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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Não esqueça o principal

 

Conta a lenda, sem autor conhecido, que certa vez uma mulher pobre com uma criança no colo, ao passar diante de uma caverna, escutou uma voz misteriosa que lá de dentro dizia: “Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não esqueça o principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: depois que você sair, a porta se fechará para sempre! Portanto, aproveite a oportunidade, mas não esqueça o principal”...

Para entender a lenda, sugerimos algumas interpretações: a “mulher pobre” deste contexto específico seria um ser humano ainda sem iluminação, não perfeito; “criança no colo” simbolizaria os sonhos e projetos para uma nova vida; “caverna” significaria a reencarnação, onde tudo se apaga para renascer num novo corpo, com novo nome, trazendo em estado latente as experiências vividas; e “voz misteriosa” seria o nosso anjo guardião, orientando-nos.

“A mulher entrou na caverna, e lá encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas joias, pôs a criança no chão e começou a juntar ansiosamente tudo o que podia em seu avental.”

“A mulher entrou na caverna”: ela renasceu, e na nova experiência encontrou muitas facilidades, conhecimentos, riquezas, fama, e esqueceu seu projeto de vida espiritual, o aprimoramento ético e moral e a prática do bem.”

“A voz misteriosa então falou novamente: ‘Você só tem oito minutos’. Esgotados os oito minutos, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna, e a porta se fechou... Lembrou-se só então de que a criança ficara lá dentro, presa para sempre! A riqueza durou pouco, e o desespero durou para toda a vida.”

Seu anjo guardião ainda alertou com um sinal de doença ou através de sonho sobre o pouco tempo de vida na matéria, por talvez mais oito anos, sobre o ponto principal de sua nova encarnação. Decorrido o tempo, tendo desfrutado dos prazeres da Terra e acumulado muitos bens materiais, o corpo morreu e ela retornou ao mundo espiritual, com mãos vazias de boas ações e sem edificação de seu espírito.

O mesmo acontece, às vezes, conosco.

Temos muitos anos para viver neste mundo e uma voz sempre nos adverte:

- Não se esqueça do principal!

E o principal são: os valores espirituais,         o amor ao próximo e à família, a oração sincera, a vigilância e a busca da sabedoria, o otimismo e a alegria de estar vivo, o desprendimento material e emocional, a prática da caridade, o perdão incondicional, a fé raciocinada, e a confiança e entregue a Deus.

Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto, que o principal vai ficando sempre de lado...

Assim, esgotamos o nosso tempo aqui e deixamos de lado o essencial: os tesouros da alma...

Que jamais esqueçamos que a vida neste mundo passa rápido, e que a morte pode chegar inesperadamente.

E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações. Portanto... que jamais esqueçamos o principal: os tesouros da alma.

E para você: quais são os seus tesouros?
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita