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por Temi Mary Faccio Simionato

 
Nossa jornada e o tempo


Multidões atormentadas, corações inquietos, almas indecisas perguntando pela justiça de Deus espalham-se pelo planeta.

Caminhando na longa jornada evolutiva, deparamo-nos com doentes e desalentados esperando a intervenção Divina e, na condição de necessitados, aguardamos cuidadosamente, no íntimo da acomodação, a manifestação do Alto, a nosso favor, esquecendo-nos de que Jesus é o Amigo renovador que transforma, convidando-nos mais para alçar às esferas mais altas.

Fica claro para nós que os discípulos que conviveram mais diretamente com o Cristo, recebendo o impulso renovador, experimentaram verdades extremamente entendidas, vivendo no mundo, mas fora dele, transformando seus objetivos e o sentido de suas existências. No curso do tempo, os apóstolos dispersaram-se, ensinando em várias regiões que “mais vale dar que receber”. Assim, os séculos se passaram e suas obras resistiram e continuam a ser espalhadas como sementes. Todavia, entendemos que viver hoje os ensinamentos de Jesus ainda nos é difícil, porque as dificuldades estão dentro de nós, por tomarmos atalhos que mais satisfazem nossos interesses, desejos e caprichos imediatistas.

Então, como poderemos resistir a esses impulsos? O desafio é grande e está exatamente em sair do comodismo, aceitando o sofrimento como uma alavanca que nos impulsiona, combatendo as paixões do mundo com vontade firme, confiando sempre, acreditando que os puros de coração serão bem-aventurados e verão a Deus. Mas, na verdade, até o momento, não amenizamos as agressões, não conseguimos perdoar com facilidade, não toleramos as falhas alheias e nem procuramos diminuir a miséria do mundo, porque ainda precisamos entender que “fora da caridade não há salvação”.

A mensagem redentora trazida pelo Mestre representa, a cada um de nós, o remédio para todos os males, pois, o Evangelho exprime um patrimônio precioso que indicará o caminho a ser atingido, mais cedo ou mais tarde: a compreensão à elevada destinação que nos aguarda. Entretanto, muitas vezes nos perdemos nas estradas sinuosas da existência, porém, sempre haverá novas oportunidades de recomeçar a jornada ao encontro de Deus.

Em certa ocasião, Jesus convidou-nos: “Vinde a Mim todos vós que sofreis e vos aliviarei”. Assim, através do tempo, todos nós, imperfeitos, O procuramos: os oprimidos, os aflitos, os doentes, os perseguidos, os desamparados, os tristes e toda uma legião de sofredores, a fim de ouvir-Lhe as instruções. E o Mestre, suavemente nos reconforta e esclarece, mostrando-nos a trajetória para chegar até Ele. Reergue o nosso ânimo e nos guia para a verdade, iluminando nossos corações e inteligência.

O meigo Rabi traz consigo a fé e o otimismo, que tiveram seu início na estrebaria singela e continuam até hoje, porque sabe o que existe em nós, conhece nossa pesada e escura bagagem do pretérito e, mesmo assim, não deixa de nos estender amorosamente Suas mãos. Por isso, é imprescindível viver esses ensinamentos através de nossas renovações, ainda que passo a passo, para um novo amanhecer, apoiados e sustentados na fé e na misericórdia Divina.

Estamos na senda evolutiva do aprimoramento, onde a mais profunda felicidade será vivida nas oportunidades infinitas de servir, desprendendo-nos e nos doando sempre, aumentando a capacidade de amar e de nos integrar à vontade Maior.

Um dia chegaremos a nos identificar com todo o Universo, pois viveremos e sentiremos os ensinamentos benditos, anunciados: “Eu e o Pai somos um”; “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”. (João, 14:6)

Desta forma, entenderemos que somente em Jesus encontraremos força necessária para domar nossas paixões, pois só Ele tem a verdade que esclarece, a vida que alimenta e o caminho que nos conduz a encontrar Deus em nós.

Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-O nas lições abençoadas, bendizendo os empecilhos da marcha e conservando a esperança, a fé e a alegria na transformação do tempo, em dádivas do bem-estar maior. A verdadeira renúncia, perceberemos, não está na desistência da luta edificante, e sim, no trabalho silencioso ao auxílio àqueles que nos propomos auxiliar. Em matéria de renunciação, não nos esqueçamos do exemplo do Mestre que, vilipendiado, escarnecido, dilacerado e crucificado, renunciou a alegria de permanecer em Seu divino apostolado, aceitando o sacrifício, voltando aos discípulos enfraquecidos, para revelar Seu excelso e sublime Amor por toda a humanidade.

A Terra é grande escola para nosso Espírito, um livro enorme em que poderemos ler a mensagem do Amor Universal que o Pai nos envia, desde a gota de orvalho até a luz do sol que brilha a todos. Desta maneira, poderemos sentir o apelo da Infinita Sabedoria ao serviço de cooperação a todos os nossos irmãos em humanidade.

O sinal dos novos tempos que se avizinham está visível aos olhos de todos, e com os conhecimentos evangélicos que já possuímos, estaremos capacitados a reconhecer esses ciclos. Sejamos uma carta viva do evangelho através do esforço e vontade, a fim de sermos verdadeiros seguidores e servos de Jesus, batalhando para que Seus ensinamentos encontrem guarida em nosso mundo e que se efetivem o Seu reino de glória e de fraternidade, unidos, para fazermos parte do imenso rebanho que obedecerá a voz de um só pastor.

 

Bibliografia:


GODOY, Paulo Alves – Quando Jesus teria sido maior
? – 2ª edição – São Paulo /SP/ Editora FEESP – 1990 – páginas: 7 e 15.

SCHUTEL, Cairbar – Parábolas e ensinos de Jesus - 2ª parte – 13ª edição – Matão / SP/ Editora O Clarim – 1993 – página 360.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita