensível universo, é a ideia que faço
de Deus”.
Continuemos com Joanna no mesmo livro citado: “Na
casa de meu Pai, há muitas moradas”– asseverou
sabiamente Jesus, e, após ensinar as lições da
fraternidade e do amor, partiu para o Seu Reino,
preparando para o homem – sua meta sublime, seu fanal! –
a morada definitiva, onde a sombra, a dor e a morte, não
possuindo dimensão ou legitimidade, são fantasmas
desvanecidos pelo sopro da realidade”.
Como podemos constatar, os espíritas estão muito bem
respaldados e creem firmemente que nada está perdido,
nem mesmo as criaturas que se localizam fora do acanhado
planeta Terra e que vivem esplendidamente em outras
regiões desse Universo infinito que é a Casa do Pai.
Esperamos, dessa maneira, ter defendido Adão, para o
qual pedimos a absolvição que o isente da acusação
inicial de ter “contaminado” todo o Universo com a sua
inocente maçã.
Da mesma forma, pedimos clemência para Eva, veículo
através do qual o fruto proibido chegou até o
companheiro. E, até mesmo, por que não, para a cobra
envolvida na história do paraíso inicial. Afinal, somos
todos criaturas de Deus destinadas à perfeição pela
estrada da Vida fora do Éden.